Entrevista a Patrícia Silva
Patrícia Silva
Mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade Católica Portuguesa.
A ANEEB teve o prazer de entrevistar Patrícia Silva! A Patrícia falou-nos sobre a sua experiência internacional, nomeadamente do desenvolvimento da sua tese de mestrado na Suécia, no Karolinska institutet, e de um projeto na Twente University, na Holanda!
[Entrevistadora] – Mafalda Aguiar (ANEEB)
[Entrevistadora] – Inês Brites (ANEEB)
[Entrevistadora]: Olá a todos! Então, sejam bem-vindos a mais uma entrevista de “Biomédicos pelo Mundo”! O meu nome é Adriana Santos e pertenço ao departamento de Ensino e Ação Social da ANEEB e estou acompanhada pela Luísa que pertence ao departamento de Formação e Saídas Profissionais. Connosco temos a Matilde Rocha, a nossa convidada de hoje e, antes de mais, queria começar por agradecer-te por teres aceite este convite.
[Entrevistada]: Ora essa!
[Entrevistadora]: Fazendo uma breve introdução, a Matilde tem 23 anos e está, então, prestes a tornar-se Engenheira Biomédica pela Universidade de Aveiro. E no seu projeto de licenciatura desenvolveu sensores de fibra ótica para monitorizar o esforço muscular de cadeirante, um trabalho que resultou na publicação de dois artigos em revistas científicas, tendo um deles sido aceite numa conferência em Estrasburgo, na França, onde pôde apresentar o seu trabalho. Entre fevereiro de 2022 e julho deste ano esteve a trabalhar como investigadora no Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro no âmbito do projeto “Safe home”. E, por fim, em abril deste ano, foi convidada pela Essilor para participar no programa de talentos da empresa, o “Operations Talent Program”. Tendo passado o processo de recrutamento, mudou-se então, mais tarde, para Paris onde ocupa, hoje, a posição de “Junior Category Leader” em sourcing de instrumentos médicos. Concluída esta apresentação, a primeira pergunta que eu tenho para ti prende-se então com esta proposta que acabaste de aceitar e queria pedir-te se nos podes dar algumas informações sobre o teu trabalho e aquilo que a tua empresa faz.
[Entrevistada]: Sim, claro! Então, a Essilor Luxottica é agora uma fusão de duas empresas: a Essilor e a Luxottica. Para quem não sabe, a Essilor é a maior empresa a nível internacional em termos das lentes para os óculos e a Luxottica era a maior em termos das armações e, portanto, daí ter feito sentido para eles ter juntado estas duas empresas, juntaram o melhor dos dois mundos. Mas, eles também trabalham na parte dos instrumentos óticos, que é o meu caso. Eles têm vários tipos de instrumentos, quer para, por exemplo, o corte das lentes para adaptar às armações, e também para diagnóstico de doenças visuais. O meu trabalho incide um pouco nesta parte dos instrumentos, eu estou a trabalhar nesta parte de sourcing, ou seja, eu contacto vários fornecedores para negociar preços, para ver se está tudo em conformidade. Mas sempre na parte dos instrumentos, por exemplo, eu tenho as categorias de gestão plástica, as ferramentas de corte e também agora, mais recentemente, também há a “My Store” que é a parte onde eles também têm um site dedicado aos dispositivos médicos que também vendem. Portanto, eu estou nestas três áreas maiores quanto ao lidar com fornecedores diretamente.
[Entrevistadora]: E achaste muito difícil ingressar no mundo do trabalho quando ainda estás a concluir os teus estudos?
[Entrevistada]: O facto de também ter sido contactada facilitou um pouco esse contacto. Eu inicialmente tinha um certo receio em entrar, digamos no mundo empresarial, porque o meu perfil estava cada vez mais académico pelo facto de ter tido também a minha bolsa de investigação, já ter tido muito trabalho a nível de academia. E não estava, inicialmente, antes de me contactarem, a minha perspetiva era, até, seguir Doutoramento. Mas ainda bem que não, para já. Acho que foi bastante interessante ter ingressado aqui, na Essilor, e acho que não foi difícil porque, apesar de tudo, as empresas procuram alguém trabalhador e, mesmo tendo muita base académica, se eles virem que temos vontade de trabalhar, acho que essa é a principal componente. E o facto também de ter estado inserida e ter participado em diversas associações e mostrar-me proativa também foi uma vantagem para entrar no mundo empresarial.
[Entrevistadora]: Sim e esta pergunta que eu tenho para ti prende-se um bocadinho agora com a tua resposta, mas eu queria perguntar-te se achas que este processo de recrutamento, tu acabaste por ser contactada pela empresa, mas consideras que sendo uma empresa estrangeira, foi muito diferente daquilo a que estamos habituados cá em Portugal?
[Entrevistada]: É assim, apesar de eu ter sido contactada, eu tive de fazer todo o processo de recrutamento igual aos outros e não me garantiam a vaga. Ou seja, eles quando me contactaram disseram que gostavam muito do meu perfil, disseram que gostavam muito que eu me candidatasse porque viam uma potencialidade de eu poder ficar, mas tive de seguir todos os processos. Este processo, em especial, por ser um programa de graduados, foi bastante grande. Eu comecei por uma entrevista telefónica onde apenas reviam o meu currículo para ver se correspondia a alguns dos parâmetros que eles pretendiam. De seguida, tive um momento de testes em que eu tive de fazer testes online psicológicos, a nível de inglês e também a nível de raciocínio. Ainda hoje falava que esse teste de raciocínio, isto também depende de empresa para empresa, mas neste caso tinha um teste de 36 minutos para fazer 24 perguntas com diversos problemas em que tinha de fazer muitas contas e tudo muito rápido. Depois disso, de passar, tive uma entrevista com os recursos humanos, onde eles avaliavam novamente as minhas capacidades e se estaria de acordo com o cargo que eles pensaram para mim. Depois desse processo tive uma entrevista com o meu atual manager, em que é uma entrevista mais técnica, eu tive até duas para dois cargos diferentes e, depois disto, ainda fui para França, a empresa pagou-nos a viagem para irmos passar um dia à Essilor, no meu caso, em Paris. E tivemos, inicialmente, uma nova entrevista técnica com o nosso manager e, no meu caso, também para testar o meu francês porque é essencial para o meu cargo, não para as outras posições mas, para o meu cargo, sim. E também tivemos um momento de avaliação com legos, que eu acho que foi algo bastante interessante e diferente de Portugal porque basicamente tínhamos que fazer um desafio que nos representasse. O primeiro era relativamente a um momento que nos tivesse marcado na vida e tínhamos que o descrever com legos e, portanto, não era uma coisa, digamos óbvia, mas era diferente e nunca tinha visto algo assim. E, em Portugal, eu também não tenho muita experiência com as entrevistas cá mas, acho que especialmente esta fase de ir à empresa e ter uma avaliação em grupo foi bastante diferente em relação ao resto, mas acho que cada vez mais Portugal se assemelha ao que está a começar a haver lá fora, pelo feedback que tenho recebido.
[Entrevistadora]: Tinhas algum apoio, sentiste-te bem recebida quando foste para Paris?
[Entrevistada]: Sim! Nisso, a Essilor é de tirar o chapéu porque foi realmente especial. Eles ajudaram-nos em tudo. Os primeiros seis meses que temos de estar a trabalhar para a empresa garantem-nos a estadia, ou seja, temos casa, luz, tudo pago, o que é realmente uma ajuda muito grande. E, para quem não sabe, em França, para arrendar uma casa, é necessário estar, no mínimo, três meses a trabalhar, ou seja, três meses a contrato, o que dificulta muitos casos porque primeiro precisas de ir para França para poder trabalhar, pronto, precisas do alojamento, primeiro. E, portanto, daí a Essilor ajuda mas, pelo que sei, muitas empresas, pelo menos em França, ajudam sabendo deste problema. E, tirando isso, eles também nos ajudaram sempre com todos os processos burocráticos que são necessários, temos sempre o apoio dos recursos humanos a ajudar.
[Entrevistadora]: Que bom! E eu queria-te perguntar, pronto eu sei que já nos disseste que estavas mais inclinada para o mundo académico, para o Doutoramento mas, quanto à questão de ficar ou sair de Portugal, eu queria perguntar-te se sair de Portugal sempre foi algo que ambicionaste ou se foi algo que nunca esteve nos teus planos e agora surgiu esta oportunidade?
[Entrevistada]: Sim, sim. Eu sempre quis ter uma experiência lá fora. Eu gostava de ter feito Erasmus mas, devido ao Covid, não se proporcionou. Embora tenha feito um programa especial de Erasmus em que era essencialmente online e depois uma semana no país, mas uma semana não é verdadeiramente uma experiência lá fora. Mas sempre quis, sim. Especialmente trabalhar porque, um bocadinho infelizmente mas felizmente, em Portugal trabalhar lá fora é bastante valorizado quando voltamos e então eu queria ter essa experiência de trabalhar noutro tipo de ambiente e acho que também trabalhar noutra cidade com outro tipo de cultura é sempre bom e enriquece-nos de todas as formas. E voltar depois é muito melhor porque vimos com condições muito acima.
[Entrevistadora]: Agora eu queria fazer-te uma pergunta um bocadinho mais sobre os aspectos burocráticos, como disseste sempre com algumas coisas, mas eu acho que muitos estudantes têm aquela dúvida de: “Ok, o que é que eu vou ter que fazer para ir?”. E agora pergunto em termos de fazer seguro de saúde. O alojamento já falaste que vais ter este tempo para agora estares com a empresa. Mas como é que isso vai funcionar?
[Entrevistada]: Ok, então eu tenho que falar pela minha experiência.Quanto à Europa, não é preciso, por exemplo, um visto de trabalho,nem residência. Vocês podem simplesmente mudar e não há qualquer problema. E, portanto, isso é logo uma vantagem. Claro, eu também não sabia inicialmente. Tinha milhares de perguntas, porque era preciso saber todas essas questões, mas lá está a empresa também ajuda muito e o facto de não precisarmos desses vistos é bastante bom. Quanto à questão do seguro de saúde, em França é obrigatório que a empresa nos pague o seguro de saúde. Eles também têm que seguir o serviço público. Claro que não é exatamente igual a Portugal, mas é um pouco semelhante. Mas mesmo com o seguro de saúde, eles são obrigados a fornecer-nos o seguro de saúde. Desde o momento da entrada, não temos que nos preocupar com quaisquer informações. A partir do momento que lhes damos as nossas informações para nos contratar, são apenas passadas e está feito. A nível burocrático, bom, assim de resto acho que uma das coisas que eu para já ainda não tenho, porque ainda estou no período de provação, é uma pequena parte que não é tão boa é o facto de estar nestes primeiros quatro meses de provação, ainda não tenho direito ao seguro de saúde. Ou seja, só a partir de Janeiro, é que vou começar a ter efetivamente ativo e quanto ao número de Segurança Social, que é algo também crucial, porque uma vez que estamos a descontar para os impostos temos de o ter também, só podemos pedir em janeiro. Neste momento é um provisório, mas só terei um oficial a partir de janeiro. Mas a empresa também ajuda e, pelo que sei, o processo não é assim tão difícil, está relativamente bem explicado na internet. É um pouco demoroso, mas também não passa dos 3 meses penso eu, por isso faz-se bem.
[Entrevistadora]:E em relação ao nível de vida de França, tu achas que é muito mais caro do que Portugal?Ou pronto, da tua experiência consegues estar low budget e aproveitar para conhecer um pouco o país ao mesmo tempo? O que é que achas?
[Entrevistada]: É assim, eu achava que era muito mais caro, mas depois de ir para lá e comparar com os preços de Portugal neste momento, não é muito mais caro. É assim, de facto as coisas são mais dispendiosas, principalmente se formos falar em ir jantar fora, porque fica muito mais caro. Aqui se calhar conseguimos ir jantar por menos de 10€. Lá é quase impossível, é quase sempre os 20-30€. Mas mesmo assim, eu tenho feito isso. Saio pelo menos uma vez por semana com os meus colegas e tenho aproveitado ao máximo para ver todas estas atrações. Em Paris, tem a vantagem que nunca há falta de coisas para fazer, há sempre atividades todos os dias. E acho que é uma boa forma, pelo menos com o que estou a receber, sendo um salário digamos normal para quem está a começar como Engenheiro em França. É um bom salário e dá para ir poupando, porque como agora não estou a poupar casa, não estou a pagar casa, vou ter que poupar naturalmente para quando chegar ao momento de começar a pagar.
Os preços de casa são muito superiores, especialmente comparando com Aveiro. Uma renda, por exemplo de um estúdio por mês, sendo por exemplo uma coisa de 16 m quadrado, uma coisa minúscula, são à volta dos 1000€ por mês; um T1 acaba por ser à volta dos 10000-1400€ e isto sem as despesas. Portanto o custo em termos de estadia fica muito mais caro, mas os salários compensam muito mais, não há qualquer comparação. Isso é bom de se ouvir, mais ou menos. Sim, eu acho que os salários compensam bastante bem, mesmo para o que é. Principalmente, se formos a olhar para Portugal, para o salário que um engenheiro começa a trabalhar. Não tem nada a ver. Sim, nós agora olhamos para Lisboa e já vimos que está quase isso, eu estava à espera que tu dissesses porque, eu vivo em Lisboa e fiquei tipo: “Ok!”. Lisboa neste momento tá mais cara, em termos de estadia, que Paris e o salário não tem nada a ver.
Por isso, em Lisboa, vai-se trabalhar para viver e em Paris, pelo menos no meu caso, não. Para já é uma coisa normal.
[Entrevistadora]: “Emily in Paris” tinha razão.
[Entrevistada]: Mais ou menos, ela não anda de metro. Lá não mostra os ratinhos na cidade.
[Entrevistadora]: E relativamente à parte mais cultural, sentes algum tipo de choque ou achas que a língua foi uma barreira para ti para te conectares com as pessoas e te adaptares?
[Entrevistada]: Bom, quanto à parte cultural, por exemplo, ninguém leve mal o que vou dizer, mas em relação a Portugal não há muitas mulheres de burca, especialmente corpo todo e isso foi algo que eu estranhei um pouco porque não estava habituada,especialmente só ver por exemplo os olhos. Não era algo que eu estava habituada, mas não é que seja um choque muito grande. É só porque realmente não estamos habituados a uma realidade tão diferente e lá em Paris o que vejo é que há realmente muita diferença entre culturas, o que também é bom porque conseguimos ter uma experiência muito grande de todas as culturas. Quanto à língua, eu falo ainda um bom francês, que dá para desenrascar. Eu tenho o nível já o B2, portanto não é nada mau. Mas sei que muitos franceses sabem falar inglês e não querem fazer o esforço. Então vir pelo menos com um pequeno nível de francês ajuda, só pelo menos dizer que querem pagar com cartão ou agradecer, essas pequenas coisas que fazem a diferença. Mas de resto tenho colegas meus que vieram sem saber falar francês e que se adaptaram bem na mesma. É uma questão de tentarmos ajustar à situação, pronto, claro que é mais difícil se depois quisermos ter uma conversa mais profunda, mas tudo se faz também.
[Entrevistadora]: Vocês então não tiveram de apresentar nenhum tipo de teste, pronto a comprovar o vosso nível de francês?
[Entrevistada]: Não, não, não, não. Isso eu acho que também depende das empresas, mas no caso Essilor, é uma empresa com já muito multicultural, tem muita gente.
Claro que a língua lá mais falada é o francês, como é óbvio. Também estamos em França, não é? Mas eu vejo que quase toda a gente sabe falar inglês, só por exemplo as pessoas mais velhas, que já estão por exemplo há 40 anos na empresa. Algumas não sabem falar o inglês e pronto daí também o facto do meu caro que ter sido pedido o francês, nos restantes meus colegas não. Eles não necessitavam, apenas o inglês. Mas no meu cargo, como eu tenho de trabalhar com uma fábrica em França que apenas falam francês, então eu tinha que saber alguma coisa para conseguir falar com eles e expressar-me.
[Entrevistadora]: Agora com a tua experiência, que já tens alguma, se pudesses mudar alguma coisa o que é que mudavas? Ou se há assim alguma coisa que tu te arrependas e que gostavas de ter feito diferente?
[Entrevistada]:Bom, eu acho que não, eu acho que tenho aproveitado tudo ao máximo. Acho que tinha dito à minha eu talvez, quando comecei em setembro, para ter um pouco mais calma, porque é normal sentirmos perdidos. Seja no primeiro emprego, segundo,… Não interessa! Quando começarmos um emprego. É sempre normal. Estamos a ter uma nova adaptação, especialmente no novo país. Ok, não é fácil começar e deixar tudo o que tínhamos, porque as saudades da família sentem-se sempre, por mais próximos ou não, sentem-se sempre. Não deixa de ser casa. E eu no início senti-me um pouco perdida, naturalmente, mas o facto de eu ter falado com meu Manager e ter dito: “Eu sinto que estou a ter pouco trabalho. Eu sinto que se calhar este não é o melhor caminho”. E ele foi super compreensivo, e assim é que deveria ser sempre, e ajudou-me a encontrar algo que fosse mais aos meus encontros em termos de interesses e também me ajudou a orientar mais na empresa. E isso, acho que cada vez mais, ou pelo que eu vejo também pela experiência com os meus colegas, não só na Essilor mas em quase todas as empresas, cada vez mais há pessoas que que dão treinos aos novos para ambientarem o máximo possível e não ser um processo tão difícil quando começamos uma nova posição.
[Entrevistadora]: Uma questão que nós temos para ti, é se tens algum conselho que queiras dar a alguém que nos esteja a ouvir e que planeie também em ir para fora tal como tu? Bom, não tenham medo de arriscar. Eu acho que vai ser sempre uma experiência boa. Eu no início custou-me. Ok, é normal. Vai custar sempre, mas é muito bom e vão tirar muito proveito da experiência. Sejam curiosos, não tenham medo de dizer que não estão bem e como é que podem procurar estar melhor, porque foi realmente aquilo que eu fiz. Eu tentei sempre explicar ao meu Manager a dizer-lhe que: “Ok, eu não estou a sentir-me tão confortável nesta parte. Podes-me explicar ou podemos seguir um outro caminho?”. Realmente a base da comunicação é importante para tudo e o facto de quando mostram vontade em trabalhar, nunca vai ser desvantajoso, pelo contrário. Ser proativos é sempre o melhor. Ter muita curiosidade é mesmo um “must”.
[Entrevistadora]: Pronto, muito obrigada. Não sei se a Luísa tem mais alguma questão que queiras colocar?
[Entrevistadora]: Não eu só queria agradecer, acho que foi uma conversa muito interessante e acho que os estudantes vão gostar muito de ouvir e acho que ter alguém no nosso podcast que vive em Paris, é uma coisa assim extraordinária.
[Entrevistada]: Sim, ora essa. E se alguém precisar de me contactar estejam à vontade. Estou sempre pronta para ajudar no que puder.
A ANEEB agradece por teres aceite esta entrevista e pela partilha da tua experiência fora de Portugal, esperando com isto ajudar outros estudantes que estejam prestes a tomar esta decisão. Votos de sucesso