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Entrevista a Patrícia Silva

Patrícia Silva

Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade Católica Portuguesa.

A ANEEB teve o prazer de entrevistar Patrícia Silva! A Patrícia falou-nos sobre a sua experiência internacional, nomeadamente do desenvolvimento da sua tese de mestrado na Suécia, no Karolinska institutet, e de um projeto na Twente University, na Holanda!

[Entrevistadora] – Mafalda Aguiar (ANEEB)
[Entrevistadora] – Inês Brites (ANEEB)
Vê aqui a Entrevista completa!

[Entrevistadora]: Olá a todos e sejam bem-vindos a mais um episódio de biomédicos pelo mundo. Sou a Inês Brites do Departamento de Saídas e Formação Profissional, e tenho comigo a Mafalda Aguiar do departamento de Ensino e Ação Social.

Hoje temos o prazer de ter connosco Patrícia Silva a quem agradecemos desde já a presença.

Fazendo uma breve introdução da nossa convidada: Patrícia Silva é mestre em engenharia biomédica pela universidade católica portuguesa. Na reta final do seu mestrado desenvolveu a sua tese na Suécia no Karolinska institutet. A nível internacional desenvolveu também um projeto na Twente University na Holanda 

A Patrícia encontra-se neste momento a concluir o doutoramento na faculdade de engenharia da universidade do porto tendo também tido a oportunidade de desenvolver uma parcela do seu trabalho no Imperial college em Londres.

Na atualidade, é Co-founder e CEO do LeGut.

Patrícia seja muito bem-vinda e em nome da ANEEB muito obrigada por estar aqui hoje presente.

Começaria por lhe perguntar se a decisão de seguir engenharia biomédica foi algo que esteve sempre muito presente ao longo do seu secundário ou se surgiu apenas numa reta final do secundário.

[Entrevistada]: Desde já quero agradecer-vos o convite, é com muito gosto que faço sempre esta partilha do meu percurso até agora. Em relação a Engenharia Biomédica, não, não foi desde sempre o meu sonho. Aliás, na altura em que entrei na faculdade, que já passaram uns belos anos, ainda não se sabia bem o que era a Engenharia Biomédica. Portanto na altura, eu na verdade queria arquitetura, só que rapidamente percebi que não era aquilo que me iria realizar. Eu sempre quis fazer a diferença, aportar valor, trazer uma solução para um problema real da sociedade, isto sempre ligado à vida. Assim eu sabia que arquitetura não ia de todo de encontro aquilo que eu ambicionava fazer e então, um bocado em procura com o meu pai surgiu a Engenharia Biomédica. Também estava indecisa entre Ciências Biomédicas, mas acabei por perceber que Engenharia era mesmo o meu foco devido à matemática. E pronto, depois foi procurar os diretores dos cursos de cada faculdade, e tentar perceber o que é que se alinhava com o programa de cada curso, e foi assim que descobri a Engenharia Biomédica. E não me arrependi.

[Entrevistadora]: No seguimento da sua vida académica, sentes que o curso a muniu de ferramentas essenciais para a sua vida profissional?

[Entrevistada]: Sem dúvida. Hoje em dia tenho essa perceção. Na altura achei que era um curso demasiado generalista, porque na verdade eu tive cadeiras de Física, Química, Matemática, Biologia, Programação. Ou seja, tive cadeiras de quase todas as áreas, mas na verdade atualmente agradeço, porque me deu ferramentas para fazer o que eu hoje em dia me imagino a fazer, que é exatamente um breach das diferentes áreas, em que é preciso ter um know-how básico das mesmo, portanto foi um curso sem dúvida bastante enriquecedor para o que quero fazer hoje em dia.

[Entrevistadora]:  E quando tiveste de alguma forma, de afunilar o teu conhecimento, como é que surgiu a questão da investigação? Quando ingressaste em Engenharia Biomédica, já foste com a expectativa de prosseguir com investigação ou foi algo que surgiu mais tarde?

[Entrevistada]: Como eu vos disse, eu não fazia ideia como seria o meu futuro quando comecei o curso, não fazia ideia que seria investigação. Mas na verdade na altura, Engenharia Biomédica estava muito associada à investigação, ou seja, não havia assim tantas oportunidades. Havia oportunidades, mas era preciso sair um bocadinho da área, pelo menos na altura foi isso que aconteceu. Das pessoas que fizeram comigo o curso no católico, eu sou das únicas que continua a fazer Engenharia Biomédica, digamos assim. Todos os outros foram um bocado para consultoras, etc. A minha paixão surgiu por alguns projectos que eu fui fazendo. Durante a licenciatura, eu fui para Twente, fazer um projecto de investigação no laboratório e começou aí a suscitar algum interesse. Depois quando voltei, fui para o INEB, voluntariei-me, durante o mestrado, para também começar a trabalhar no laboratório. Mas, tenho-vos a dizer que durante estas experiências não achei que isto era para mim. Pelo menos achei que tem de haver um gosto pelo projecto muito grande para continuarmos a fazer investigação, pelo menos. Foi realmente, durante a tese de mestrado no Karolinska na Suécia que surgiu a minha paixão por investigação. Acho que até aí, ainda não tinha sido “uau, é mesmo isto que quero fazer”, e foi durante este projecto que eu fiquei completamente envolvida.

Aliás, os meus colegas gozavam comigo, porque eu apresentava sempre assim “vou falar do meu bebé”, que era assim que eu apresentava a minha tese de mestrado. E foi aí que surgiu este interesse de continuar em investigação

[Entrevistadora]: Realizaste assim tese do mestrado na Suécia, que é assim um percurso um bocadinho fora do normal. Que conselhos deixaria para quem gostaria de desenvolver a tese no estrangeiro? E quais foram os momentos durante a tese no estrangeiro que te marcaram?

[Entrevistada]: (risos) Sim, a forma como fiz a tese é bastante interessante. A Católica na altura não tinha muitas oportunidades para fazer Erasmus. Então eu fui ao site, que disponibiliza as melhores universidades do mundo, e procurei o Imperial College que estava no top 5 da altura, e fui ver do top 5 quem eram as pessoas que me inspiravam. Então encontrei a Molly Stevens, e na altura enviei-lhe um simples email, e disse-lhe: “Olá, sou a Patrícia” (não disse que era uma fã mas quase) “ e gostava muito de trabalhar consigo”. E foi assim que surgiu a hipótse. Ela disse-me que na altura não tinham vaga em Londres, mas tinham na Suécia, e então fui eu abrir quase um laboratório, era eu e mais 2 post-docs abrir um laboratório dela na Suécia. Como podem imaginar, não foi nada fácil. Nós não tínhamos um grupo sequer formado, eramos três pessoas a começar um laboratório do zero. No entanto, isso permitiu-me estar envolvida num projecto, e também, como fui das primeiras a chegar, permitiu-me ir guiando as pessoas que foram chegando a seguir, porque estava lá há mais tempo, e isso também me foi fazendo sentir bastante em casa, por ter começado o grupo do zero. Não desviando do assunto (risos), fui integrar um projecto que já estava ongoing da minha supervisora, e na altura conseguimos publicar com o trabalho que eu fiz lá, na Natura, foi inacreditável, mas nem tudo foi positivo. Isto foi a parte incrível, trabalhar lá é excecional, a faculdade é recomendável, nível 1000, recomendo a todos os níveis alguém ir trabalhar e viver para a Suécia, mas a nível pessoal, admito que não foi das fases mais fácies. Portanto, a nível de contexto social, é preciso perceber que a Suécia é um país muito diferente, e eu não me enquadrei totalmente. Sou uma pessoa bastante sociável, e sinto que preciso mesmo desses hábitos sociais, de conviver com pessoas diariamente, e lá isso não era assim tão fácil. É mais fácil quando temos uma comunidade internacional, mas numa comunidade local senti que não era assim tão fácil.

[Entrevistadora]: Eu ia exatamente perguntar-te isto, qual foi o maior choque que sentiste quando aterraste lá pela primeira vez? Para além das pessoas, que já tinhas referido, houve assim algo que se destacasse mais? Que marcou de alguma forma o teu percurso de uma forma negativa?

[Entrevistada]: Pela positiva, eles marcam pela organização da sociedade. Eu acho que é uma sociedade que é um exemplo a todos os níveis, e se não fosse esse entrave social, eu acho que sem dúvida viveria na Suécia. Agora, realmente, acho que os entraves foram mesmo a nível social, há uma frieza, certamente intrínseca na sociedade. Eu vou vos dar um exemplo, por exemplo, quando vão no comboio, costumam haver bastantes avisos. Eu costumava apanhar um comboio para fazer commute, e havia muitos avisos de problemas, etc, que eu não percebia porque eram em Sueco, mas eu sinto que as pessoas simplesmente se calavam e esperavam por notícias. Às vezes estavamos lá sentados meia hora à espera, e ninguém tinha um interesse de saber, de falar, de perguntar. Eu sinto que cá, ou noutros países que já vivi na Europa, há mais esta partilha, uma facilidade social, que eu sinto que lá não existe, existe sempre uma barreira. E depois há o clima, é o clima mais extremo que já vivi, atingiu os – 17ºC. Isso para mim foi bastante impeditivo, até a nível biológico. Eu sofri de uma depressão vitamínica, que eu nem sequer sabia que isso existia. Tanto que quando cheguei a Portugal, estava completamente de rastos, e isso sim foi bastante difícil de gerir. Felizmente, na altura, a minha chefe foi bastante compreensiva, en percebeu que eu estava realmente a sofrer.

[Entrevistadora]: Depois da aventura na Suécia, surgiu o doutoramento. Gostarias de nos contar como surgiu esta oportunidade? Se surgiu no contexto do mesmo grupo de trabalho, com a mesma pessoa?

[Entrevistada]: Sim, exatamente. Na altura, a Molly queria muito que eu fosse para a Imperial, porque na altura os alunos de doutoramento, tinham de ir para Londres, não podiam ficar na Suécia. Na altura, eu admito que ainda fui a uma entrevista, e ainda pensei que poderia ser uma hipótese no meu caminho, fazer um doutoramento apenas na Imperial era o sonho, mas acho que já estava bastante cansada de viver fora. Ou seja, já estava numa fase em que tinha vivido, de 6 em 6 meses em diferentes países, começado do zero, começar relações de amizade do zero, e isso estava-me a causar bastante ansiedade. Então na altura decidi voltar para Portugal, fazer o doutoramento no I3S na FEUP, em parceria com a Molly em Londres, sempre foi essa a ideia. E assim não perderia o contacto com ela, com a cidade, com o grupo, com a faculdade, e foi assim que eu tomei essa decisão.

[Entrevistadora]: No contexto do teu doutoramento, que fatores é que te motivaram a seguir para doutoramento? No mestrado já tinhas esta pretensão ou, foi numa fase já final do teu mestrado que pensaste neste próximo passo, digamos?

[Entrevistada]: Como esse estágio, tese de mestrado correu tão bem foi aí que eu coloquei em hipótese fazer doutoramento, se não tivesse gostado tanto das pessoas, do tema e do output porque, na verdade, foi bastante bom eu acho que não teria posto em hipótese o doutoramento, mas como tal se proporcionou realmente coloquei em hipótese e, depois basicamente todas as vagas de emprego que vi em farmacêuticas queriam alguém com doutoramento e foi então um investimento no futuro, ou seja porque eu sabia que seguindo para doutoramento iria começar numa farmacêutica num posto mais acima do que se não o tivesse.

[Entrevistadora]:  Então no fundo, o teu doutoramento acabou por ser uma extensão do teu mestrado? O tema acabou por se manter?

[Entrevistada]: Mais ou menos. Ou seja, eu na Suécia fazia um projeto em que eles descobriram uma parte de uma integrina que impedia um mecanismo ligado a fibrose, mas esse mesmo mecanismo também acontece em cancro então eu escrevi um projeto que era basicamente estudar esse mesmo mecanismo mas em modelos 3D de alginato com uma técnica nova que eles estão a desenvolver no Imperial portanto, foi assim uma adaptação. É a mesma área, mas uma adaptação para uma área um bocadinho diferente.

[Entrevistadora]: E ainda não acabaste o teu doutoramento, mas estás quase portanto que lições foste retirando ao longo deste tempo e também do tempo que passaste na Imperial?

[Entrevistada]: Definitivamente fazer um doutoramento não é para toda a gente. No início, não percebi que para fazer um doutoramento o mais importante era a parte mental e a capacidade de resiliência, porque a maior parte do tempo nós não vamos estar felizes com o output ou seja não vamos estar fulfil com o trabalho que está a acontecer nesse momento, mas é não desacreditar que há uma luz ao fundo do túnel e que as coisas se vão alinhar e somehow vamos conseguir. Essencialmente, era isso que teria avaliado melhor à data, ou seja, se tinha a personalidade certa para fazer um doutoramento, contudo hoje em dia posso dizer que acho que sim. Passaram-se seis anos, em vez de quatro, mas tenho bastante orgulho do doutoramento que consegui fazer e dos outputs que vou retirando do mesmo e, em relação à Imperial foi um bocado uma rollercoaster porque devido ao COVID estive quase para não ir, mas na verdade, até desenvolvemos algo interessante que era uma técnica label free de microscopia para detectar diferentes estádios de cancro de mama. A ideia era tentar tirar uma biópsia sem qualquer tipo de marcação e detectar que tipo de cancro é que o paciente teria e pronto foi isso que eu estive lá a fazer… tive alguns percalços, mas acho que até conseguimos algo interessante para o tempo que tive lá.

[Entrevistadora]: E nesse tempo que estiveste lá como é que descreverias o teu tempo na Imperial College sabendo que está no top? Descreverias como algo competitivo ou até era um ambiente de entreajuda e até saudável?

[Entrevistada]: Ou seja, uma das coisas do grupo em que estive é que valorizava a capacidade social portanto eu acho que ela escolhe um bocado as pessoas também com base nas capacidades em integrar um grupo e acho que foi uma das coisas que mais me atraiu no management do grupo dela era ter esta preocupação com a parte social e como as pessoas se sentiam. Ela perguntava se estava tudo bem e se queria ir almoçar, ou seja ela tinha sempre esta preocupação em perceber como é que cada pessoa do seu grupo se estava a sentir. Isso, obviamente, nos faz sentir em casa e no grupo as pessoas eram excelentes. A pessoa com quem eu trabalhei era um americano e era incansável super helpful, portanto nunca senti essa competição, mas também nunca senti essa competição na Suécia, mas sei que noutros grupos havia e não era uma competição nada bonita portanto acho que sempre tive a sorte no meu caso e no meu projeto de não haver essa competição. Mas só para deixar o disclosure que também não podemos ser naive e às vezes algumas situações… e só para dar o exemplo esse trabalho que fiz em Londres foi em parceria com uma aluna e depois essa aluna apropriou-se do trabalho e usou para outros fins e, por isso temos de nos acautelar.

[Entrevistadora]: Entretanto, mais recente, surgiu a tua veia empreendedora com o surgimento da LeGut então podes-nos dizer como surgiu a ideia e era um projeto que já ambicionavas há alguns anos ou surgiu mais recentemente com a tua experiência no laboratório?

[Entrevistada]: Não, desde a faculdade que tinha tido várias ideias para resolver alguns problemas que existiam no setor de healthcare e esta foi mais uma delas que decidi andar para a frente. Isto surgiu num contexto engraçado em que várias pessoas à minha volta estavam a sofrer com intolerância alimentar, todas elas faziam testes, mas os testes não eram fidedignos. Elas não conseguiam respostas porque mesmo comendo esses alimentos que poderiam ou não poderiam comer elas continuavam a ter intolerância e então começaram a alertar-me que algo não batia certo. Como é que é possível termos um mercado tão grande de testes para intolerâncias alimentares, mas estes testes não nos dão as respostas…algo aqui não estava a bater certo. Então pronto no laboratório, a Yasmin que é a co-founder do LeGut estava a desenvolver uma câmera micro fluídica para uma aplicação completamente diferente e nós pensámos porque não desenvolver para intestino e perceber se pode funcionar. Com esta ideia submetemos à startup school da UPTEC para investigadores e essa escola foi a rampa de lançamento. Ao longo de três meses fomos tendo palestras de diferentes áreas para perceber como é que podemos pegar numa ideia e realmente torná-la numa startup. Na altura o IEEE tinha o programa do Resolve health que basicamente apoiava startups na área da saúde em que basicamente íamos três dias para um retiro ter um curso intensivo de alguém que já tinha tentado criar uma startup e todos os passos necessários e pronto na altura vencemos a startup school UPETEC que foi a nossa rampa de lançamento realmente havia imenso interesse nesta ideia e durante este programa também fizemos a validação da parte médica. Percebemos que por parte dos médicos havia realmente esta necessidade porque nenhum dos testes que existem no mercado são certificados pelos médicos. Pronto, tendo esta primeira apalpação de terreno ganhámos uma entrada para European Innovation Academy e fui com uma bolsa do Santander e basicamente fizemos um curso intensivo de um mês na FEP no Porto em que passámos por todas as áreas…marketing, business, prototyping, IP e estamos com experts maioritariamente americanos que já criaram milhares de empresas a tentar realmente perceber quais as lacunas do nosso negócio, como é que podemos melhorar… do nosso mercado, dos nossos clientes e foi aí que percebemos. Tivemos de abranger o nosso mercado fomos aos Estado Unidos, ao Brasil… aí percebemos que é um problema worldwide e também percebemos que havia uma necessidade por parte dos nossos pacientes. Não era uma realidade só do mercado português mas também na América que seria obviamente o nosso mercado target, target market que também é um problema lá. E foi assim… depois ganhámos a European Innovation Academy e dentro de 100 equipas fomos top 10 e desde aí ..obviamente que isso dá visibilidade e isso é bastante importante quando temos um projeto para virem investidores etc hhm pronto ainda não lançámos com nenhum porque achamos que a nossa tecnologia não está no ponto suficiente para receber investimento de capital privado e esse é o motivo pelo qual ainda não aceitámos nenhum investimento. 

[Entrevistadora]: Desde já muitos parabéns pelo teu percurso, eu iria perguntar-te para quem nos está a ver em casa e gostaria de lançar a sua ideia que conselhos é que deixarias?

[Entrevistada]: Eu acho que o principal era escrevam a vossa ideia, acho que se fosse ver os últimos dez anos as ideias que fui tendo e que hoje em dia há produtos para solucionar esses problemas que identifiquei se calhar não estaria aqui a falar com vocês. Ou seja, eu acho que começar a escrever porque depois essas ideias não passam de ideias se não fizermos nada e depois é começar a procurar..neste momento há imensos programas para apoiar ideias… imensos é surreal mesmo para jovens. Acho que é estar atento obviamente num contexto português estamos um pouco limitados não há assim tantos programas, mas a nível europeu há, principalmente do EIT health. Eles têm imensos programas para criação de valor principalmente na área de saúde e isso é o que eu mais recomendo é estarem atentos a programas de aceleração que permitam pegar numa ideia e acelerar um projeto. Podem estar sozinhos, não precisam de ter ninguém com vocês porque depois realmente há incorporação por parte de co-founder na equipa. Portanto, se tiverem alguma lacuna de uma área específica não é um problema porque depois vão entrar pessoas de uma área específica para dar valor e ajudar nessas áreas. E queria também relembrar que o Santander tem também imensas áreas e imensos programas e eu participei agora no Explorer também para apoiar esta veia entrepreneur. E não desistir, acho que não desistir é das coisas mais difíceis, mas acho que é o melhor conselho que poderia dar.

[Entrevistadora]: O teu percurso é mesmo inspirador para nós e para quem nos está a ouvir e foi mesmo um prazer ouvir a tua experiência que passa pelo estrangeiro e por esta veia empreendedora, e por investigação não é algo que seja muito comum a quem ingressa pelo caminho de engenharia biomédica. Agradecemos-te muito por teres tirado este tempinho para falares conosco.


[Entrevistada]: Obrigada!