Presenças em Eventos
XIX Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica
- 1ª Palestra
- Debate
- 2ª Palestra
- 3ª Palestra
- 4ª Palestra
- 5ª Palestra
- Workshops
- Roundtable
Time for Makers to remake the World
Jon Schull foi o primeiro orador do XIX ENEEB, com a palestra “Time for Makers to remake the World”. Nesta apresentou a sua organização sem fins lucrativos, a E-nable, que fabrica próteses dos membros superiores, principalmente para crianças, através de impressão 3D.
O que é especial sobre esta ONG é que as mãos e braços produzidos não tentam imitar a morfologia humana e, em vez disso, tomam a forma dos super heróis favoritos de cada um: do Homem-aranha ao Homem de Ferro, cada criança tem a oportunidade de transformar a sua deficiência num superpoder. Nas palavras de Jon, “what we’ve noticed through the years is that the prosthetic is not about what the hand can do, like reach and grab things, but how it allows connection. Being able to give their dad a hug, or playing with friends”
Com um carisma inigualável, Jon encheu a sala de esperança para um futuro melhor e motivação para fazer parte da sua construção. No final, deixou a mensagem de que fazer algo é substancialmente melhor do que não fazer nada, e de que tudo o que é preciso para gerar impacto é uma comunidade de pessoas que o queiram fazer.
Resiliência do sistema de saúde português pós-pandemia
Com a crise sanitária global e destacando a importância da resiliência dos sistemas de saúde, os especialistas em saúde de renome, incluindo Adalberto Campos Fernandes, Maria do Céu Fernandes, Mónica Oliveira e Miguel Castanho, reuniram-se para analisar os desafios enfrentados pelo sistema de saúde português durante a pandemia.
Adalberto Campos Fernandes, ex-Ministro da Saúde, trouxe pontos de vista valiosos sobre as políticas de saúde pública e a importância do investimento contínuo no sistema de saúde. Já Maria do Céu Fernandes, uma destacada epidemiologista, partilhou perspetivas sobre como preparar melhor o sistema de saúde para enfrentar futuras pandemias. Mónica Oliveira, especialista em inovação em saúde, destacou a importância da adoção de tecnologias emergentes para melhorar a eficiência e a qualidade dos cuidados de saúde em Portugal. Enquanto isso, Miguel Castanho, um reconhecido cientista, enfatizou a necessidade de investir em pesquisa e desenvolvimento para enfrentar os desafios de saúde do futuro.
No final da discussão, ficou claro que há consenso entre os especialistas sobre a importância de fortalecer o sistema de saúde português, não apenas para responder a crises imediatas, mas também para garantir uma saúde pública robusta e resiliente a longo prazo. Com a colaboração e o compromisso contínuos dos líderes de saúde e da sociedade em geral, Portugal pode estar bem preparado para enfrentar os desafios futuros da saúde com confiança e resiliência.
Que MVP os investidores procuram?
Nesta palestra, Francisco Tenente, fundador da 3DWays, forneceu uma visão do seu percurso, da criação da sua startup e ainda de formas práticas de transformar uma ideia num produto.
Francisco mostrou que, para se ser empreendedor, basta ter uma ideia, sendo depois apenas necessário descobrir a forma correta de a desenvolver. Para este fim, ao longo da palestra, foram partilhados vários conselhos com a plateia, sublinhando que, depois de termos uma ideia, é necessário auscultar o mercado para saber se esta é uma necessidade por parte do público. Para além disso, Francisco referiu que o Minimal Viable Product (MVP) deve ter um equilíbrio entre baixo custo e a presença das principais características que pretendemos ver no produto final.
Assim, de um modo geral, foram abordados os principais pontos a ter em consideração aquando da criação e execução de uma ideia.
Inteligência Artificial na saúde
Nesta palestra, António Vaz Carneiro destacou a rápida evolução do conhecimento e da tecnologia, especialmente no campo da inteligência artificial (IA). O orador abordou a importância da duplicação do conhecimento e das bases de dados, alertou para os perigos dos dados descontextualizados e discutiu ainda a capacidade da IA em replicar habilidades humanas.
António provocou reflexões sobre o papel futuro da IA na medicina, observando melhorias no diagnóstico. No final, concluiu-se que estudos comparativos mostram consistência entre a IA e os médicos, embora a IA possa ser mais rápida em algumas situações. Essas reflexões destacam o impacto da tecnologia na prática médica e no conhecimento humano.
Brain Stimulation. Principles, paradigms and applications
Nesta palestra, o mundo da estimulação cerebral foi explorado. A Catarina Duarte falou um pouco sobre o seu trabalho no ICD, onde trabalha enquanto engenheira biomédica, na área da estimulação magnética cerebral.
A oradora explicou de que forma a atividade elétrica e magnética consegue interferir com a atividade neuronal em zonas restritas e localizadas do córtex. Esta é uma área ainda em desenvolvimento, no entanto Catarina investiga atualmente como funciona esta estimulação no cérebro. Além disso, faz o acompanhamento de doentes com Parkinson, onde o uso desta tecnologia permite melhorar os sintomas da doença, como os tremores.
Organoid engineering for modeling organ development and disease
A destacada investigadora Maria Margarida Diogo trouxe à luz o vasto potencial da engenharia de organóides na compreensão do desenvolvimento de órgãos e na abordagem das doenças que afetam o corpo humano.
Durante a sua apresentação, Maria Margarida Diogo enfatizou a importância destas estruturas na modelação de condições médicas complexas, tais como doenças genéticas raras, cancros e infeções virais.
Uma das vantagens cruciais dos organóides é a sua capacidade de personalização, permitindo a adaptação às especificidades genéticas individuais dos pacientes. Isto abre portas para uma medicina mais personalizada e eficaz, além de proporcionar uma plataforma valiosa para o teste de novas terapias e drogas.
Com o investimento contínuo em investigação e o avanço das tecnologias, é possível que esta abordagem revolucionária, não só aprofunde o nosso entendimento sobre os processos biológicos fundamentais, mas também transforme significativamente a forma como são feitos os diagnósticos e são tratadas as doenças humanas.
Control of Exoskeletons and Bionic Systems
Neste workshop promovido pela Nuada, uma empresa que produz exoesqueletos para a mão, os participantes aprenderam sobre a história dos exoesqueletos e as suas potencialidades, sendo foram convidados a construir o seu próprio exoesqueleto através do uso de uma corda e fita-cola.
Os risos e sugestões encheram a sala e, durante 1h, todos foram engenheiros, contribuindo para o resultado final: um braço que, através de manuseamento das cordas em locais estratégicos, se mexia sozinho.
Escrita Científica
O workshop de escrita científica conduzido pela conceituada Raquel Conceição, reconhecida pela sua vasta experiência na área, trouxe consigo, não só conhecimento teórico, mas também uma variedade de dicas e estratégias úteis para aprimorar a escrita científica. O ambiente íntimo proporcionado permitiu uma interação próxima entre os alunos e a oradora.
Os alunos foram incentivados a trabalhar num exercício de escrita durante a sessão, aplicando imediatamente os conceitos discutidos, o que proporcionou a oportunidade de desenvolverem as suas habilidades de escrita de forma tangível.
The role of Biomedical Engineering in the 21st century
Nesta mesa redonda, os coordenadores de curso da FCUL e do IST juntaram-se para discutir qual o panorama para os engenheiros biomédicos deste século.
Num tom esperançoso, falaram das potencialidades dos engenheiros biomédicos no mundo empresarial, da forma como as universidades estão a tentar alterar os seus planos curriculares para oferecer mais valências aos estudantes deste curso, como Portugal se posiciona face ao mundo nesta área, e como esperam que a profissão evolua face às novas tecnologias.
O Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica (ENEEB) é um evento anual, com a duração de 4 dias, realizado por estudantes para estudantes, que reúne alunos do curso de Engenharia Biomédica, proporcionando várias atividades de caráter pedagógico e lúdico, tais como workshops, palestras, visitas a empresas, debates, oportunidades de networking e momentos de convívio.
A ANEEB parabeniza a organização que se demonstrou sempre disponível, pedindo sempre feedback e auxiliando os participantes na eventualidade de surgirem problemas.
Nos dias 2 e 3 de dezembro de 2023, a ANEEB marcou, mais uma vez, presença no Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), que decorreu em Coimbra, mais concretamente, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.
A Ordem de Trabalhos para os dois dias incluiu temas desde a ação social à empregabilidade e internacionalização, passando ainda pelo regime jurídico do Associativismo Jovem.
A ANEEB gostaria de congratular a organização do evento, assim como todas as restantes estruturas envolvidas.
ENDA - Coimbra
Nos dias 2 e 3 de dezembro de 2023, a ANEEB marcou, mais uma vez, presença no Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), que decorreu em Coimbra, mais concretamente, na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra.
A Ordem de Trabalhos para os dois dias incluiu temas desde a ação social à empregabilidade e internacionalização, passando ainda pelo regime jurídico do Associativismo Jovem.
Plenário Inicial
No Plenário Inicial, começou por ser votada e aprovada a ata do ENDA Almada, que decorreu nos dias 2 e 3 de setembro na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Para além disso, procedeu-se à aprovação de dois Relatórios dos Representantes dos Estudantes nos Órgãos Nacionais e à reeleição de Fábio Zacarias como Representante dos Estudantes Universitários no Conselho Consultivo da A3ES. Por fim, foi eleito o programa desta edição, bem como, os presidentes de mesa para os seguintes plenários.
Ação Social e Abandono Escolar
O segundo plenário abordou temáticas relacionadas com ação social. Como tal, a FAL começou por apresentar uma moção intitulada “Alimentação em contexto de estágio curricular”. Nesta foi defendido que muitos dos estudantes a realizar estágios ficam privados da refeição social das cantinas. Como exemplo, foi exposto o caso dos estudantes de medicina da Nova Medical School que, no local de estágio, se vêm obrigados a pagar mais do dobro do valor da refeição social para almoçar. Assim, foram propostas três medidas: a criação de acordos entre as entidades de estágio e as Instituições de Ensino Superior; a criação de cartões de refeição; e ainda, a imposição de descontos diretos nas refeições nos locais de estágio ou reembolso retroativo da diferença entre o valor pago pelos estudantes e o valor da refeição social. Discute-se ainda a importância de garantir que as refeições nos locais de estágio sejam completas e que tenham a mesma tipologia da refeição social.
Ainda no âmbito deste plenário, a FAL apresentou uma segunda moção intitulada “O verdadeiro custo da academia”. Nesta foram referidos vários estudos que apontam valores elevados de propinas e alojamento, com particular destaque para um estudo desenvolvido pela própria Federação que contou com cerca de 1200 respostas. Assim, a moção propõe que a atribuição automática das bolsas de estudo passem a ser feitas por candidatura e por ciclos de estudo, de modo a diminuir a quantidade de erros do sistema. Para além disso, foi proposto que o complemento do alojamento seja desintegrado da atribuição de bolsas.
De seguida, foi apresentada a moção “Mais Alojamento” pela FAP, que abordou a necessidade de combate ao arrendamento e mercado paralelo. Assim, as propostas da moção incluem o aumento de proteção e fiscalização para que sejam evitadas situações de despejo e de subidas abruptas das rendas. Foi ainda discutida a necessidade de garantir a existência de contratos de arrendamento e, para além disso, propôs-se a criação de apoios que suportem 50% das despesas dos estudantes não bolseiros.
A última moção do plenário, “Ação no Social e Abandono Escolar”, foi apresentada pela FNAEESP e propõe o reforço da bolsa mínima, que apenas cobre o valor da propina, e o aumento da elegibilidade. Além disso, é defendido que os agregados familiares monoparentais e anaparentais passem a constar no regulamento da ação social.
Internacionalização
O seguinte plenário abordou a internacionalização, tendo começado com a apresentação de uma moção da FAL chamada “Endogamia académica no Ensino Superior”. Foi referida a elevada taxa de endogamia académica em em Portugal, sendo comum haver um período de imobilidade dos profissionais que fazem doutoramento e, de seguida, lecionam na mesma instituição. Tal fenómeno provoca o fechamento da evolução pedagógica. A internacionalização é apresentada como uma possível resposta para combater a endogamia na academia.
Posteriormente, a FNAEESP apresentou a moção “Pontes para o futuro: propostas para fortalecer a internacionalização no Ensino Superior”. A creditação é exposta como sendo um dos grandes problemas da internacionalização, sendo também abordados os temas da dupla titulação, da inovação pedagógica, e a rede das universidades europeias. A moção propõe, assim, que seja feito o reforço das bolsas do programa Erasmus dada a instabilidade política da Europa.
A última moção do plenário, da AEFCSH, foi intitulada “Pela saída de Portugal do Processo de Bolonha”. A associação defende que o processo, introduzido em Portugal em 2006, conduziu à eliminação de UCs fundamentais ao desenvolvimento dos estudantes, à promoção da industrialização e capacitação meramente para o mundo do trabalho, ao contrário da promoção do espírito crítico. Para além disso, defende que a condensação dos cursos tirou qualidade ao ensino. Assim, propõe a remoção de Portugal deste processo, a integração dos mestrados desintegrados e o reforço estrutural do Ensino Superior público com o fim das barreiras económicas colocadas aos estudantes. Uma vez aberto o período de intervenções, as restantes associações presentes debatem se a retirada de Portugal do processo de Bolonha constituirá ou não um retrocesso e um entrave à mobilidade dos estudantes no espaço europeu.
Plenário Final
No plenário final, foi apresentada e votada a candidatura à realização do próximo ENDA, que se realizará nos dias 24 e 23 de fevereiro de 2024 no Algarve.
15TH Workshop on Biomedical Engineering (15TH WBME)
O Workshop on BioMedical Engineering (WBME) ocorre anualmente na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e é organizado pelo Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica (IBEB) e pelo comité de estudantes dos cursos de graduação e mestrado em Engenharia Biomédica e Biofísica (NE2B2). Esta conferência visa integrar uma variedade de tópicos diferentes relacionados à pesquisa biomédica, bem como proporcionar aos participantes, incluindo estudantes de graduação e pós-graduação, bem como pesquisadores médicos, uma perspectiva mais ampla sobre as contribuições que um engenheiro biomédico pode fazer no mundo de hoje. O evento inclui várias palestras, com temas escolhidos pelos estudantes, e oportunidades de networking.
Este ano estiveram presentes na sessão de abertura o professor Nuno Matela, coordenador da Licenciatura em Engenharia Biomédica e Biofísica na FCUL e Maria Lourenço, em representação da ANEEB.
Durante o dia, os participantes tiveram a oportunidade de assistir a diversas palestras com diversos temas distintos, dentro das quais, “Scalable, Lightweight, Integrated and Quick-to-Assemble (SLIQ) Hyperdrives for Functional Circuit Dissection”, apresentada pelo Dr. Miguel Remondes, investigador principal no iMM-JLA. De modo muito resumido, destacou-se que a capacidade de escolher ações com base em objetivos é essencial para a sobrevivência, mas também devemos adaptar o comportamento a mudanças inesperadas. Isso envolve conexões no cérebro, especialmente entre o hipocampo e as áreas corticais. Disfunções nesse circuito estão relacionadas a condições como o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Para entender melhor o comportamento adaptativo e suas disfunções, o Dr. Miguel Remondes estuda roedores usando técnicas de registo e manipulação neural. Os seus estudos também visam reverter disfunções do TEA, explorando mecanismos de plasticidade neural.
De seguida, falou o Dr. João Santinha, Chief AI Medical Image Officer do Digital Surgery LAB na Fundação Champallimaud, sobre “Utilizing Artificial Intelligence and Augmented Reality to Enhance Breast Cancer Surgery” no contexto do projeto MetaBreast que está a decorrer na Fundação Champallimaud. Nesta sessão falou-se, essencialmente, que ao mesmo tempo que o cancro da mama é o mais comum, é também a doença cujas cirurgias atuais são as mais arcaicas e afetam a qualidade de vida dos pacientes. Destacou-se o projeto MetaBreast, que desenvolve dispositivos médicos inovadores para melhorar cirurgias, resultados de pacientes e eficiência de equipas oncológicas, economizando custos no sistema de saúde.
Seguidamente, a Dr. Juliana Dias, Investigadora no Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto, que partilhou conhecimento sobre “The Crucial Role of Electrospun-Based Biostructures in Promoting Tissue Regeneration”. A Dr. Juliana Dias referiu que “a tecnologia de electrospun está a transformar a engenharia de tecidos ao permitir a criação de suportes que imitam as estruturas dos tecidos naturais.” Esta abordagem inovadora envolve a deposição precisa de fibras de polímero ultrafinas, que promovem a adesão e o desenvolvimento celular. Os tipos de polímeros utilizados desempenham um papel essencial, variando de sintéticos a naturais, com diferentes propriedades. A combinação de electrospun e a escolha adequada de polímeros amplia as possibilidades da engenharia de tecidos, potencialmente revolucionando a medicina regenerativa.
Na parte da tarde, começou-se com uma roundtable intitulada por “From Idea to Impact: Nurturing Start-ups”, com a participação de Mariana Oliveira, Co-founder of IMAGI, Dr. Hugo Silva, Chief Innovation Officer da Plux, e o Eng. Hugo Andrade, Biomedical/Software Engineer da Nuada, moderado pela Professora Ana Prata, professora convidada na FCUL na área do empreendedorismo. As entidades representadas representaram, de certa forma, o propósito da roundtable, de cobrir as 3 perspetivas do percurso desde o projeto, criação da start-up e por fim, concretização numa empresa. Nesta sessão, abordou-se não só o percurso de cada entidade representada, como também dos representantes, as dificuldades que enfrentaram e também as conquistas. Temas como as burocracias que surgem, o papel de fazer parcerias, o impacto que procuram ter na sociedade e os próximos passos do projeto /start-up/empresa também tiveram lugar.
A última palestra do dia, best alumnis, foi apresentada pela estudante que mais se destacou na tese no ano anterior, sendo, neste caso, Mariana Franco. Nesta edição contou-se com o tema “Identifying Motor Neurons Involved in Pulsatile Muscle Activity Signalling”, realizada na Fundação Champallimaud, na qual se debruçou sobre o uso de moscas-da-fruta.
Ao longo da semana ocorreram diferentes workshops, para proporcionar aos estudantes algumas hard-skills potencialmente úteis no seu futuro.
O primeiro ocorreu no dia 9 de outubro e consistiu numa visita ao Centro de Física Teórica e Computacional (CFTC). Foi uma experiência enriquecedora que proporcionou aos participantes uma imersão profunda no mundo da pesquisa interdisciplinar e inovadora. Durante esta visita, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a ciência e a computação que se desenvolve do CFTC. Um aspeto particularmente fascinante da visita foi a exploração das oportunidades que o CFTC oferece no campo da simulação computacional em biomedicina e biofísica. Em resumo, a visita ao Centro de Física Teórica e Computacional ofereceu uma janela para o mundo fascinante da pesquisa científica e computacional de vanguarda, com um foco especial nas aplicações na engenharia biomédica.
Neste segundo workshop, que ocorreu no dia 11 de outubro, os participantes desenvolveram uma compreensão sólida dos princípios fundamentais de utilização do Arduino, explorando a sinergia entre componentes de hardware e software. Este evento proporcionou uma base abrangente para aqueles que desejam dominar a arte de criar e programar dispositivos eletrónicos.
Com um foco específico na leitura de sensores de luz, os participantes tiveram a oportunidade de aplicar os conhecimentos recém-adquiridos. Foi exemplificado como conectar sensores de luz ao Arduino, a ler dados a partir desses sensores e a interpretar esses dados por meio de programação. Isso permitiu que os participantes desenvolvessem habilidades práticas em coletar e processar informações sensoriais, um aspecto crucial em muitos projetos eletrónicos. No geral, o workshop proporcionou uma experiência imersiva e prática que capacitou os participantes a explorar o potencial criativo do Arduino.
Por fim, no dia 13 de outubro, os participantes tiveram a oportunidade de mergulhar no universo do MATLAB e nas suas aplicações vitais no contexto de desafios associados a sinais biomédicos. Este evento foi projetado com o propósito de fornecer aos participantes insights valiosos e práticos para lidar com problemas complexos e cruciais na área da Engenharia Biomédica. O workshop iniciou-se com uma sessão introdutória, na qual se apresentou conceitos fundamentais de aprendizado de máquina e processamento de sinais, garantindo que todos os participantes estivessem na mesma página em relação ao conhecimento necessário. A partir deste ponto, o workshop evoluiu para uma experiência prática e envolvente no MATLAB. Através desta atividade, eles puderam aprofundas a sua compreensão sobre as técnicas e ferramentas disponíveis nesta linguagem de programação para analisar e extrair informações de dados biomédicos.
Concluindo, uma vez mais o WBME conseguiu servir de ponte entre os estudantes e as oportunidades que o curso de Engenharia Biomédica tem a oferecer, tendo mantido o seu destaque na qualidade da organização e da informação disponibilizada.
O Workshop on BioMedical Engineering (WBME) ocorre anualmente na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e é organizado pelo Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica (IBEB) e pelo comité de estudantes dos cursos de graduação e mestrado em Engenharia Biomédica e Biofísica (NE2B2). Esta conferência visa integrar uma variedade de tópicos diferentes relacionados à pesquisa biomédica, bem como proporcionar aos participantes, incluindo estudantes de graduação e pós-graduação, bem como pesquisadores médicos, uma perspectiva mais ampla sobre as contribuições que um engenheiro biomédico pode fazer no mundo de hoje. O evento inclui várias palestras, com temas escolhidos pelos estudantes, e oportunidades de networking.
A ANEEB parabeniza o NE2B2 pela organização deste evento, felicitando a sua concretização e na esperança de poder estar presente em próximas edições.
No passado dia 19 de setembro de 2023, a ANEEB foi convidada pela Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde (APEG Saúde) a participar na conferência “Os desafios atuais da gestão dos grandes hospitais”. A conferência foi proferida pela Senhora Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte, Ana Paula Martins, no Hotel PortoBay Liberdade em Lisboa.
A ANEEB agradece o prazeroso convite da APEG Saúde para estar presente na Conferência, felicitando a Associação por promover oportunidades de partilha de conhecimento essencial para o salutar da saúde em Portugal.
Evento - “Os desafios atuais da gestão dos grandes hospitais”
No passado dia 19 de setembro de 2023, a ANEEB foi convidada pela Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde (APEG Saúde) a participar na conferência “Os desafios atuais da gestão dos grandes hospitais”. A conferência foi proferida pela Senhora Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte, Ana Paula Martins, no Hotel PortoBay Liberdade em Lisboa.
Ana Paula Maria começa por apresentar algumas fases do seu percurso profissional, nomeadamente a sua formação a nível das Ciências Farmacêuticas, passando por outros cargos como o de Professora Auxiliar na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e o de Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, que exerceu até 2022. Atualmente, assume o cargo de Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte, que denota como a sua função mais desafiante e gratificante até à data.
O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte integra o Hospital de Santa Maria, o maior Centro Hospitalar Universitário do país. Deste modo, Ana Paula Martins realça alguns dos desafios que o Hospital enfrenta enquanto peça central na prestação de cuidados na cidade de Lisboa, recebendo também utentes externos que são encaminhados para o Hospital de Santa Maria. Neste sentido, destaca a importância de se garantir a aplicação de um sistema de urgências referenciado que permita uma melhor gestão das urgências e dos recursos do Hospital e impeça tempos de espera significativos para doentes urgentes, uma vez que, atualmente, vários utentes em situações de doença não urgente acabam por saturar o serviço de urgências. Para além disso, Ana Paula Martins refere que uma recuperação da atividade assistencial está a ser bem conseguida, estando em prática, tanto no sistema público (SNS), como no privado. Não obstante, a mesma não está a ser suficiente, nomeadamente na área cirúrgica.
Ana Paula Martins tece ainda considerações acerca das dimensões de sustentabilidade articuladas com as formas de liderança, onde reconhece que, na sua ótica, apesar do Conselho de Administração ser o núcleo da gestão e de formas de governança, é essencial que o Hospital esteja dotado de uma capacidade de encontrar outros profissionais que possam ajudar e que façam a diferença, mesmo que a um nível micro. A mesma considera que os Hospitais devem estar orientados para a governança clínica, onde os Diretores de Serviço e outros devem ser catalisadores, com uma ação mobilizadora e atrativa, que não seja disruptiva, mas motivadora para os restantes profissionais que envolvem, sendo igualmente importante exigir coragem em todos os níveis de cadeia de responsabilidade. Para este comportamento de ação positiva, Ana Paula Martins considera que é necessário criar condições apelativas e atrativas para os profissionais de saúde. Em particular, a adoção de novas tecnologias na área da saúde, nomeadamente na área da Cirurgia Robótica ou de sistemas de informação, é um fator que contribui para o interesse da comunidade médica, encontrando-se indissociável da natureza organizacional, económica e social das Instituições de Saúde para a sua adoção. No caso do Hospital Santa Maria, Ana Paula Martins destaca a importância de inovar na cirurgia robótica e na aplicação de instrumentos de gestão e de processamento célere dos dados.
Ana Paula Martins considera ainda que um dos desafios atuais da gestão dos grandes Hospitais passa por garantir uma articulação dos cuidados de saúde através da criação de sistemas de interoperabilidade onde são essenciais redes de financiamento, recursos humanos e um investimento.
Numa perspetiva futura, Ana Paula Martins destaca a pretensão do Hospital Santa Maria em duplicar o número de ensaios clínicos nos próximos anos, sendo, para tal, importante a profissionalização e o alinhamento de interesses. Na verdade, considera serem necessários dois investimentos na saúde. Por um lado, é premente um investimento na Medicina Preditiva, onde são necessários incentivos para os programas de medicina de prevenção, sendo primária a eleição dos que trazem mais ganhos em saúde e diminuem o peso do financiamento. Por outro lado, é necessário o investimento num modelo que dê resposta aos problemas dos cuidados de saúde primários.
Ana Paula Martins deixa uma visão esperançosa para o futuro da saúde, referindo a existência de múltiplas oportunidades onde é necessário um planeamento conjunto do SNS e do sistema privado.
ENDA Castelo Branco 2023
Nos dias 24 e 25 de junho, a ANEEB marcou novamente presença no Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) de Castelo Branco, que decorreu no Cine-Teatro Avenida.
Plenário A – Plenário inicial:Por volta das 11h15 foi iniciado o primeiro plenário, que começou pela verificação da posse do comando de voto por parte dos delegados. Neste plenário foi aprovada a ata do ENDA anterior, que decorreu no Porto, o programa desta edição, e os presidentes de mesa.
Plenário B – Regimento Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) :O Plenário B iniciou com a apresentação da moção “Por uma revisão Integral do RJIES” pela FAL onde no geral procuraram alterações tendo em vista uma premente revisão do RJIES no âmbito de vários temas que foram destacatados, nomeadamente, autonomia das Instituições, Consórcios (sinergias) entre Instituições de Ensino Superior, Serviços de Ação Social, e apoio ao Associativismo Estudantil. Esta moção não foi aprovada.
A segunda moção apresentada foi realizada pela FNAEESP que teve o intuito de revisão do RJIES, de modo a que este esteja atualizado e pronto para responder às necessidades das IES. Defende a reformulação de diversos tópicos, entre os quais, reforçar o sistema binário de modo a que haja apenas dois tipos de instituição e reformulação da temática do trabalhador-estudante, para que as IES criem as condições necessárias para os apoiar. Tal como a moção anterior, esta também não foi aprovada.
Antes de terminar o plenário, a FAP apresentou três moções para revisão do RJIES, especificamente sobre ação social, consórcios e o estatuto do estudante do ensino superior. Na primeira moção referida, propôs a reconfiguração do funcionamento do sistema de ação social e dos Serviços de Ação Social, tendo em consideração as adversidades identificadas ao longo dos últimos 15 anos e novos desafios, designadamente no alargamento da base de recrutamento para o Ensino Superior e consequente necessidade de captação de novos públicos. Quanto aos consórcios, consideram relevante o Estado criar incentivos financeiros que levassem as IES a aumentar o nível de colaboração por esta via formal, quer no contexto nacional, quer em termos internacionais. E quanto aos estatutos, consideram fundamental consagrar legalmente os direitos e os deveres dos estudantes do Ensino Superior para dirimir desigualdades e promover a equidade no sistema de Ensino Superior público. No final, as três moções apresentadas pela FAP foram aprovadas. Por volta das 11h15 do dia 25 de junho iniciou-se o 2º dia com um workshop intitulado “Orçamento de Estado” dado por Luís Rebelo.
Plenário C – Orçamento de Estado:Após o workshop, foi dado início ao terceiro plenário, a AEFLUL apresentou a moção “As Insuficiências do Alojamento Estudantil” onde pretendiam que haja alojamentos públicos suficientes para todos os alunos deslocados das universidades públicas. Esta moção foi aprovada.
De seguida a FAL apresentou a moção “A Garantia de Acesso à Saúde pelos Estudantes de Ensino Superior” onde no geral pretendiam o estabelecimento de protocolos entre os SAS de cada Instituição de Ensino Superior e prestadores de serviços de saúde, público ou privados, de forma aos estudantes usufruírem de consultas em diversos ramos da medicina. Esta moção foi aprovada. Para além desta moção, a FAL apresentou mais duas moções, intituladas por “Mais e melhor na dotação orçamental para a Bolsa de Ação Social”, onde propôs uma revisão do RABEEES de forma a ir mais ao encontro à realidade socioeconómica atual, e por “O Paradigma Atual dos Transportes Públicos e o seu Impacto na Vida dos Estudantes do Ensino Superior” onde se propõe uma melhoria na rede de transportes, tanto a nível de alcance como de periodicidade, propondo também uma revisão no complemento de deslocação e de descontos para os estudantes beneficiários de Ação Social direta, mas também para os restantes. Estas moções foram aprovadas.
Posteriormente, o FNAEESP também apresentou três moções. Começou pela moção “Financiamento dos CTeSP: uma oportunidade de formação” onde propôs que o financiamento para os cursos técnicos superiores profissionais seja diretamente feito pelo Orçamento de Estado, e para os cursos que não são financiados através de fundos europeus pelas CCDR. A segunda moção apresentada foi “IPDJ: um investimento necessário” onde propôs que exista um maior investimento do Orçamento de Estado nas políticas do movimento associativo e que haja por parte do Instituto Português de Desporto e Juventude mais financiamento para ser atribuído às associações estudantis do ensino superior. Por fim, apresentou a moção “Orçamento de Estado 2024” onde se propôs um financiamento adequado do Ensino Superior para garantir a qualidade do ensino, permitindo às Instituições investir em recursos pedagógicos, atualizar as infraestruturas, promover a pesquisa e a inovação. Estas moções foram aprovadas.
A FAP apresentou a moção “Orçamento do Estado + Superior” onde se apresenta um conjunto de propostas a incluir no Orçamento de Estado de 2024 tanto no financiamento das Instituições de Ensino Superior, Ação Social, Fiscalidade e Ciência e Investigação. Esta moção foi aprovada.
Plenário D – Medidas conjuntas:A FAL apresentou ainda cinco moções, sendo que uma delas foi apresentada em conjunto com a ANEM. Começaram por apresentar “A Verdadeira Fixação de Jovens pelo Programa +Superior”, que se foca em apresentar melhorias e alterações ao Programa +Superior de modo a que a sua atribuição esteja adequada às necessidades e interesses dos estudantes. De seguida, apresentaram a moção “Por um Estatuto de Estudante de Ensino Superior”, onde propõem a criação de um Estatuto de Estudante de Ensino Superior e de medidas que apoiem os mesmos. A terceira moção apresentada foi “Alimentação de qualidade para os Estudantes” que pretende dar um contributo positivo para a discussão relativa à mobilidade nacional. A última moção apresentada unicamente pela FAL foi “Alimentação de qualidade para os Estudantes” onde procuram garantir uma melhoria na qualidade das refeições servidas pelos serviços sociais. Estas moções foram aprovadas. Como referido anteriormente, a última moção apresentada pela FAL foi em conjunto com a ANEM e intitulada por “Por um Ensino Superior mais Verde” onde apresentam propostas de modo a alcançar a neutralidade carbónica até 2030, a par da minimização da totalidade da sua pegada ecológica. Esta moção foi aprovada.
Plenário E – Plenário final:Por fim, no Plenário Final, foi apresentada e votada a candidatura à realização do próximo ENDA, a ter lugar nos dias 2 e 3 de setembro de 2023 em Almada, pela Associação dos Estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. >
Não havendo declarações de voto, o Presidente de Mesa de Plenário deu por finalizada a ordem de trabalhos e encerra assim o Plenário Final e o ENDA Castelo Branco 2023.
Nos dias 24 e 25 de junho, a ANEEB marcou novamente presença no Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) de Castelo Branco, que decorreu no Cine-Teatro Avenida.
A ANEEB gostaria de parabenizar, mais uma vez, a organização do ENDA Castelo Branco 2023, bem como todas as estruturas envolvidas neste evento.
No passado dia 12 de abril de 2023, a ANEEB foi convidada pela Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde (APEG Saúde) a participar na conferência “Promoção da Saúde | Uma nova Política”. A conferência foi proferida pela Senhora Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Dra. Margarida Tavares, no Hotel PortoBay Liberdade em Lisboa.
A ANEEB agradece o prazeroso convite da APEG Saúde para estar presente na Conferência, felicitando a APEG Saúde por promover a partilha de boas práticas e conhecimento em ações deste gênero, almejando ter sido o início para um caminho de diligências colaborativas entre ambas as Associações.
Conferência “Promoção da Saúde | Uma nova Política”
No passado dia 12 de abril de 2023, a ANEEB foi convidada pela Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde (APEG Saúde) a participar na conferência “Promoção da Saúde | Uma nova Política”. A conferência foi proferida pela Senhora Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Dra. Margarida Tavares, no Hotel PortoBay Liberdade em Lisboa. Pelas 11:00, o Sr. Dr. Carlos Tomás, Presidente da APEG Saúde, deu o mote para o início da Conferência contextualizando sobre a mesma e interpelando cada um dos presentes convidados para uma apresentação, permitindo traçar o perfil profissional da audiência. Após reiterar o agradecimento pela presença de todos e, em particular, da Dra. Margarida Tavares, a mesma tomou a palavra.
A Dra. Margarida Tavares começou o discurso com uma apresentação do seu percurso académico e profissional, frisando particularmente os mutáveis interesses e motivações durante o ensino em Medicina, mas invariavelmente sempre subjacentes ao domínio da Saúde Pública. Referiu ser Licenciada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Mestre em Saúde Pública pela École de Santé Publique Institut Pasteur em Paris, e o desempenho de cargos antecedentes de relevo, entre os quais o de Diretora Clínica do Centro Hospitalar de São João no Porto (2010-2015) e de Assistente Graduada de Infeciologia do Serviço de Doenças Infeciosas na mesma Instituição. Posteriormente, desde 2020 é membro do Conselho Nacional de Saúde Pública, sendo também diretora do Programa Prioritário para a área das Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana desde 2021.
Continuando a desenvolver o seu discurso, a Dra. Margarida Tavares tece uma referência ao período da pandemia de Covid-19, recordando que os doentes que tiveram o pior desfecho foram os que já possuíam outras doenças ou co-morbilidades e, por isso, com menos vitalidade e potencialidade para resistir à infeção, notando que ao percorrer o historial clínico dos doentes internados era possível perceber onde falhou a prevenção da doença.
Neste contexto, a Dra. Margarida Tavares referiu que é necessária uma evolução e, simultaneamente, mais investimento – algo pelo que advoga há vários anos – no campo da prevenção da doença e da promoção da saúde. A governante frisou que os programas desenvolvidos em Portugal na área da promoção da saúde e prevenção da doença são de excelência, mas defende a necessidade de serem efetivamente implementados e postos em prática de modo a poderem ser validados, alterados ou refutados. Refere também que além dos programas de saúde relacionados com o incentivo à prática de atividade física, de cuidados com a nutrição, com os hábitos tabágicos e alcoólicos, vacinação, literacia em saúde, rastreios oncológicos, entre outros, há uma enorme margem de progressão anunciando como prioritário o atual trabalho do Governo na reformulação da lei tabágica e na criação de uma agência para promoção da saúde.
A Dra. Margarida Tavares retoca no assunto da pandemia COVID-19, desta vez para salientar que mesmo antes da pandemia ser declarada, os hospitais portugueses já lidavam com múltiplos casos de infeção, realçando a eficácia e rapidez dos mesmos a lidar com a pandemia. Esta situação permitiu que se revelasse o potencial do sistema de saúde português, demonstrando a capacidade de mobilização e mitigação dos desafios que surgiram no panorama da pandemia.
Tal como mencionado anteriormente, reforçou a necessidade de modernizar a saúde pública em Portugal, uma vez que esta área se encontra verticalizada e é necessária a transição para uma ótica da promoção da saúde e não só do tratamento da doença. Indicou que em Portugal há excelentes programas de promoção da saúde e prevenção da doença, como é o caso a prevenção das infeções sexualmente transmissíveis e outros supramencionados, mas que não é possível implementar devido à falta de recursos próprios para estas agendas. Assim, realçou a necessidade de se aplicar uma nova política, começando pela identificação do problema, implementação e avaliação das agendas e por fim a mobilização dos profissionais necessários. Acrescenta que a promoção da saúde vai muito além das prestações de cuidados de saúde sendo que é fundamental a contribuição de outros setores, nomeadamente os setores da Ciência e do Ensino Superior.
Neste sentido, a Dra. Margarida Tavares torna a salientar a qualidade da prestação de cuidados de saúde a nível nacional mas que, infelizmente, ainda há uma grande falta de equidade e dificuldade no acesso. Para além dos cuidados a nível da saúde física, acrescenta também que todas as áreas governamentais pedem apoios a nível da saúde mental, destacando a importância desta vertente.
Uma 2ª e última parte da Conferência permitiu uma discussão aberta com os presentes, onde os mesmos foram convidados a colocar as questões que mais os assolam, bem como dúvidas face à exposição da Secretária de Estado. Neste contexto, tópicos intimamente relacionados com a Engenharia Biomédica foram salientados, como o impacto e confiabilidade nas tecnologias, nomeadamente pelo impacto que a digitalização pode ter na amplificação da resposta aos doentes, e a dificuldade que a falta de interoperabilidade dos sistemas de saúde causa. Foi destacada a importância da descentralização para os municípios em que os mesmos devem ter um papel local de educar e promover a literacia no âmbito da promoção e prevenção de saúde, tópico em que todos os presentes e a Secretaria de Estado se mostraram concordantes.
XVIII Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica
- Roundtable
- 1ª Palestra
- Visitas
- 2ª Palestra
- 3ª Palestra
- 4ª Palestra
- 5ª Palestra
- Workshops
Esta Round Table, intitulada O Papel do Engenheiro Biomédico na Gestão Hospitalar que teve lugar no primeiro dia do ENEEB, contou com a presença de quatro oradores distintos: Margarida França, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga; Artur Silva, Diretor do Centro Académico Clínico Egas Moniz; Ana Sofia Silva, Analista de Dados de Cuidados de Saúde da Outcomes Research Lab e, por fim, Rafael Franco, Representante do Conselho de Administração da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. A estes quatro oradores, foi proposta a questão da importância do Engenheiro Biomédico na Gestão Hospitalar.
Em primeiro lugar, Margarida França referiu que os hospitais ficam muito dependentes dos fornecedores dos equipamentos médicos, os quais, maioritariamente, possuem falta de conhecimentos sobre a eficácia do produto. Como tal, a mesma desenvolveu uma implementação de Engenheiros Biomédicos no Centro Hospitalar, os quais tiveram um importante impacto nas despesas dos hospitais, sendo que foi possível reduzir em 400000 euros a quantidade de despesas, dando, posteriormente, maior segurança também ao nível do uso dos mesmos. No entanto, Margarida também referiu que, infelizmente, nos dias de hoje, ainda é uma tarefa complicada integrar estes profissionais no contexto hospitalar.
O orador seguinte foi Artur Silva, o qual reforçou a ideia de que os Engenheiros Biomédicos têm uma importância elevada da Gestão Hospitalar dizendo que estes estão envolvidos neste tema muito antes da construção do próprio hospital, isto porque eles conseguem responder às questões mais importantes: quais aparelhos médicos devem ser comprados e onde têm de ser posicionados. De seguida, foi a vez de Ana Sofia Silva comentar sobre este tema. A mesma iniciou o discurso comentando sobre a sua experiência como 1ª Engenheira Biomédica em contexto hospitalar, referindo que “Existe uma grande resistência à mudança” e que ela teve de fazer um esforço grande para conseguir demonstrar a importância que os Engenheiros Biomédicos têm. O facto de também haver falta de acesso aos dados também é um grande desafio com o qual se deparou. Além disso, Ana também referiu que a grande dificuldade de um Engenheiro Biomédico está na procura da área que mais o satisfaça, reforçando que muitas vezes a procura pode surpreender ou mesmo assustar os recém-formados – “No início estamos assustados, mas mais tarde aprendemos a aceitar.”
Por último, Rafael Franco reforçou, novamente, um pouco de tudo que já tinha sido comentado antes, dirigindo-se aos Engenheiros Biomédicos como a “resolução” e os combatentes nas falhas que existem na Gestão Hospitalar. Para além disto, Rafael também comentou sobre o ensino da Engenharia Biomédica, referindo que a verdadeira aprendizagem vem durante o trabalho e não só com a faculdade, o que para a maioria pode ser um choque – “As bases servem para ir à luta”.
Resumidamente, o que se concluiu nesta Round Table foi que os Engenheiros Biomédicos possuem diversas dificuldades na integração em ambientes hospitalares devido à grande desinformação ao redor da sua função. No entanto, os quatro oradores presentes são testemunhos do verdadeiro impacto positivo que estes profissionais têm não só no diagnóstico e tratamento de doenças, como também na questão da Gestão Hospitalar.
O primeiro dia do Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica (ENEEB) contou com a presença do Dr. José Fernando Mendes para moderar a palestra cujo tema era “Redes complexas: das redes sociais à propagação de epidemias”.
O orador começou por projetar e apresentar uma curta metragem de ficção científica para que o público refletisse na exponencial evolução da tecnologia e que a realidade que neste momento é impensável e surreal daqui a uns anos poderá ser concretizável.
Após este momento, fez uma retrospectiva dos vários marcos pandémicos da história e do seu padrão. Começou por descrever a Peste Negra, que ocorreu no século XIV e que atravessou grande parte da Europa vinda da Ásia, de seguida continuou por retratar a “Gripe Espanhola” que se sucedeu no século XX e terminou a falar da COVID-19. A primeira pergunta que colocou no ar recaiu sobre qual a diferença entre estas três pandemias, a qual respondeu como sendo a densidade populacional e mobilidade. Realmente, nas últimas décadas, o crescimento populacional foi exponencial e a grande consequência disso são o maior número de interações e a rapidez com que uma pandemia se consegue difundir desde Portugal até ao outro lado do mundo. Portanto, a propagação de um vírus é determinada essencialmente pela rede de contactos.
Assim como é possível fazer a previsão meteorológica, o Dr. José Fernando Mendes explica que há também propostas de modelos de previsão de epidemias e da sua transmissão, nomeadamente o modelo SIR que assume que todas as pessoas podem interagir com todas as pessoas. De seguida, o orador explica o fenómeno de “Pequeno mundo” e que em média são apenas necessários 6 níveis de interação para que a última cadeia tenha 18 mil milhões de pessoas no mundo. O orador continuou por apresentar alguns modelos, deduções matemáticas e estatísticas que fizeram o público refletir na facilidade de transmissão e difusão das epidemias e apresentou também algumas propostas de solução para o processo de vacinação. Num momento posterior, o orador expôs três planos de vacinação.
Por fim, o Dr. José Fernando Mendes questionou como é que se poderá impedir que o próximo surto se torne uma pandemia e afirma que temos de ter uma postura de alerta e que deveríamos ter um exército de pessoas preparadas nas mais variadas áreas para atacar na presença de um problema destes.
Altice Labs
A visita iniciou-se com uma breve apresentação da empresa feita pela colaboradora Gabriela Moura, onde mostrou um pouco do que a empresa faz e toda a sua história. Gabriela mencionou que a Altice Labs tem mais de 70 anos, e dedicam todo o seu trabalho a ajudar na comunicação entre os trabalhadores, e focam-se no desenvolvimento de produtos e serviços inovadores para o mercado das telecomunicações e das tecnologias de informação.
A empresa digitalizou toda a rede de transcrição portuguesa, desenvolveu o primeiro serviço pré-pago móvel do mundo, construiu a primeira televisão interativa MEO e desenvolveu equipamentos que ajudam a levar a fibra a todas as casas.
Após esta apresentação, os participantes foram divididos em grupos e tiveram a oportunidade de visitar os laboratórios da empresa, como o laboratório de desenvolvimento de protótipos (TECNOCET), onde é realizada a linha de montagem completa concebida para protótipos e pré-séries, e o laboratório de Teste de Certificação e Conformidade (CETLAB), onde são realizados testes de compatibilidade de interfuncionamento com redes de telecomunicações e de certificação de equipamentos.
Por fim, foi apresentada uma plataforma denominada de SmartAL, desenvolvida pela Altice Labs, que permite acompanhar doentes crónicos à distância, e reduzir o número de idas ao centro de saúde por parte de doentes menos autónomos. Esta tecnologia possibilita a telemonitorização de sinais vitais, como a pressão arterial, a glicemia ou a temperatura, que são registados pelos utentes e podem ser acedidos remotamente pelos médicos e enfermeiros, de forma a acompanhar os doentes de forma contínua.
Hospital Infante D. PedroA visita ao Hospital Infante D. Pedro começou com uma breve introdução sobre o Gabinete de Engenharia Clínica (GEC), bem como das suas funções e responsabilidades e, por último, sobre o papel do Engenheiro Biomédico no contexto hospitalar. Após esta breve contextualização, todos os visitantes foram divididos em grupos de cinco para iniciarem as suas visitas sem sobrelotar o espaço.
O primeiro local que os grupos tiveram contacto foi os Serviços de Imagiologia. Aqui, foi possível observar diversos aparelhos de imagem médica, como Radiografias convencionais, Raios-X telecomandados, Raios-X portáteis, a sala da Ressonância Magnética, dispositivo para mamografias e, por fim, aparelhos de ecografias. Ao longo de toda a visita, havia um guia que fazia a contextualização teórica da física por detrás de cada máquina referida.
O outro local com o qual os grupos tiveram contacto foi os Cuidados Intensivos. Inicialmente foi feita uma breve introdução sobre o que são, efetivamente, os Cuidados Intensivos, e como o Covid-19 impactou este setor. Foi referido que foram criadas novas secções com equipamentos e camas de última tecnologia, de modo a garantir ao paciente as melhores condições de tratamento. Já dentro dos Cuidados Intensivos, os grupos tiveram contacto visual não só com todos os novos equipamentos, como também foi possível observar doentes a serem tratados ao vivo.
Esta visita demonstra o trabalho e a importância acrescida que os Engenheiros Biomédicos têm vindo a desempenhar, refletindo-se desde uma simples cama com maior comodidade até aparelhos de imagem médica cada vez mais precisos que conseguem melhorar o diagnóstico de modo a aumentar as chances do tratamento e recuperação dos doentes.
Durante o segundo dia do evento, ocorreu uma palestra sobre o tema: “Using Microfluidics and Nanotechnology to Build Medical Devices”, com a convidada Lorena Diéguez.
A palestra iniciou com uma breve introdução da oradora, e esta passou a explicar o que é um nanômetro, a nanociência e a nanotecnologia, exaltando que esta última tem inúmeras aplicações, incluindo a medicina. Referiu também que existem cinco pilares onde a nanomedicina é aplicada, sendo estes o diagnóstico, a imagem médica, a nanoterapia, as vacinas e a medicina regenerativa. Lorena Diéguez é líder do grupo de investigação de Dispositivos Médicos do INL, o único instituto internacional de nanotecnologia. O INL é composto por uma equipa de diferentes profissionais, desde físicos, químicos e biólogos, a engenheiros das mais diversas áreas, e trabalham todos juntos de forma a poder realizar todos os seus projetos e ideias.
Entre 2020 e 2021, fez parte da equipa de coordenação do cluster Precise Personalized HealthTech do INL, que explora novas tecnologias de saúde combinando a compreensão biológica (em diagnóstico, terapêutica, administração de drogas e biomarcadores) com as capacidades de engenharia (em sensores, microfluídica, mecânica de fluidos, eletrônica, ressonância magnética, imagem e microscopia), para abordar as principais doenças e questões responsáveis pela mortalidade na UE – cancro, doenças cardiovasculares, infecciosas e envelhecimento.
Atualmente, a sua equipa está focada no desenvolvimento de tecnologias para a compreensão e diagnóstico precoce de doenças, e trabalha em colaboração com a clínica para permitir a pesquisa médica translacional para a realização da medicina de precisão. Para tal, trabalham no desenvolvimento de novas instrumentações ópticas, dispositivos microfluídicos, biosensores e sistemas biomiméticos para estudar e avaliar biomarcadores de doenças.
A segunda das três palestras agendadas para o segundo dia do Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica incidiu sobre o papel da Inteligência Artificial num panorama relacionado com a área da Engenharia Biomédica.
Esta sessão foi apresentada por Vasco Lopes, licenciado e mestre na área da Engenharia Informática pela Universidade da Beira Interior, que, enquanto trabalhava no seu doutoramento, criou o projeto DeepNeuronic. Numa primeira fase, tiveram como objetivo não só reportar o número diário de casos de COVID-19 como também de monitorizar a distância de segurança entre as pessoas através de uma aplicação e inteligência artificial. Já num período pós-pandemia, decidiram orientar o seu foco para as câmeras de segurança CCTV, de forma a que estas pudessem reconhecer, através de um algoritmo, situações de perigo como incêndios, roubos, acidentes, tiroteios, etc, com a finalidade de tomar uma ação mais rápida como chamar imediatamente agentes responsáveis (a polícia, os bombeiros ou ambulâncias, por exemplo). Desta forma, seria possível minimizar o tempo de resposta e os danos provocados por qualquer que tenha sido o acontecimento em causa.
Num segundo momento desta sessão, foram-nos apresentadas outras soluções relevantes na área da saúde: uns óculos de cirurgia com auxílio de uma inteligência artificial que permitissem não só a consulta de médicos fora do bloco operatório como também, numa vertente mais educativa, a transmissão ao vivo da mesma; uma biblioteca digital, onde seria possível consultar vários dados clínicos e, através de inteligência artificial, reconhecer padrões e melhorar o diagnóstico; um kit de diagnóstico para a testagem de cancro e lúpus, colmatando a lacuna no acesso a diagnósticos próprios que grande parte das pessoas têm; e, por fim, um dispositivo que permite realizar análises ao sangue num contexto móvel, diminuindo, por exemplo, o tempo de comunicação com o hospital e tornando mais eficaz o processos de transfusão de sangue em casos de emergência.
Numa nota final, o orador incentivou o público à curiosidade e à confiança, enquanto promoveu, também, a iniciativa por parte dos ouvintes para experimentarem, neste caso concreto, a inteligência artificial sem qualquer tipo de medo ou receio dado que é através da experiência que a maior parte dos projetos surge. Referiu ainda que não é necessário pensar em mudanças revolucionárias, apenas em alterações que, parecendo mínimas, tornam o processo não só mais eficiente como acessível.
No segundo dia do Encontro Nacional de Engenharia Biomédica, Illaria Cinelli, convidada do evento, deu uma palestra sobre “Biomedical Engineering for the Space Sector”.
Ilari Cinelli é um membro do EMBS IEEE Portugal formada em Engenharia Biomédica com especial registo na exploração espacial. Focando-se uma das suas experiências de trabalho na medicina espacial, Ilari procura perceber como as operações espaciais podem impulsionar a inovação na saúde humana.
Assim, o momento teórico iniciou com a oradora a explicar que quando o corpo humano se encontra sujeito a ambientes de stress físicos não usuais, a sua estrutura vai se subjugar a uma adaptação recorrente. Durante o percurso, mudanças fisiológicas no corpo ocorrem continuamente. Contudo, ao mesmo tempo que isto acontece, a partir do momento que o corpo deixa de estar exposto a estes fatores, os valores alterados retornam facilmente ao seu valor de referência. Um exemplo dado deste tipo de ambiente foi a gravidade. Quando exposto ao ambiente circundante hostil espacial, isto é, a microgravidade, radiação cósmica e as condições de vacuum, fatores como a saúde mental e o bem estar podem ser prontamente afetados. Normalmente, a tripulação é selecionada de acordo com pré-requisitos estipulados de forma a minimizar estes problemas. Porém, com a insurgência de voos espaciais comerciais certas medidas de saúde devem ser garantidas. Para além disso, existem poucos astronautas médicos e, apesar do treinamento médico da tripulação ter o conhecimento para estabilizar e transportar um tripulante incapacitado, estes não são especializados o suficiente para cuidados médicos mais avançados. Assim, a oradora afirmou que, normalmente, as tecnologias de telemedicina e telesaúde desempenham um papel fundamental de comunicação à distância neste tipo de situações.
Contudo, segundo Ilari, à medida que o desenvolvimento espacial se expande e, consequentemente, a distância relativamente à base, missões futuras vão necessitar de uma independência em relação à Terra. Sistemas inteligentes, como sistemas de atendimento médico autónomos a bordo no veículo serão a solução que garantem a autossuficiência necessária da tripulação
No terceiro dia do ENEEB, ocorreu a palestra relativamente ao tema “Porto Testing Devices: Engenharia ao serviço da medicina desportiva de precisão”, cujo orador foi Rogério Pereira.
Rogério Pereira é Licenciado em Motricidade Humana, Pós-Graduado em Reabilitação no Desporto e Doutorando em Fisioterapia, sendo que é, atualmente, Docente Universitário na Universidade Fernando Pessoa, no Porto. Para além disso, é investigador e diretor de educação e desenvolvimento na Clínica do Dragão – Espregueira-Mendes Sports Centre – FIFA Medical Centre of Excellence, que tem como sede o Estádio do Dragão, a qual for a primeira a obter o título de centro de excelência da FIFA em 2013.
Nesta palestra, o orador começou por discriminar diversos dados relativamente à ocorrência de acidentes no ambiente desportivo. Anualmente, 6 milhões de pessoas possuem necessidade de tratamento devido a lesões desportivas, das quais 600000 (10%) acabam em cuidados hospitalares e 7000 falecem, correspondendo a um total de 2.4 bilhões de euros/ano em despesas hospitalares.
Um dos problemas mais comuns referido pelo orador Rogério Pereira são as lesões do ligamento cruzado no joelho. Inicialmente, após o acidente, rompem-se algumas fibras antromediais do ligamento, que, posteriormente, levam à perda de resistência e à possível rotura do ligamento. Como tal, para dar a volta a este problema, foi citada a importância dos Engenheiros Biomédicos no desenvolvimento de um dispositivo médico, o Porto Testing Devices, que se trata de um aparelho leve e portátil, que consiga contribuir para diagnósticos estruturais e funcionais precisos.
Uma das maiores vantagens da utilização dos Porto Testing Devices é pela precisão no diagnóstico. Tal como o orador referiu, este aparelho mede a translação da tíbia pelo plano transversal e sagital e também a sua rotação, permitindo avaliar, com maior exatidão, a origem do problema, impedindo cirurgias em locais desnecessários e fazendo o diagnóstico funcional biomecânico e estrutural.
Concluindo, o Porto Testing Devices não só é uma ferramenta que pode vir a ser útil a milhares de pacientes que possuam problemas e lesões no joelho, como também pode ser a porta de entrada aos futuros Engenheiros Biomédicos que desejem desenvolver ferramentas de diagnóstico de situações deste âmbito.
Princípios fundamentais do funcionamento do sistema nervoso
O workshop foi dado pelo Dr. Ramiro de Almeida, licenciado em Bioquímica e doutorado em Biologia Celular pela Universidade de Coimbra.
Num primeiro momento mais teórico foram-nos transmitidas algumas noções básicas sobre o sistema nervoso, nomeadamente relacionadas com o potencial de ação. Este potencial é a forma de comunicação do sistema nervoso e é codificado através da diferença de cargas no meio intra e extracelular pela ação de canais de troca de iões. Através de dispositivos podemos ler o sinal correspondente a este potencial e detectar estímulos neuronais.
Passamos, então, para um segundo momento, no entanto, este se divide em dois protocolos. O primeiro, no qual o objetivo é comprovar que um estímulo neuronal pode ser convertido em sinal elétrico e de volta num estímulo neuronal. Para isso foram necessários dois voluntários, um controlador e outro controlado, bem como um dispositivo com eletrodos que realiza essa conversão (enquanto aumenta a intensidade do sinal também). Ligando estes eletrodos de forma correta pudemos verificar que uma flexão do cotovelo e dos dedos por parte do controlador implicava o mesmo movimento (mas normalmente com menor intensidade) por parte do voluntário controlado. Já o segundo protocolo necessitava do uso de uma minhoca (foi-nos assegurado que ela foi anestesiada e no momento da sua devolução à terra ela iria recuperar sem problemas) e comprovou que um estímulo (um toque com um palito) na parte posterior da minhoca produz um sinal neuronal (uma reação), que através do dispositivo adequado pode ser transformado em sinal elétrico e lido nos programas adequados.
Análise de dados de uma ressonância magnética funcional – uma demonstração prática, dos dados em bruto até aos mapas de ativação cerebral
O workshop foi dado pelo Dr. Alexandre Andrade, doutorado em Biofísica pela Universidade de Lisboa, e atual professor auxiliar no departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Este começou por apresentar um pouco da técnica de MRI e do seu estudo, nomeadamente relativo às zonas de ativação. De seguida foram-nos fornecidos dados de um banco de imagens e dados médicos e, com estes, pudemos começar a trabalhar no seu processamento. De forma resumida e através das respectivas funções do MATLAB procedemos à correção do tempo, ao realinhamento da cabeça e a uma filtragem de ruído de modo a tentar obter uma imagem mais fácil de interpretar e tendo em conta também as zonas ativas.
Apesar de algumas dificuldades técnicas o workshop decorreu de forma eficiente e, de uma forma geral, permitiu ter uma ideia melhor de como é processado este tipo de imagem.
Oficina de Robôs: Construção e Programação de Robôs
O workshop teve o intuito de permitir aos participantes montar e programar um robô, a partir de um kit LEGO Education SPIKE.
O workshop dado por Miguel Cardoso na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, teve início com uma breve explicação de alguns conceitos que envolvem a montagem e programação de um robô, e após isso, os participantes foram divididos em grupos, em que o seu conhecimento foi posto à prova e começaram a construir os seus robôs com o apoio e ajuda de Miguel Cardoso.
Durante a atividade, os participantes seguiram as instruções passo-a-passo, e utilizaram uma linguagem de programação intuitiva baseada em Scratch, de modo a que todos a conseguissem utilizar com facilidade. O conjunto SPIKE inclui motores e sensores juntamente com uma grande variedade de elementos de construção LEGO coloridos, o que permitiu projetar e construir robôs divertidos e com designs criativos.
A primeira tarefa do workshop foi programar o robô para fazer um movimento quadrangular, onde cada grupo utilizou métodos diferentes e tiveram a oportunidade de explorar todas as funções e características do programa. Após isto, ainda sobrou algum tempo para cada equipa experimentar outras funcionalidades, e fazer com que o robô desempenhasse novas tarefas.
O Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica (ENEEB) é um evento anual, com a duração de 4 dias, realizado por estudantes para estudantes, que reúne alunos do curso de Engenharia Biomédica, proporcionando várias atividades de caráter pedagógico e lúdico, tais como workshops, palestras, visitas a empresas, debates, oportunidades de networking e momentos de convívio. Este evento ambiciona, também, aproximar os estudantes da realidade profissional da área, promovendo uma partilha de ideias com empresas tanto na área de engenharia biomédica como em áreas relacionadas com a mesma.
A ANEEB parabeniza a organização que se demonstrou sempre disponível, pedindo sempre feedback e auxiliando os participantes na eventualidade de surgirem problemas.
Nos passados dias 23 e 24 de março decorreu mais uma edição do evento Alumni, organizado pelo Núcleo de Estudantes do Departamento de Física, da Associação Académica de Coimbra. Este evento, de teor pedagógico e formativo, teve como principal objetivo elucidar os estudantes acerca de possíveis perspectivas em relação ao seu futuro, desde certos mestrados, percursos académicos e até saídas profissionais, e atingiu na sua plenitude as suas ambições.
A ANEEB, congratula o NEDF/AAC por mais uma edição do Alumni, que foi planeada, organizada e operacionalizada com a ambição de elevar este evento a um nível ainda mais alto, comparativamente a anteriores edições.
Alumni – NEDF
Nesse sentido, o evento foi equitativamente distribuído em dois dias, sendo o primeiro, mais focado nos possíveis mestrados, para os três cursos, que o Departamento de Física representa, e o segundo dia, mais dedicado a outros percursos académicos. Para isto, estiveram presentes 17 oradores, constituída maioritariamente por antigos estudantes, com experiência profissional, isto é, já no mercado de trabalho ou, também, estudantes prestes a terminar a tese e a entrar no mundo laboral.
Para além disso, ao contrário das últimas edições, algo que se acrescentou, e que foi, sem dúvida uma mais valia, foi a presença de oradores que estudaram fora de Coimbra, para, assim, trazer novas perspectivas e partilhas em diversos temas, desde métodos de ensino, informações sobre mestrados e conselhos para quem está prestes a terminar uma fase académica e iniciar uma nova fase da sua vida profissional.
Uma vez que os mestrados integrados acabaram, e novas portas se abriram para os estudantes, foi indubitavelmente importante inserir, no programa do evento, novas perspectivas para além das que a Universidade de Coimbra consegue fornecer.
Se, por um lado, foram descritas as diversas saídas e possibilidades que um estudante do Departamento de Física poderia ter, por outro, foram descritas todas as experiências académicas que alguns oradores tiveram até chegarem ao final do seu curso.
Temas como o associativismo, festas académicas e o sucesso académico foram alvo de conversa nesses momentos de partilha, sendo que foi concluído que todos estes seriam irrefutavelmente fulcrais para o nosso desenvolvimento, quer a nível pessoal, como a nível formativo.
VI Jornadas da Engenharia Biomédica – UTAD
A sessão de abertura deste evento contou com a presença de vários professores diretamente ligados à licenciatura e ao mestrado da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, bem como a presença da Provedora do Estudante, da Presidente do NengB, e com um representante da Associação Académica da universidade. Em seguida, a aluna Gabriela Tenreiro do 1º ano da licenciatura de Engenharia Biomédica, membro do departamento de Comunicação e Multimédia da ANEEB, foi a 1º oradora destas jornadas, onde apresentou aos estudantes as componentes que traçam a atuação da ANEEB, bem como a equipa do presente mandato de 2022/2023.
Após a apresentação da ANEEB o evento prosseguiu com a apresentação do Dr. Nuno Abreu, professor e investigador no Centro Hospitalar Universitário de Santo António. A sua apresentação baseou-se no modelo OpennEHR, um modelo inovador, elaborado para e por profissionais de saúde, com a capacidade de gerir, armazenar, recuperar e ainda possibilitar o intercâmbio de dados de saúde em ambiente hospitalar e/ou clínico, através do desenvolvimento de vários softwares. Com a ajuda do Dr.º Nuno Abreu os estudantes foram capazes de identificar a necessidade de integração deste modelo em vários hospitais do país, bem como o papel preponderante que o mesmo pode vir a ter num futuro próximo. Posteriormente, decorreu a apresentação da Dra. Tânia Peixoto, Engenheira Biomédica com doutoramento em Materiais Avançados e
Processamento, que atualmente desempenha um papel como Engenheira de Produto em Sistemas de Gestão da Qualidade e Assuntos Regulatórios na OASIPOR. A OASIPOR é uma empresa que iniciou a sua atividade em 2003, a mesma é especializada em produzir e desenvolver dispositivos médicos descartáveis, estéreis e não estéreis, como são exemplos os termómetros infravermelhos, as coberturas cirúrgicas e as batas. Com o apoio da Dra. Tânia Peixoto, foi possível aprender de que modo um engenheiro biomédico pode colaborar no desenvolvimento deste tipo de materiais e dispositivos.
Uma das últimas sessões do primeiro dia deste evento foi num panorama mais ligado com a indústria, a palestra dada por António Moreira, e teve como objetivo principal apresentar a Medtronic. A Medtronic é uma empresa líder a nível mundial em soluções, serviços e tecnologia médica, que demonstra a perfeita junção entre a tecnologia e a compreensão do corpo humano. Em Portugal, a companhia está presente desde 1998, com sede em Lisboa, constituída por cerca de 150 profissionais altamente qualificados, e desta forma, o representante da mesma, António Moreira, explicou a importância da integração de engenheiros biomédicos em equipas multidisciplinares, que ofereçam soluções, serviços e tecnologia médica a clientes em todo o território nacional. Um dos principais objetivos da Medtronic é melhorar a ciência médica, pois procuram por soluções que priorizem sempre o doente, como por exemplo, criar abordagens cirúrgicas menos invasivas que minimizem o tempo de recuperação do paciente. Recentemente, a mesma tem-se focado no desenvolvimento de um pacemaker mais pequeno comparativamente aos existentes atualmente. Assim, nesta sessão, António Moreira levou os estudantes à descoberta de tecnologias poderosas que o têm inspirado a fazer o extraordinário há mais de 60 anos, sempre com o lema: “Aliviar a dor. Restabelecer a saúde. Prolongar a vida.”
No segundo dia das VI Jornadas de Engenharia Biomédica na UTAD decorreu a sessão sobre Teleconsulta e Telemonitorização, dada pelo Dr. Eurico Jorge Gaspar, onde foi possível conhecer os benefícios da teleconsulta, bem como as diferenças entre a mesma e a telemonitorização. A Teleconsulta é uma consulta à distância, que permite a interação e partilha de informação, com registo obrigatório no processo clínico do cidadão, já a Telemonitorização consiste na recolha, transmissão, avaliação e comunicação de dados de saúde de um doente para o seu prestador de cuidado de saúde que se encontram fora de domicílio habitual do doente
O Dr.º Eurico Jorge Gaspar acredita que estas áreas em constante desenvolvimento se pautam como o futuro da medicina, devido a todas as vantagens que as mesmas acarretam, das quais se destacaram durante a sessão a redução tanto de pacientes em ambiente hospitalar como do tempo de espera dos mesmos e a minimização dos riscos de contaminação e propagação de doenças. Assim, os estudantes foram incentivados a investigar mais sobre a área, bem como aludidos a possíveis softwares que podem desenvolver, através dos conhecimentos que têm da engenharia biomédica, que podem dar solução aos mais diversos problemas do contexto hospitalar, sempre a zelar pela proteção do paciente.
Nos passados dias 8 e 9 de março decorreram as VI Jornadas de Engenharia Biomédica na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, organizadas pelo NengB. Ao longo das suas várias edições, estas jornadas têm contado com a presença de vários professores e investigadores da universidade, mas também de engenheiros biomédicos que se destacam pela sua vontade de aludir aos estudantes nas mais diversas áreas. Deste modo, a Associação Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica (ANEEB) teve o prazer de marcar presença nesta edição.
A ANEEB gostaria de parabenizar a organização deste que foi, sem dúvida, um evento de excelência.
Nos dias 8 a 10 de março decorreu a VI Feira de Emprego do Núcleo de Estudantes do Departamento de Física da Associação Académica de Coimbra (NEDF/AAC). Este evento, contou com um debate que permitiu aos estudantes conhecer o ambiente no mercado de trabalho e na investigação, fazer networking com diferentes empresas e júnior iniciativas, bem como, participar numa série de workshops sobre construção de CV e entrevistas de emprego.
VI Feira de Emprego - NEDF
A ANEEB esteve presente no debate “À conversa com o futuro” que juntou vários profissionais nas áreas da Engenharia Biomédica, Engenharia Física e Física. Este debate contou com a presença de Catarina Sousa que estudou na NOVA School of Science and Technology e trabalha na Mecatronic. Dani Silva, que estudou na Universidade de Coimbra (UC) e é atualmente Product Manager na Closure Technologies na B. Braun Medical. Por engenharia física, Bruno Conceição que trabalha na Active Space Technologies e, por fim, Rui Travasso, professor do Departamento de Física na UC, na área da física biológica. O debate foi moderado por António Morgado, professor na UC.
Nesta conversa, abordaram-se as dificuldades no primeiro emprego, explorou-se se o curso foi útil para o mercado de trabalho e discutiu-se a importância da componente prática. Catarina que não dedicou o seu percurso académico às atividades extracurriculares, confessa que sentiu alguma dificuldade na comunicação, mas, apesar disso, o curso de inglês que tirou e a pós-graduação foram mais valias para o seu desempenho profissional. Além disso, considera que o curso ensina foco e orientação para a solução. Dani Silva, por sua vez, com uma vida associativa intensa, não sentiu dificuldade na gestão de tempo ou na comunicação dos colegas, acrescenta que as suas cadeiras de empreendedorismo lhe deram as bases para entender o funcionamento das empresas.
Rui Travasso, que trabalha na área da investigação, tenta enquanto professor e orientador incutir a capacidade de desenvolvimento de ideias. A sua profissão exige que faça gestão e organização de projetos, coordenação de trabalhos e alunos. Acrescenta que lhe permite entrar em contacto com culturas e países distintos, ao desenvolver parcerias. Assim, acabou por aprender soft skills, apesar de não ter explorado essa parte durante o seu percurso académico.
Já Bruno que, no primeiro emprego, teve algumas dificuldades na gestão de tempo, expectativas e stress, considera que tudo o que aprendeu no curso está a ser aplicado e motiva a que as pessoas se envolvam apenas nas atividades que mais gostam, sem se sentirem pressionadas a focarem-se naquelas que as indústrias gostam. Remata com “Nos copos também se aprende muito.”
Posteriormente, Rute Santos, estudante de Doutoramento em Engenharia Física na Universidade de Coimbra, apresentou o tema abordado na sua tese de doutoramento, “GICs: Como é que o Sol nos pode deixar às escuras?”. Durante a palestra, a oradora explicou que, de tempos a tempos, o campo magnético terrestre sofre variações rápidas quando perturbado por vento solar mais energético. Como consequência destas oscilações, há indução de correntes elétricas na superfície da Terra e ao longo de infraestruturas condutoras aterradas, como as Redes de Transporte de Energia – denominadas Correntes Geomagneticamente Induzidas (GICs). As GICs representam um perigo para o normal funcionamento da rede elétrica, tendo já ocorrido alguns apagões significativos. Em Portugal, o estudo do impacto das GICs na Rede Nacional de Transporte de Energia (operada pela REN) iniciou-se em 2018 a partir do Projeto MAG-GIC.
Nesta palestra, Rute Santos esclareceu o fenómeno físico por detrás das GICs, falou sobre a parceria entre a REN e a UC e na sua importância para o desenrolar do projeto MAG-GIC e, por fim, explicou no que consistiu o seu trabalho de mestrado desenvolvido no Departamento de Física da Universidade de Coimbra, o qual foi premiado com o 1º Prémio REN em 2022.
Após o Coffee Break onde cada aluno teve um contacto mais informal e descontraído com os oradores da palestra e roundtable anteriores, ocorreu uma Sessão de Posters e uma visita aos Laboratórios de Departamento de Física que deu a conhecer aos participantes locais de trabalho onde se desenvolvem intensas atividades de investigação em múltiplas áreas científicas.
Na manhã do dia seguinte ocorreram diversos Workshops sendo que a ANEEB esteve presente no “Como elaborar um CV”, onde Daniel Almeida especificou as principais características e a informação mais relevante para a criação de um CV que convença verdadeiramente os recrutadores. Para além disso, o orador informou os participantes sobre todas as potencialidades do Linkedin e como tirar partido do mesmo para a criação de múltiplas relações profissionais.
De seguida ocorreu o workshop “Epic apps like a pro – Outsystems”, onde os oradores Carolina Perpétua (Consultant) e Miguel Pires (Junior Consultant), ensinaram os participantes a criar uma aplicação, através do uso de uma plataforma low code, a Outsystems, que seja capaz de permitir a gestão de despesas pessoais sem o uso de ferramentas complexas.
No último dia, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a Bosch, a Medicine One, a CycleAI, a OnControl, a The Loop e, por fim, uma júnior iniciativa para a área espacial, a Pollux.
JORTEC'23
- Visita
- Biossensores Espaciais
- Em Missão Espacial
- Realidade Virtual é de Outro Planeta
- Acabei o curso e agora?
Durante esta visita, tivemos a oportunidade de conhecer o CeniMat – Centro de Investigação de Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologias da UNL, o qual foi responsável por hospedar o evento. Aqui, o grupo inicial foi dividido em três, um subgrupo para cada uma das 3 estações existentes, onde tivemos a oportunidade de ouvir alguns dos trabalhos desenvolvidos no centro por 3 investigadores.
Na primeira estação foi-nos apresentado um dos maiores investimentos do centro: biossensores em papel. Biossensores são pequenos dispositivos que podem ser implantados na pele, que utilizam reações biológicas para a detecção de uma determinada substância alvo (anticorpos, proteínas, enzimas, etc). Neste caso em específico, as reações ocorrem em papel. O investigador começou por nos explicar o que motivou a criação de sensores deste tipo, sendo o desperdício de plástico o principal motivo. Um exemplo referido foram os sensores nos testes rápidos à Covid-19, em que o sensor propriamente dito é uma fração bastante pequena no volume do dispositivo em si, pelo que todo o plástico que o envolve era completamente dispensável.
Para além disso, deu ainda o exemplo dos medidores digitais de glucose no sangue, que além de exigirem um dispositivo próprio, precisam das tiras plásticas onde é colocada a amostra de sangue para que possa ser avaliado pelo sensor. Para combater este problema, o CENiMAT já encontrou diversas soluções, como a impressão a cera de pequenos círculos numa folha de papel comum, criando “poços” onde são colocados reagentes que, de acordo com os valores da substância a medir, dão origem a uma cor. Essa cor dará o valor por correspondência a uma base de dados pré-determinada, que relaciona as diferentes tonalidades que podem ser obtidas com o intervalo de valor correspondente à quantidade de substância medida. Para uma avaliação mais precisa, explicou ainda a possibilidade de Smartphones substituírem os sensores (como o da glucose). Para isso seria utilizada a câmara do mesmo que, através de uma base de dados digital mais exata, relacionaria a tonalidade obtida com o valor correspondente. Na segunda estação tivemos a oportunidade de conhecer o Laboratório de Microscopia Electrónica, equipado com um microscópio electrónico de varrimento e com um monitor de imagem directa e a cores para cálculos e processamento de imagem. Aqui, o segundo investigador começou por apresentar o microscópio e o seu funcionamento, dando, também alguns exemplos de imagens retiradas do mesmo, explicando a sua importância e as diferentes conclusões que é possível retirar variando diversos parâmetros no processamento de imagem.
Por fim, tivemos o testemunho de uma estudante de Engenharia Biomédica que estava inserida num projeto no Laboratório de Difração de Raios X. De um modo muito sintético, explicou-nos que aplicava os conhecimentos obtidos ao nível de difração de raios x para determinação de diferentes parâmetros dos materiais como a identificação e análise quantitativa de fases cristalinas presentes nos mesmos.
Nesta sessão foi-nos apresentado o projeto Lab-on-paper por Guilherme Ribeiro, estudante de Engenharia de Micro e Nanotecnologias na FCT-UNL, que fez parte do projeto através do CENIMAT.
Este projeto multidisciplinar resulta da colaboração de múltiplos cientistas da Universidade de Coimbra, Instituto Superior de Engenharia do Porto e da Universidade Nova de Lisboa, nomeadamente dos centros de investigação: BioMark@ISEP e BioMark@UC, CENIMAT, CISUC e do Laboratório de Sistemas Autónomos.
Inicialmente, foi-nos brevemente apresentada a equipa supracitada e o projeto: representa o primeiro voo de uma equipa portuguesa no foguetão MASER, que teve como objetivo avaliar o funcionamento de sensores semelhantes às tiras de urina no espaço, onde a gravidade é quase nula. Esta experiência surgiu da necessidade de avaliar o estado de saúde dos astronautas de forma simples dada a falta de hospitais no espaço. Visto que existe uma elevada dificuldade na transferência de líquidos na ausência de gravidade, os testes rápidos de saliva e urina que mudam de cor, são uma melhor opção comparado com as análises ao sangue. Para isso, foram utilizados sensores de açúcar (glucose) ou de antibióticos (tetraciclina), com base em tecnologias anteriormente desenvolvidas pela equipa. Até à data da experiência,Novembro de 2022, não era conhecido o comportamento das reações num ambiente de hipogravidade, pelo que os resultados obtidos seriam importantes para provas de conceito.
A palestra consistiu, na sua maioria, numa descrição detalhada do processo de ideação e decision making do projeto, onde foram destacadas as restrições da experiência devido à inclusão dos mesmos num foguetão, tais como o peso e a dimensão, , problemas encontrados (e respectivas soluções) e apresentação das partes principais que constituem o biossensor: uso do Raspberry Pi como software microcontroller and peripherals; PDMS com plasma de oxigénio (OIE) para armazenar a glucose e uma Payload adaptada pela equipa.
Por fim, Guilherme concluiu revelando que não foi possível tirar o maior proveito da experiência devido a uma falha mecânica, mas que continuam a trabalhar no projeto para um novo lançamento.
Esta sessão foi apresentada por João Lousada, formado em Engenharia Aeroespacial no Instituto Superior Técnico e, mais recentemente, um dos únicos astronautas análogos portugueses, sendo também Diretor de voo do módulo Columbus da IEE (Estação Espacial Internacional).
Numa primeira parte, foi feita uma introdução à vida no espaço, às condições a que os astronautas estão sujeitos, bem como do seu dia a dia, tendo sido referidos exemplos como lavar o cabelo. Esta tarefa parece ser algo simples, mas que devido às condições de hipogravidade torna-se numa tarefa complicada. De seguida, foram-nos apresentadas várias formas de investigação usadas para obter informações sobre o espaço, sendo que o destaque foram as missões análogas. Estas consistem na replicação de ambientes espaciais na Terra de forma a comprovar a viabilidade da missão e foram demonstradas com um exemplo tão simples como um quizz onde eram apresentadas duas fotografias, uma tirada em Marte e outra na Terra, no qual os participantes do evento tinham de adivinhar em que planeta a foto tinha sido tirada.
Passamos, então, para um exemplo mais concreto, a missão AMADEE-18, na qual participou o orador desta sessão. O local escolhido foi o deserto de Omã, na Península Arábica, devido ao seu clima, condições atmosféricas e geológicas. A equipa, constituída por 6 elementos de áreas distintas, desde eletrotécnica a biologia, não só construiu o seu habitat como também se adaptou às instalações reduzidas. A partir daí, seguiu com trabalhos de investigação durante o tempo em que a missão ocorreu. Foi-nos possível entender as condições árduas a que estes astronautas estão sujeitos no dia a dia, como por exemplo, os espaços limitados, a ausência de conforto e imenso esforço físico que têm de realizar. Ainda no seguimento dos desafios que têm de enfrentar, surgem situações mais delicadas como a ansiedade e depressão, condições a que estes astronautas estão mais suscetíveis devido ao ambiente que os envolve. Deste modo, também lhes é fornecida uma rede de suporte psicológico externa para tentar enfrentar estes desafios.
Após algumas questões do público, termina, então, a sessão com o astronauta análogo.
Esta formação foi dada por Yan Dihl, aluno de Informática Biomédica na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e, que atualmente se encontra a terminar o seu curso no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC). Num primeiro momento mais teórico foram-nos apresentadas as condições no espaço e os efeitos que estas têm no corpo, como por exemplo, as mudanças de pressão, atrofia muscular e as alterações da percepção que o astronauta tem do meio que o rodeia. Surge, deste modo, uma necessidade de inovar e criar soluções que ataquem diretamente estas necessidades de adaptação, sendo neste preciso ponto que se enquadra a Realidade Virtual nos momentos de treino antecedentes. Nesse momento surgiu a questão: “mas como é que a Realidade Virtual pode ajudar nestes casos?”. A resposta reside no efeito que um estímulo visual tem na percepção do astronauta e, consequentemente, nos sinais que o corpo deste produz, simulando uma reação mais fidedigna à esperada numa missão espacial. Para além das situações de treino imersivo, esta tecnologia também pode ser utilizada como ajuda psicológica para a ansiedade e depressão e em dispositivos de cirurgia e diagnóstico médico. Após esta explicação inicial, passamos à parte mais prática, onde nos foi fornecido um template da Lua para abrir no software Unity. Neste software desenvolvemos um corpo e, através de código explicitado pelo orador, conseguimos colocar o corpo em movimento, simulando um campo de visão de um astronauta aos saltos na Lua.
Num momento final, houve espaço para questões por parte dos participantes, onde o orador se mostrou sempre disponível. O workshop correu bem dentro do tempo estipulado apesar de não cumprirmos toda a atividade planeada.
O evento começou com os Alumni distribuídos por mesas e os participantes divididos em grupos pelas mesmas, com o objetivo de falar com os convidados presentes num momento rápido de networking.
De um modo geral, foram sessões muito enriquecedoras sobre o que fazer depois do curso e o vasto leque de funções que o engenheiro biomédico pode ter, desde trabalhos de investigação, produção de próteses, arranjo e verificação de instrumentos médicos e desenvolvimento de AI.
Para além de tudo isso, todos os alumni envolvidos acabam por ter percursos académicos e profissionais diferente entre si, tanto em termos de estágios como de percurso de estudos, algo que eu considerei bastante interessante e pedagógico. Todos se revelaram bastante simpáticos e gostaram tanto de expor um pouco do seu percurso como do interesse demonstrado pelos participantes. A sessão prolongou-se um pouco além do horário estipulado, mas acabou por ser algo positivo dado que promoveu mais tempo de conversa entre os participantes e os Alumni.
As Jornadas Tecnológicas, abreviadas de Jortec, são dinamizadas pela Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia em parceria com 15 Comissões Organizadoras, uma representativa de cada curso. Este ano, o evento ocorreu pela 24ª vez entre os dias 9 e 17 de fevereiro, em particular, as Jortec de Engenharia Biomédica, dinamizada pelo NBN (Núcleo de Biomédica da Nova) durante os dias 15 e 16. Este evento é uma excelente oportunidade para todos os Estudantes da FCT abrirem os horizontes, não só sobre as saídas profissionais dos seus cursos, como também para aprofundar alguns conhecimentos abordados durante os seus percursos académicos. É também uma ótima iniciativa para alunos formados na nossa Faculdade darem a conhecer um pouco sobre o mercado de trabalho e partilharem a sua experiência com aqueles que esperam, daí a alguns anos, estar do outro lado.
A ANEEB parabeniza a organização dado que esta se mostrou sempre muito simpática e disponível, pedindo sempre feedback e auxiliando os participantes na eventualidade de surgirem problemas.
As XVIII Jornadas de Engenharia Biomédica da Universidade do Minho realizaram-se entre os dias 13 a 16 de fevereiro e consistiram num evento de partilha, discussão e difusão de várias oportunidades, permitindo aos alunos expandir o seu conhecimento da inovação existente na abrangente área que é a Engenharia Biomédica. Desta forma o evento consistiu em alguns momentos em que antigos alumni da Universidade do Minho do curso e de outras Universidades apresentaram os seus percursos e projetos que desenvolvem diariamente no mundo da Engenharia Biomédica e que permitiram aos alunos estar a par do que de inovador é feito na área. Além disso, o evento incluiu não só palestras, como workshops, roundtables e visitas a empresas que possibilitaram aos alunos esclarecer as dúvidas sobre o curso bem como alargar horizontes e desta forma ganhar uma nova motivação enquanto Engenheiros Biomédicos do futuro.
XVIII Jornadas de Engenharia Biomédica da Universidade do Minho
- Dia 13
- Dia 14
- Dia 15
Sessão de Abertura
As jornadas tiveram início com uma sessão de abertura que contou com o contributo da Presidente do GAEB, Maria Pimenta; da Presidente da AAUM, Margarida Isaías; do Presidente da EEUM, Pedro Arezes; da Presidente da ANEEB, Sara Pereira; do Delegado da OE de Braga, Eng. Leonel e dos Diretores de Curso, Prof. Mariana e Prof. Vitor.
Mesa Redonda – Academia vs Indústria
A mesa redonda “Academia e Indústria” contou com a presença de Filipa Fernandes, que seguiu o ramo de mestrado Biomateriais, Reabilitação e Biomecânica, Joana Figueiredo do ramo de Eletrónica Médica, Mariana Fontainhas do ramo de Informática Médica e também Mariana Sá do ramo de Engenharia Clínica.
Durante a conversa moderada por Maria Pimenta, presidente do GAEB, as convidadas responderam a várias perguntas sobre o seu percurso académico, nomeadamente sobre o doutoramento e o mercado de trabalho. E os participantes puderam fazer perguntas na plataforma Slido.
A primeira pergunta foi “Após acabarem o curso sabiam que iriam prosseguir para doutoramento, ou escolheram o mercado de trabalho?”, à qual as convidadas apresentaram diferentes respostas. Mariana Sá começou por referir que escolheu o mercado de trabalho, uma vez que, não teria interesse em continuar o seu percurso académico. Mariana Fontainhas fez a sua tese de mestrado na área de Inteligência Artificial em conjunto com uma empresa, pelo que decidiu integrar a empresa, e não seguir para o doutoramento. Joana Figueiredo fez Erasmus num ambiente de investigação com empresas e decidiu seguir para doutoramento, de modo a garantir que futuramente iria trabalhar na área médica. Filipa Fernandes primeiramente escolheu o mercado de trabalho, e mais tarde iniciou o seu doutoramento.
De seguida, foi questionado às oradoras se as aprendizagens que o curso lhes forneceu foram suficientes para integrarem o mercado de trabalho, à qual responderam de forma semelhante, referindo que as unidades curriculares presentes no curso são transversais e essenciais para nos ajudar a construir respostas para o futuro.
De forma a conhecermos mais sobre as vias empresariais, a moderadora fez uma pergunta relativa a todo o processo de ingressar no doutoramento e no mercado de trabalho, onde as convidadas mostraram diferentes perspectivas e experiências.
A próxima pergunta foi “Ter doutoramento ou não, na perspetiva do mercado de trabalho?”, onde também responderam com a mesma linha de pensamento, dizendo que o doutoramento é uma mais-valia, mas nunca seríamos prejudicados por não o ter. Realçaram ainda que é algo que depende da empresa e do seu objetivo, mas a longo prazo, a nível de oportunidades, ter um doutoramento é igual a não o ter.
Foram ainda questionadas quais são as vantagens e desvantagens que consideravam associadas ao doutoramento.
Por fim, a mesa redonda finalizou com algumas perguntas do público.
Mesa Redonda – Be Real: a day in the life of a Biomedical Engineer
A mesa redonda “Be Real: a day in the life of a Biomedical Engineer” contou com a presença de Catarina Ribeiro do ramo de de mestrado Biomateriais, Reabilitação e Biomecânica, Manuel Palermo do ramo de Eletrónica Médica, Renata Silva do ramo de Engenharia Clínica, e Francisco Cunha do ramo de Informática Médica. A conversação foi moderada por Simão Pedro, terapeuta transpessoal, em que este fez perguntas aos convidados relacionadas com o dia a dia de um engenheiro biomédico.
Primeiramente, a mesa redonda começou com uma breve apresentação de cada orador, em que estes falavam um pouco do seu percurso académico e o processo de ingresso no mercado de trabalho.
O terapeuta Simão Pedro começou por perguntar se o curso de engenharia biomédica forneceu as bases necessárias para o trabalho que exercem atualmente, ao qual os convidados responderam de forma afirmativa, assinalando que antes de começarem a exercer tiveram todas as formações necessárias.
De seguida, foi questionado como é que foi o processo de procura de emprego, onde os convidados partilharam diferentes experiências, referindo que fizeram estágios curriculares, enviaram bastantes currículos e concorreram a bolsas de investigação, de forma a facilitar todo o processo.
Posteriormente, foi pedido aos oradores que partilhassem algumas dicas para encontrar emprego no final da universidade, e a mesa redonda finalizou com algumas perguntas do público.
O doutor Pedro Vieira, concluiu o mestrado integrado em engenharia biomédica com especialização em Eletrónica Médica e posteriormente doutoramento em Engenharia Biomédica, ambos na Universidade do Minho,Devido ao seu background, foi o orador convidado para abordar o tema “A importância da multidisciplinaridade de um engenheiro biomédico para a inovação industrial”.
A sua tese foi baseada na classificação de imagens e vídeos de cápsula endoscópica para detecção de lesões no trato gastrointestinal, onde desenvolveu um software com o objetivo de melhorar os vídeos de uma cápsula endoscópica, capaz de identificar estas lesões. Em conjunto com o Hospital de Braga, foi possível testar esta tecnologia, que mostrou que o software não encontrou todas as lesões, mas poderá ser útil como suporte para os médicos.
Posteriormente, ganhou o prémio Nacional de Gastrenterologia em 2019. Atualmente, trabalha na empresa Controlar como gestor de projetos de projetos de inovação. A empresa dedica-se à automação industrial, desenvolvimento de hardware e software, integração e desenvolvimento de sistemas, testes funcionais e de qualidade para dispositivos eletrónicos e robótica.
A palestra acabou com algumas perguntas do público.
Células, biomateriais e microfluídica: da Engenharia de tecidos à biofabricação de fibras óticas vivasCarlos Guimarães é um Bioengenheiro com experiência de investigação em diferentes países e áreas desde a engenharia de tecidos, biomateriais, e biofabricação, aos modelos 3D de cancro e abordou o tema ” Células, Biomateriais e Microfluídica: Da Engenharia de Tecidos à Biofabricação de Fibras Óticas Vivas”.
O orador terminou o Mestrado Integrado em Bioengenharia, em 2017, na Universidade do Porto, e doutorou-se em Engenharia de Tecidos, Medicina Regenerativa e Células Estaminais (2022) no grupo de investigação 3B’s da Universidade do Minho, em colaboração com o Canary Center for Cancer Early Detection da Universidade de Stanford (EUA). Atualmente, é investigador Júnior em Portugal, no grupo 3B’s.
A sua tese de mestrado foi baseada na complexidade dos tecidos e como é que se aproxima esta complexidade usando biomateriais. Desde então que trabalhou com diferentes tecnologias, como a tecnologia microfluídica, flow-focusing e fibras óticas.
Durante a palestra, falou também de uma simulação onde se recorre a uma fibra fina de hidrogel com formato de esparguete que se consegue manipular em tempo real. No interior desta fibra, existem células vivas que servem como marcadores, sendo possível analisar a adesão e outras propriedades de resposta celular. Inspirados num setup típico de fibras óticas, a equipa decidiu manipular os hidrogéis de forma a que, alterando os índices de refração, fosse possível guiar a luz até distâncias de 20 cm. Além destas experiências, realizaram-se várias simulações, na qual se alterou alguns parâmetros. Numa das simulações, integrou-se partículas de ouro nas fibras de hidrogéis e, variando o comprimento de onda, foi possível alterar o sinal de saída. Em adição a esta simulação, integrou-se zaragatoas no cabo e foi possível concluir que, usando vírus inativados testados em laboratório, é possível detetar de forma muito rápida a presença de COVID-19.
Posteriormente, também concluíram que, aquando da presença de células tumorais, ocorre uma diminuição do sinal luminoso com a proliferação do cancro. Usando este método, é também possível perceber qual é o tratamento adequado para cada tipo de cancro e qual a substância que consegue inibir. Quanto maior o sinal luminoso, menos expressão têm as células tumorais.
A palestra finalizou com algumas perguntas dos participantes.
From a patient with a need, to a developer of a productA Engenheira Sónia Ferreira falou um pouco de todo o seu percurso e como se tornou “From a patient with a need, to a developer of a product“, aliada à Engenharia Biomédica.
Sónia Ferreira, MBA (CEO), é uma especialista líder em soluções de saúde, com mais de dez anos de experiência em gestão empresarial. Nasceu com uma malformação da bexiga, e após muitos testes médicos e cirurgias, teve de realizar uma ostomia. Em 2006, inspirada pelos obstáculos superados desde o início da sua vida, mudou-se para Lisboa para prosseguir o ensino superior em Engenharia Biomédica e completou um MBA em Serviços de Saúde.
E mais tarde, em 2017, deu origem à Besthealth4u, uma empresa que desenvolve adesivos médicos que previnem lesões na pele, aceleram a cicatrização e melhoram a saúde geral do paciente. O primeiro produto criado foi o Bio2Skin, um biomaterial que adere à pele por ligações de hidrogénio com a água presente na nossa pele, e funciona como um adesivo médico. A empresa criou também o adhesiv.Ai, que é um dispositivo com biossensores, que permite o monitoramento remoto de feridas, e permite conhecer o estado da cicatrização da ferida sem a necessidade de retirar o curativo.
Em 2022, Sónia foi convidada, pelo ministro português da Economia e do Mar, a representar cerca de 300 empresas portuguesas em fase de arranque no “Grupo de Trabalho de Economia e Saúde” promovido pelo governo português.
Por fim, foram feitas algumas perguntas pelos participantes.
Na Mesa Redonda – Empresas “Conhece o teu Futuro” moderada por Andreia Martins, estiveram representadas as empresas Accenture, MedSUPPORT e DTx-CoLab, para falarem um pouco sobre o contexto empresarial, bem como o que procuram num Engenheiro Biomédico e quais os papéis que poderemos exercer respetivamente em cada uma delas. Primeiramente, cada representante fez uma breve introdução da respetiva empresa. A Accenture é a maior empresa de consultoria do mundo, e fornece serviços de estratégia, consultoria, digitais, tecnologia, e não só. A MedSupport fornece serviços especializados de engenharia clínica para unidades de saúde, que apoiam clínicas e consultórios na melhoria contínua, no licenciamento e na gestão de qualidade. A DTx-CoLab faz investigação aplicada em diferentes áreas ligadas à transformação digital, sem fins lucrativos.
De seguida, foi questionado aos convidados de que forma a engenharia biomédica complementava as suas empresas, e todos afirmaram que o engenheiro biomédico tem papel em diversas áreas, desde a engenharia clínica, onde faz a avaliação e gestão de uma unidade clínica, até à informática, onde desenvolve competências de data science e software.
Posteriormente, foi pedido que cada convidado explicasse como é que funciona o processo de recrutamento na sua empresa, e o que procuram num candidato. No caso da MedSupport, a oradora referiu que a empresa procura pessoas com conhecimento de métodos de trabalho e boa vontade de colaborar, mas que a competência técnica não era fator, pois será fornecida a formação necessária. No caso da DTx-CoLab, o recrutador terá uma primeira conversa com o candidato, de forma a conhecer as suas soft skills, e depois uma conversa mais técnica, para identificar as suas hard skills. Por fim, a Accenture inicia o recrutamento com uma entrevista, onde colocam à prova a vontade e interesse do candidato.
Também foi pedido aos oradores que partilhassem dicas para o processo de entrevista, em que os representantes responderam de forma semelhante, acentuando que devemos mostrar honestidade, proatividade e interesse pela empresa.
A moderadora também questionou aos convidados se acreditavam na existência de oportunidades para Engenheiros Biomédicos em Portugal, e todos asseguraram que sim, indicando que há cada vez mais incorporação do curso na saúde e em diversas outras áreas.
Por fim, foram pedidos conselhos para quem está a concluir a tese e está a entrar no mercado de trabalho, e a mesa redonda finalizou com perguntas do público.
Building the Future - 5ª Edição
- Future of Health in EU
- A new patient-centric technology-enabled primary care journey
- Unlocking the power of Data in Healthcare
- How is AI accelerating Healthcare?
- Digital Skiling for Healthcare Professionals
Esta sessão, que teve como oradora a eurodeputada Sara Cerdas, incidiu, sobretudo, no futuro da saúde na União Europeia, tendo sido dada uma breve explicação sobre o que tem acontecido em matéria de saúde europeia e o futuro da mesma.
Profissional na área da saúde através de 3 comissões parlamentares, Sara falou sobre um programa europeu para a saúde, “eu4health”, que está em vigor desde 2021 e estará até 2027, e do qual foi negociadora. Foi abordada a forma como o financiamento deste programa foi sendo alterado durante o decorrer da pandemia “Covid-19” e, para além disso, foram referidos os 4 pilares de atuação do mesmo, sendo eles: o melhoramento e promoção da saúde no cancro e a cooperação internacional; proteção dos cidadãos através de mais vigilância e preparação para emergências sanitárias; promoção e aumento do acesso a medicamentos e dispositivos médicos; e por último, o fortalecimento dos sistemas de saúde através de infraestruturas digitais e da sua integração nos sistemas nacionais de saúde.
Por fim, foram referidas a importância deste programa e as suas vantagens.
Nesta sessão tivemos o prazer de ouvir o orador Ricardo Constantino que deu a conhecer a jornada de cuidados centrados no paciente e alimentados por dados que são desenvolvidos pela NTT DATA. Esta jornada baseia-se em seis tópicos sendo eles: “sensores Wearables e aplicações digitais”; “Chatbots conversacionais”; “Speech-to-text”; “Genómica”; “Digital Twin”; e “Medicina de Precisão”.
Ricardo Constantino começou por referir o facto de o número de mortes por doenças crónicas não transmissíveis ser elevado. Alguns exemplos destas são doenças cardíacas, pulmonares, cancro e diabetes, e as mesmas são potenciadas por fatores de risco comportamentais como o consumo de tabaco, álcool, uma alimentação pouco saudável e falta de atividade física. Para contrariar os números, estão a ser implementadas novas metas até 2030 com o objetivo de garantir a concretização de ações que respondam aos fatores de risco e que reforcem os sistemas de saúde. Tais metas são importantes uma vez que os cuidados primários são essenciais na sensibilização dos cidadãos para os fatores de risco e para acompanhar a sua evolução.
Nesta sequência, foi abordada a crescente utilização de dispositivos smartwatch que se tem vindo a sentir. Estes são equipados com vários sensores que medem, por exemplo, a frequência cardíaca, a temperatura, a frequência respiratória e a pressão arterial, ou seja, os relógios são usados com um conjunto de aplicações para monitorizar o estado de saúde. Em alguns países europeus como a Alemanha, a Bélgica ou a França, estas aplicações são mesmo prescritas por médicos sendo comparticipadas.
A tecnologia usada nos smartwatch pode ser aliada à inteligência artificial (IA), permitindo uma melhor identificação de doenças e diagnóstico, bem como, a análise de imagens médicas e deteção de anomalias. O orador falou sobre algumas das aplicações da IA na saúde como por exemplo: na investigação e produção de medicamentos, avaliando potenciais alvos terapêuticos; como assistentes virtuais que podem ajudar os pacientes na marcação de consultas e na disponibilização de informação sobre medicamentos; no apoio à decisão clínica, analisando os dados do paciente e disponibilizando informações em tempo real sobre o diagnóstico e tratamento; e, por último, com ajuda da IA, os registos de saúde eletrónicos podem ficar mais completos e precisos através da automação dos registos de informação.
Os smartwatch utilizam inteligência artificial para processar dados e, para isso, recorrem ao “Chat GPT” que permite responder a perguntas, gerar e sumariar texto, responder a diálogos, gerar conteúdo criativo e disponibilizar conhecimento. Com base nesta tecnologia de conversação, é utilizado o Speech-to-text para registar toda a informação e os algoritmos de IA executam a conversação em notas estruturadas e padronizadas que são guardadas no registo clínico.
Deste modo, o médico não despende tanto tempo a analisar a informação, sendo possível pedir, com maior brevidade, exames farmacogenéticos que visam analisar a genética do paciente, avaliando vários parâmetros como, por exemplo, a forma como o organismo metaboliza diferentes fármacos e a sua resposta aos mesmos. Com base nestes dados, é possível a prescrição de diferentes medicamentos ou ajuste da dosagem para otimizar o tratamento. Os resultados dos testes são registados e o médico realiza várias simulações utilizando o modelo analítico Digital Twin que simula o comportamento real do organismo. Após a decisão, o médico prescreve a medicação com a dosagem certa, entrando o registo na farmácia, e a indústria farmacêutica escolhe o medicamento mais adequado e com menos efeitos adversos. No final, a entrega personalizada do fármaco é feita por um drone.
De um modo geral, na jornada de cuidados apresentada pelo orador, os sensores wearables e aplicações digitais são usados para acompanhar a saúde dos cidadãos e a possibilidade de detetar precocemente patologias; os Chatbots conversacionais permitem que os profissionais de saúde tenham mais informação quando interagirem com os doentes; os Speech-to-text permitem aos profissionais que o foco esteja no doente durante a consulta; a Genómica auxilia a escolha do tratamento mais eficaz para cada doente; os modelos Digital Twin são utilizados para perceber o funcionamento dos temas e prever como se vão comportar; e, finalmente, a Medicina de Precisão e a sua capacidade de responder a cada um dos doentes de forma individual reduzem os custos e evitam tratamentos ineficazes.
Numa nota final, a NTT DATA conclui que “os profissionais de saúde que utilizam a tecnologia vão substituir os profissionais de saúde que não a utilizam”.
Numa dinâmica de roundtable, esta sessão juntou várias entidades que têm um papel na saúde dos cidadãos para discutir como os dados e a inteligência artificial podem revolucionar os cuidados de saúde em contexto mundial.
O lugar onde vivemos influencia a nossa saúde tremendamente e foi, precisamente, por este ponto que a discussão começou. Joana Novo explicou de que forma a saúde cardiovascular é determinada por fatores como o local em que vivemos e o nosso estilo de vida, e a consequente importância da recolha de dados sobre estes. Assim, a Novartis tem vindo a desenvolver um projeto chamado “AI4HealthyCities” que junta informação sobre o modo de vida dos cidadãos de diversas cidades europeias e mundiais, entre as quais Lisboa, e utiliza estes dados para ajudar os governadores a tomarem melhores decisões no que toca ao planeamento das cidades, impactando positivamente a saúde dos seus habitantes.
De seguida, foram discutidos os desafios que vêm com a utilização dos dados. Alfonso Navarro, que trabalha na AXA, realçou que o problema da sua utilização não está relacionado com a obtenção dos mesmos, mas sim com a falta de conectividade que existe, principalmente, em ambiente hospitalar. Deste modo, a partilha de informação entre diferentes prestadores de cuidados de saúde torna-se bastante limitada. A AXA, ciente deste problema, e em parceria com a Microsoft, tem vindo a desenvolver soluções que permitem a conectividade de dados entre várias redes de cuidados, desde lares a farmácias e hospitais.
Por fim, o diretor do Hospital Lisboa Central explicou que a capacitação dos intervenientes na saúde, como os médicos e enfermeiros é crucial para que estas novas tecnologias tenham sucesso na área. Sublinhou ainda que é precisa uma mudança de paradigma e a criação de novos postos de trabalho dentro dos hospitais para que os insights obtidos através da inteligência artificial e dos dados sejam maximizados.
Esta foi uma conversa marcada pela diversidade de perspectivas daqueles que fazem ciência e daqueles que a aplicam no dia a dia. Dela fica a noção de que a saúde está a mudar rapidamente, mas que esta é uma mudança positiva, e que traz esperança, não só para a prevenção das doenças, mas também para um tratamento mais adaptado a cada paciente.
A sessão contou com a participação de Miguel António Dias Neves, investigador no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e de Sofia Couto da Rocha, médica e Chief Transformation Officer na Lusíadas Saúde.
Para dar início à sessão, Miguel Neves foi questionado quanto ao seu ponto de vista sobre como a IA altera a forma de fazer ciência. Este inicia o seu discurso dizendo que trabalha com o desenvolvimento de biossensores para a medição de biomarcadores em amostras biológicas, no entanto, acrescenta que, hoje em dia, um biomarcador já não é suficiente para diagnosticar e prognosticar doenças. Miguel Neves diz que foram estabelecidas parcerias, com institutos de investigação de grande renome na Europa, para utilizar as suas plataformas e diagnosticar doenças cardíacas e degenerativas. O moderador questiona Miguel Neves sobre de que forma a IA é necessária para o seu trabalho e o mesmo refere que esta é utilizada para desenvolver os algoritmos que permitem fazer este diagnóstico. Sem a IA, este trabalho fica imediatamente interrompido após o desenvolvimento do biossensor.
Numa segunda parte da sessão, Sofia Rocha foi questionada acerca do impacto da IA, quer na ótica do paciente, quer do médico. A oradora fala numa perspetiva passada e refere que “vivíamos na saúde como clusters, criávamos tipos, e depois aplicávamos os protocolos a uma persona”. Contudo, com a evolução da ciência, percebemos que existem diversos parâmetros que podem ser avaliados pela IA que permitem aumentar o apoio à decisão. Relativamente aos cidadãos, hoje em dia, há um grande acesso à informação, no entanto os mesmos têm dificuldades em perceber o que é essa informação e o que é conhecimento, e qual desse conhecimento está correto. Para resolver esse problema, já é possível reunir informação sobre doenças singulares através de instrumentos digitais, como as apps.
O moderador questiona ainda se Sofia Rocha sente alguma resistência por parte dos profissionais de saúde em utilizar estas novas ferramentas. A mesma responde que sim, mas que sente também vontade e interesse por parte destes em utilizar estas novas soluções.
Posteriormente, ao ser questionado sobre o quão longe estamos do desenvolvimento de um tratamento direcionado para apenas um paciente particular e não para um cluster, Miguel Neves menciona que esse é o principal objetivo, o tratamento personalizado desenvolvido através da IA. No entanto, reforça a resistência dos profissionais que ainda se faz sentir, sendo esta a principal barreira que se está a enfrentar. A Doutora Sofia Rocha acrescenta também o problema de acesso aos dados e a regulamentação associada ao mesmo, prevendo que, na próxima década, este processo sofrerá uma aceleração.
Por fim, foi pedida, pelo moderador, uma palavra de esperança, pelo que o Doutor Miguel Neves refere que a evolução na IA permitirá prolongar a vida da população e facilitar o trabalho dos profissionais de saúde. Sofia Rocha, por sua vez, menciona que o desenvolvimento de soluções progressivamente mais rápidas é possível se formos parte ativa do processo, apesar do momento de guerra e de problemas energéticos que se vive atualmente.
Nesta sessão, o Painel contou com Rui Gomes, Head of Information Systems do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e Julio Diaz, Critical & Social Care Offer Lines Director na INETUM. Julio Diaz começou por fazer uma breve apresentação da INETUM, detendo-se na componente da empresa consultora que está relacionada com a medicina, dedicando-se à monitorização remota, nomeadamente, a telemedicina e a utilização de dispositivos wearables. Julio Diaz termina esta mesma apresentação por evidenciar as principais competências de um profissional de saúde, sendo as mesmas: alfabetização digital em saúde; gestão eficaz da informação científico-sanitária; comunicação em saúde; e criação de conteúdo digital científico-sanitário.
De seguida, após questionado sobre o estado atual da tecnologia no setor da saúde, Rui Gomes menciona que as competências digitais dos profissionais de saúde sofreram um aumento dado o surgimento de novas soluções e aplicações após a pandemia “Covid-19”. Porém, e apesar de existirem profissionais que têm o ímpeto de adotá-las, a complexidade e inércia das instituições atrasa este processo. Rui Gomes menciona ainda a necessidade da requalificação de profissionais do IT, visto serem os profissionais de saúde que possuem os requisitos funcionais necessários.
Este tema deu então início a uma questão direcionada a Julio Diaz. Este refere que a situação em Espanha é semelhante e que o peso do IT em contexto hospitalar tem vindo a ser cada vez maior, dedicando-se mais tempo ao paciente.
A questão que se seguiu focou-se no motivo pelo qual os profissionais de saúde não se encontram no nível desejado de digital skilling, quer devido à falta de interoperabilidade, quer à arquitetura estrutural das instituições. Face a esta questão, Rui Gomes evidencia a necessidade de haver uma transformação do ponto de vista da organização, partindo da definição de uma estratégia clara, tal que os objetivos do sistema de informação estejam alinhados com os da organização. O mesmo defende ainda a necessidade de haver um programa de digital skilling, de forma a constituir um plano contínuo de melhoria para mudar o comportamento de uma cultura e sensabilizar as pessoas para os riscos associados. Julio Diaz concorda com a opinião de Rui Gomes, acrescentando a importância de mostrar, desde o primeiro dia, aos prestadores de cuidados de saúde as ferramentas digitais presentemente disponíveis.
Posteriormente, o moderador questiona os oradores sobre como acreditam ser possível aproveitar os nativos digitais, isto é, os colaboradores que entraram agora no sistema de saúde, e conjugá-los com os profissionais de saúde com mais experiência e conhecimento adquirido. Relativamente a esta questão, foi destacada a necessidade de existir uma simbiose entre a experiência e o conhecimento científico-sanitário dos profissionais de saúde sénior com o conhecimento tecnológico dos profissionais juniores.
Relativamente ao distanciamento existente entre o serviço de saúde público e privado, foram referidos problemas associados com a fusão de sistemas de informação e cultura. Esta pode ser demorada, sendo difícil requalificar os quadros com novos profissionais e levando, consequentemente, à perda de profissionais extremamente qualificados. Para além disso, foi realçada a importância de definir uma framework de competências para a transição dos dados para a área da interoperabilidade, sempre com foco no paciente ao invés de nos processos internos. Julio Diaz refere que em Espanha não existe tanta discrepância entre o contexto público e privado relativamente às competências digitais, porém o seu modo de utilização é diferente.
Posteriormente, os oradores foram questionados quanto às medidas que acreditam ser relevantes para ultrapassar a falta de desenvolvimento tecnológico, agora no próprio utente, principalmente quando este é mais envelhecido. Julio Diaz menciona o cuidado que a Saúde Pública deve possuir, de forma a não isolar um paciente que necessita de uma maior atenção, nomeadamente presencial. Rui Gomes, por seu lado, menciona que o SNS está disponível no que diz respeito a facilitar a transição para o digital e a utilização de brochuras também poderá ajudar nesse sentido.
Por fim, foi ainda debatida a importância da proteção dos dados e da responsabilização de especialistas para este efeito. Rui Gomes menciona a existência de um programa transversal à organização e que permita consciencializar para a segurança. Julio Diaz adiciona que esta questão está a atingir um grande nível de consciência dos diretores da saúde pública, de forma a cumprir a lei europeia e proteger os utentes.
Nos passados dias 25 e 26 de janeiro, decorreu a 5ª edição do “Building the Future”, o principal evento português de transformação digital. Ao longo das suas várias edições, a conferência tem contado com a presença de referências mundiais, trazendo para cima da mesa conversas e debates relacionados, essencialmente, com o papel da tecnologia no futuro das mais diversas áreas. Deste modo, a ANEEB teve o prazer de marcar presença em cinco sessões, ligadas elas ao ramo da saúde e da Engenharia Biomédica.
Numa nota final, a ANEEB gostaria de parabenizar a organização deste que foi, sem dúvida, um evento de excelência.
O último Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) de caráter ordinário do ano letivo 2022/2023 realizou-se nos dias 03 e 04 de dezembro no Teatro Municipal de Vila do Conde. O ENDA é um encontro que reúne o movimento associativo nacional dos estudantes do Ensino Superior e onde a ANEEB reiterou a sua presença.
A ANEEB gostaria de parabenizar, mais uma vez, a organização do ENDA Vila do Conde 2022, bem como todas as estruturas envolvidas neste evento.
ENDA - Vila do Conde
O último Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA) de caráter ordinário do ano letivo 2022/2023 realizou-se nos dias 03 e 04 de dezembro no Teatro Municipal de Vila do Conde. O ENDA é um encontro que reúne o movimento associativo nacional dos estudantes do Ensino Superior e onde a ANEEB reiterou a sua presença.
O Plenário A: Plenário Inicial foi realizado pela organização do ENDA de Vila do Conde 2022, começando por verificar se todos os delegados possuem comando de voto. Dada a possibilidade de intervenção inicial pela Presidente de Mesa de Plenário a qualquer presente, prosseguiu-se à votação da gravação do ENDA ordinário para efeitos de ata, sendo aprovada por unanimidade e, posteriormente, à apresentação da ordem de trabalhos do ENDA, tendo sido aprovada.
Findo o período de almoço, a tarde iniciou-se com um workshop sobre “Ação Social e Abandono Escolar”, iniciando-se, por volta das 15h30, o Plenário B, cujo cerne de discussão incidiu neste mesmo tema. O Presidente de Mesa de Plenário (PMP) começou por saudar todos os presentes e apresentar os seus secretários de Mesa. Passou então à apresentação das moções, explicando o funcionamento do Plenário no que concerne a tempos de apresentação, questões/esclarecimentos e intervenções.
João Pedro (FNAEESP) subiu ao palco para apresentar a moção elaborada pela Federação Nacional de Estudantes do Ensino Superior Politécnico: “Ação Social e Abandono Escolar”. Refere que esta moção tem que ver essencialmente com uma alteração ao Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo para Estudantes do Ensino Superior (RABEEES) a nível dos rendimentos efetivos do agregado familiar, procurando uma contabilização com consideração dos valores líquidos em vez dos ilíquidos. Frisa ainda a necessidade de uma lei que proteja e regulamente proteções sociais para estudantes e a criação de uma bolsa de necessidades educativas específicas contribuindo para um Ensino Superior mais inclusivo. Finalizada a apresentação, o PMP dá início aos pedidos de esclarecimentos e intervenções.
De seguida, João Pedro (FNAEESP) apresenta a segunda moção sobre “Mobilidade Territorial” denotando a falta de rede de infraestruturas de transporte para o Ensino Superior, debatendo-se de como tal afeta o estudante e a escolha do local de estudo, bem como as alterações que podem ser efetivadas com interesse numa ótica, numa primeira instância, de descrição e análise da Mobilidade no Ensino Superior.
A moção seguinte apresentada pela Inês Jorge (AEFCSH) revela a posição da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas: “Pelo fim das sanções pelo não pagamento de propinas” que, essencialmente, se esbate pela procura progressiva de um Ensino Superior que esteja ao acesso de todos, independentemente da condição socioeconómica.
Em seguida, a PMP prossegue para a quarta moção do plenário: “Um sistema no limiar da (in)eficácia” elaborada pela Federação Académica do Porto e apresentada por Ana Gabriela Cabilhas (FAP). Esta faz uma contextualização sobre os programas e políticas públicas atuais portuguesas, destacando medidas relacionadas com o complemento de alojamento e o alargamento do programa “Renda Segura” ao arrendamento para estudantes.
Segue-se a próxima moção, onde a PMP chama ao palco os proponentes da moção “Inclusividade no Ensino Superior” da Federação Académica de Lisboa (FAL). Este aborda as dificuldades que os estudantes com Necessidades Educativas Especiais (ENEE), apresentando um conjunto de recomendações neste sentido.
No período reservado à votação, a moção apresentada pela AEFCSH foi reprovada e as restantes moções aprovadas. Por ordem da organização, foram atribuídos 10 minutos para coffee break antes da continuação dos trabalhos.
Depois da pausa, o evento prosseguiu com o Plenário C, sendo antecipado por um workshop intitulado “Internacionalização no Ensino Superior” por Ângela Carvalho, Diretora do Gabinete de Relações Internacionais do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), falando do processo de internacionalização e como o mesmo tem contribuído para o progresso do IPCA. O Plenário insurgiu-se no mesmo âmbito, tendo sido apresentadas moções por parte da FNAEESP e pela FAL.
Depois de explicar o funcionamento do Plenário, o PMP chama ao palco os proponentes da primeira moção do Plenário: “Internacionalizar o Ensino Superior Português” da FNAEESP. João Pedro (FNAEESP) destaca a importância de literar os estudantes e Instituições de Ensino para as vantagens de internacionalizar e de conceber mecanismos facilitadores e de atração de estudantes internacionais para estudarem em Portugal, nomeadamente através da criação de formação ministrada em língua inglesa e apoios de acolhimento de modo a esbater barreiras lingísticas e de adaptação a uma nova realidade.
Em seguida, a PMP prossegue para a segunda moção do plenário: “Bolsas Erasmus+: Barreiras além Fronteiras” apresentada por João Machado (FAL), onde este refere a necessidade de apoios individuais do Erasmus+ à prossecução efetiva da mobilidade dos estudantes.
Ambas as moções foram aprovadas e o programa do primeiro dia findou sensivelmente à hora planeada.
Um workshop sobre “Acesso ao Ensino Superior” determinou o início do segundo dia do encontro. António Fontaínhas Fernandes, o presidente da Comissão Nacional do Ensino Superior, tomou a palavra articulando diversos dados referentes às candidaturas ao ensino superior e mencionando que os estudantes entram cada vez mais na sua primeira opção e com médias mais elevadas. Foi questionado ainda quanto aos contingentes especiais das ilhas, o peso dos exames do secundário para a candidatura e sobre como reter alunos nas instituições de ensino do interior e evitar a desertificação.
A PMP inicia a ordem de trabalhos, procedendo à votação da proposta da apresentação dos pontos do Plenário D por temáticas, que foi aprovada.
Por ordem da organização, pelas 12h30 procedeu-se a uma pausa para o período de almoço.
Pelas 14h, o evento prosseguiu e a PMP passou a palavra a João Pedro, delegado da FNAEESP, proponente da primeira moção do Plenário D: “Calendário do Acesso”. Esta moção tinha como base a antecipação do calendário de divulgação dos resultados de cada fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, para que o ingresso na 2ª fase não corrompesse o aluno de fazer certas avaliações.
Em alternativa, a delegada da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, apresentou uma moção com o mesmo intuito de antecipar a divulgação de resultados, mas propondo apenas um limite final da divulgação na 3ª fase.
A PMP indicou que estas moções seriam votadas, posteriormente, em alternativa, pelo que apenas uma das propostas seria aprovada.
Em seguida, a PMP prosseguiu para a segunda moção do plenário: “Conclusão do Ensino Secundário”, uma proposta conjunta da FAL e da FNAEESP, com a intenção de retirar a obrigatoriedade dos exames nacionais, sendo que o aluno realizaria apenas as provas de ingresso pretendidas.
O plenário prosseguiu com uma nova moção: “Revisão do acesso ao Ensino Superior: a perspetiva estudantil”, apresentada pela delegada da FAP, propondo uma inspeção do ensino, de forma a evitar a sobrevalorização de médias internas em escolas secundárias, através da atuação da Inspeção-Geral da Educação e Ciência.
No Plenário E foram, por fim, apresentadas as Medidas Conjuntas, seguindo-se as normas de trabalho dos anteriormente descritos.
Por fim, no Plenário Final, foi apresentada e votada a candidatura à realização do próximo ENDA, a ter lugar nos dias 11 e 12 de março de 2023, no Porto, a cargo da organização da Associação de Estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (AEFEUP).
Não havendo declarações de voto, a PMP dá por finalizada a ordem de trabalhos e encerra assim o Plenário Final e o ENDA Vila do Conde 2022.
14TH Workshop on Biomedical Engineering (14TH WBME)
O evento começou com a welcome session onde falou o Professor Pedro Almeida, vice-presidente da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e investigador no IBEB, a Professora Raquel Conceição, coordenadora do IBEB, Luís Borges, presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (AEFCL) e o Professor Eduardo Ducla Soares, fundador do curso de Física Médica em Portugal.
A primeira sessão do dia foi ministrada por Ana Sobreiro, mestre em Engenharia Biomédica pelo Instituto Superior Técnico (IST) que trabalha atualmente na Medtronic como Spinal Robotics Clinical Specialist. A sua apresentação intitulou-se “Engineering the extraordinary: a new era in robotic-assisted surgery”. A oradora explicou o que faz no seu trabalho, apresentou a entidade empregadora onde trabalha (Medtronic) e falou sobre o problema em questão – degenerative spine disease -, o impacto na vida dos pacientes e o sistema mazor robotic guidance que a própria comercializa nos hospitais em nome da empresa.
A segunda sessão foi ministrada pelo Professor Alexander Seifalian, diretor da NanoRegMed em Londres, que trabalha na área da nanotecnologia e medicina regenerativa. Os seus projetos atuais levarão ao desenvolvimento de implantes cardiovasculares usando nanomateriais e tecnologia de células estaminais. A sua apresentação intitulou-se “Graphene, butterfly and stem cells is set to revolution surgical implants”. O orador falou sobre o problema em questão nas investigações que comanda: não haver artérias sintéticas. Além disso, mencionou também que muito do que serve para os animais não serve para o ser humano. Referiu ainda a importância de alguns tópicos aquando da escolha de materiais para válvulas sintéticas, tais como a toxicologia, biocompatibilidade, integração de tecidos e a hidrofobicidade. O orador explicou, por fim, o que é o grafeno, a sua importância e aplicação, elaborando sobre como funcionam as experiências para perceber se os materiais são aptos e referiu o uso de Hastalex no desenvolvimento de válvulas cardíacas sintéticas.
Seguidamente, ocorreu a roundtable intitulada “Entrepreneurship and health”com a Professora Ana Prata, empreendedora, cientista e professora convidada na FCUL como moderadora do debate e como convidados o Professor Ricardo Faustino, fundador e CEO da start-up SIMATIX, João Brito, aluno finalista do Mestrado em Engenharia Biomédica e Biofísica e co-fundador da start-up Keep on Care e o Professor Hugo Ferreira, empreendedor e co-fundador de muitas start-ups, como EMOTAI, Neroes e Nevaro. Foram discutidos diversos tópicos, tais como se o empreendedorismo em ciências deve ser pensado e direcionado para o bem-estar da população ou apenas pelo benefício monetário que poderá dar, a comparação de transferência de tecnologia em Portugal e no estrangeiro, se apenas devem ser financiados projetos com um verdadeiro impacto na saúde, entre outros tópicos.
Seguidamente, Duarte Saraiva, como Best Alumnus, apresentou a sua dissertação de mestrado intitulada “Normative model for the diagnostic of neuropsychiatric disorders using deep learning methods”.
Posteriormente, a terceira sessão do dia foi ministrada por João Seco, doutorado em Física Médica pela University of London. Trabalha na German Cancer Research Center. A sua apresentação intitulou-se “Treatment of lung cancer with proton beam-based radiotherapy”. Começou por explicar a origem da radioterapia e falou também acerca de diversas técnicas na área, tais como terapia com protões e da técnica FLASH, concluindo que a última está em grande expansão e apresenta grandes vantagens relativamente ao tópico da toxicidade dos tecidos saudáveis.
A última sessão do dia foi ministrada pelo Professor Ricardo Faustino da área da medicina veterinária e fundador e CEO da start-up SIMATIX. A sua apresentação intitulou-se “Translating Human to Veterinary Medicine”. O orador falou, essencialmente, sobre como construir uma ponte entre a medicina humana e a veterinária. O orador mencionou ainda a plataforma digital ZooRad+ e explicou, entre outros tópicos, como se faz o estudo comparativo entre o Alzheimer humano e a disfunção cognitiva canina.
No dia 8 de outubro de 2022, a ANEEB esteve presente na 14ª edição do Workshop on Biomedical Engineering (WBME), organizado pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Biomédica e Biofísica (NE2B2) em conjunto com o Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica (IBEB).
A ANEEB parabeniza o NE2B2 pela organização deste evento, felicitando a sua concretização e na esperança de poder estar presente em próximas edições.
Nos dias 26, 27 e 28 de janeiro, a ANEEB esteve presente no Building the Future 2022, tendo assistido a diversas apresentações e discussões sobre diversos tópicos inerentes à tecnologia e inovação.
A ANEEB gostaria de parabenizar a organização do Building the Future 2022, bem como todas as estruturas envolvidas neste evento, esperando voltar a estar presente em futuras edições.
Building the Future - 4ª Edição
- Burnout: A Process of Exhaustion
- The science of Burnout prevention
- Predicting and protecting through AI
- Deja Two – You in the Metaverse
- The World Data Hub
- The Impact of Technology on Society
- Investing in Your Educational Journey
- Low-Code Solutions Complementary to Education
- Methodologies in Cognitive Development
Às 11h, um profissional de saúde da Multicare fez uma breve introdução à definição e às consequências psicológicas e físicas do burnout. Nesta sessão também foi introduzido o link entre o burnout e o stress crónico, assim como foram discutidas as várias condições laborais que costumam estar na génese de um burnout. Concluiu-se a apresentação com um apelo à ajuda e reforço do trabalho das entidades empregadoras.
Às 11h10, Lucas Miller e Sarah Yousof, ambos membros do Berkeley Lab, abordaram as características de um burnout descobertas e estudadas por Christina Maslach, cientista que definiu pela primeira vez o burnout, e a evolução histórica da patologia. O duo de oradores clarificou o link entre o stress crónico e o burnout, bem como as respostas do nosso organismo e mente ao stress crónico.
Por fim, demonstraram a dificuldade na recuperação de um burnout e a importância da sua prevenção, introduzindo a técnica de prevenção 3M framework. No 3M framework devemos respeitar e implementar 3 tipos de pausas nos nossos estilos de vida que nos permitam afastar psicologicamente do trabalho– macro breaks, meso breaks e micro breaks.
Às 11h30, Pedro António Lopes e Fábio Paixão, ambos cientistas de dados na Noesis, apresentaram uma solução da Noesis para lidar com deteção de fraude de vários tipos de documentos de forma rápida e eficaz.
Durante a apresentação, introduziram de forma detalhada conceitos básicos de Computer Vision e NLP que são a base da arquitetura da solução desenvolvida. Nesta sessão, explicaram como treinam o algoritmo e integram-no na arquitetura.
Pelas 12h, Verónica Carvalho apresentou o trabalho e missão da Didimo, empresa de metaverse da qual é CEO & Founder que se foca na criação de humanos digitais. A oradora abordou vários conceitos e potencialidades de metaverse e sublinhou a importância de assegurar confiança e autenticidade neste tipo de ambientes.
Por fim, a CEO explicou o processo da Didimo, desde uma simples selfie até ao streaming de um humano digital, e a importância de assegurar uma representação escalável, morfologicamente correta, rápida e personalizável de determinado indivíduo.
Pelas 12h20, Alexandre Pinho trabalhador UN Global da Microsoft e a strategy lead Juls Hollidge da World Health Data Hub discutiram o modelo de estratégia e a visão da World Health Data Hub.
Durante a discussão foram abordadas várias questões, sendo algumas das que mais deram espaço ao diálogo: – o valor da World Health Data Hub para a OMS durante a crise de COVID-19, qual a estratégia típica da World Health Data Hub e como se adapta a casos clínicos/saúde específicos, como coopera com a OMS e com os diferentes sistemas de saúde e governos dos países do mundo, e os desafios no futuro da segurança e privatização de dados governamentais e das infraestruturas necessárias para a sua operação.
Esta sessão foi acerca do impacto que a tecnologia tem atualmente na sociedade, onde o orador exprimiu, do seu ponto de vista profissional enquanto médico psiquiatra, os benefícios e as malícias associadas a este assunto. Sendo que os benefícios que o orador referiu foram o impacto positivo que a tecnologia trouxe para a medicina. Por exemplo, a nível do diagnóstico, do tratamento e do processamento de dados.
No entanto, afirma que atualmente existem pessoas com dependência do mundo virtual, sendo que nas pessoas mais novas este acarreta dificuldades em aprender competências sociais que são indispensáveis.
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Nesta sessão, foi apresentada a instituição “Fundação José Neves” que tem como objetivo distribuir bolsas reembolsáveis para estudantes que não tenham possibilidades financeiras para seguirem os estudos.
Nesta sessão esteve presente um representante desta fundação (Daniel Traça), e três alunas que estão a estudar com estas bolsas reembolsáveis (Irina Pereira, Sofia Sá e Tânia Costa Neves).
Ao longo desta sessão, as três alunas foram expondo as suas ambições e o porquê de terem escolhido esta associação, sendo que quando entrarem no mercado de trabalho terão de voltar a reembolsar o valor à fundação.
Na perspectiva de acompanhar a transformação da era digital que nos é inerente aos dias de hoje, esta sessão teve como finalidade abordar as metodologias de low-code aplicadas ao auxílio da educação. Dada a rápida e constante mudança de paradigma na tecnologia, os processos low-code são cada vez mais presentes e uma mais-valia para ajudar a acompanhar este desenvolvimento. Neste sentido, foi apresentada a Power Platform, uma solução low-code da Microsoft.
A Microsoft Power Apps é constituída por aplicativos, serviços, conectores e uma plataforma de dados que possibilitam, num ambiente simplificado e de rápida implementação, desenvolver aplicações personalizadas ao trabalho ou negócio em questão.
Já o Microsoft Power BI é um serviço de análise de negócios cujo objetivo passa por fornecer visualizações interativas e recursos de business intelligence com uma interface simplificada, de modo a permitir que os seus usuários criem os seus próprios relatórios e dashboards.
A componente Power Automate da plataforma permite simplificar tarefas repetitivas e automatizá-las, para uma melhor gestão de tempo e poupança de trabalhos.
Por fim, mas não menos importante, é ainda disponibilizado o Power Virtual Agents que oferece a possibilidade de criar rapidamente os famosos conversational bots.
Tendo isto em mente, esta pode ser uma plataforma poderosa para ajudar as instituições de ensino a se adaptarem à transformação digital e responder às necessidades que esta era digital exige, tanto integrando-a no processo curricular ou estagiário.
Nesta sessão, foi debatido o uso de metodologias de Inteligência Artificial (IA) na educação escolar, bem como o seu paradigma num futuro que se aproxima. Desta forma, foi discutido como ferramentas de IA, realidade aumentada ou e-portfolios poderiam ajudar os alunos a entender conceitos mais abstratos, que necessitam de ser lecionados com igual qualidade.
Para além disto, foram abordados tantos outros temas como o cruzamento do mundo da tecnologia com as emoções, nomeadamente a felicidade, e ainda a possibilidade que se levanta de as tecnologias provocaremretrocessos na inteligência do indivíduo nas gerações mais recentes.
Com isto, pretende-se que através do auxílio das novas tecnologias, ocorra uma mudança no mindset de que o professor ensinou e, em contrapartida, demonstrar as evidências de que o aluno efetivamente aprendeu.