Eventos da ANEEB

Team Weekend'23
- 1º Debate
- How do you do it?
- A arte de Comunicar
- Design Thinking
- Apresentação e Discussão
- Desafio
- Networking
- 2º Debate
- Agradecimentos
A primeira atividade deste evento consistiu num debate denominado por “A Importância do Associativismo” que contou com a presença de quatro oradores. Sara Pereira, a moderadora do debate e presidente da Direção da ANEEB; Catarina Ruivo, Presidente da Federação Académica de Lisboa (FAL); Vasco Lemos, residente da Direção da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM); e Alexandre Galiza, Vogal da Direção do Conselho Nacional da Juventude (CNJ). Nesta sessão, foram discutidos diversos tópicos importantes relativos ao associativismo, como o impacto da criação das sinergias entre as diferentes associações, as dificuldades atravessadas atualmente por cada uma das associações presentes, como é que a envolvência no associativismo afetou a vida de cada membro do debate, bem como, sob uma nota final, o panorama futuro que antevêm para o associativismo.
De seguida, e naquele que foi o primeiro workshop do evento, intitulado “How do you do it?”, os participantes, membros da ANEEB e dos Associados Efetivos (NEEF, NEDF e NE2B2) foram divididos em grupos de acordo com o núcleo ou departamento da ANEEB. Cada um dos grupos teve a oportunidade de, em conjunto, realizar um exercício de introspeção por um lado, sobre o trabalho que têm vindo a desenvolver no associativismo e, por outro, sobre as dinâmicas existentes dentro de cada equipa. Numa segunda parte deste workshop, cada grupo foi convidado a partilhar as reflexões com os restantes presentes, proporcionando-se uma troca de ideias, de sugestões e de críticas construtivas. A partilha mostrou-se bastante positiva na medida em que os pontos fortes de uns núcleos ou da ANEEB revelaram-se ser resposta para os pontos fracos de outros. . Para além disso, a atividade permitiu a identificação de problemáticas que são comuns entre os diferentes grupos, criando-se discussões sobre possíveis soluções para as mesmas.
Após a pausa de almoço, o primeiro workshop da tarde, lecionado por Ana Prata, empreendedora e professora na Universidade de Lisboa, intitulou-se por “A Arte de Comunicar”, tendo sido abordado o quão importante é comunicarmos de forma eficiente de modo a sermos escutados. Através de dinâmicas como o jogo do telefone estragado e olhar “olhos nos olhos” alguém sem desviar o olhar, foi demonstrado, por um lado, o quão difícil é ser um bom comunicador e, por outro, como podemos usar o nosso corpo para auxiliar nesta tarefa, nomeadamente no que concerne à forma como nos posicionamos numa sala, como usamos as mãos, os pés, os olhos. A oradora terminou a sua apresentação com uma mensagem simultaneamente aliciante e provocadora: as pessoas que comunicam bem mudam o rumo da história, para bem e para o mal e, como qualquer arte, esta é uma que se aprende ao longo do tempo, cabe-nos a nós desenvolvê-la e usá-la a nosso favor.
Posteriormente, tivemos o prazer de receber Mariana Oliveira, formada em Engenharia Biomédica e Professora Monitora nas unidades curriculares da área de Empreendedorismo da FCUL. Numa nota introdutória, foi apresentado o conceito de “Design Thinking”, uma ferramenta, que tendo por base a empatia, nos permite chegar a uma inovação necessária e consciente de modo a maximizar a ajuda ao próximo e acrescentar valor à vida das pessoas. Após a explicação, seguiram-se atividades mais práticas, como um role play, onde quatro participantes tiveram de se rever em quatro personalidades conhecidas da sociedade tentando percecionar como é que as mesmas acreditariam ser a melhor forma de chegar à Lua. Através destas pequenas atividades, focamo-nos em três pontos importantes do processo de Design Thinking: a ideação, a colaboração e a testagem. No final, foi apresentado o esquema que as grandes empresas usam neste processo, que consiste num duplo diamante que inclui, no cerne, o cliente, sendo este o ponto mais fulcral dos seus objetivos. Através deste contacto ficámos a conhecer o processo criativo de uma empresa, bem como as suas prioridades e métodos de trabalho.
De seguida, realizou-se uma sessão orientada por Sara Pereira e Matilde Faial, Presidente e Vice-Presidente da Direção da ANEEB, respetivamente, que consistiu numa apresentação e discussão acerca do Estudo “Análise do Ensino Superior em Engenharia Biomédica em Portugal”.
Ambas começaram por explicar que o Estudo “Análise do Ensino Superior em Engenharia Biomédica” marca o início do desenvolvimento da ANEEB para tomar, gradualmente, posições efetivas no que concerne às áreas de Pedagogia e Política Educativa. Na sua globalidade, o Estudo permitirá auscultar as opiniões e interesses dos estudantes face ao Ensino que frequentam, bem como a sua adequação ao meio de trabalho através de um Inquérito. As conclusões do Inquérito serão explanadas num Relatório, posteriormente disponível para consulta pública e partilhado com as Coordenações de Curso.
Durante a sessão, todos os participantes tiveram a oportunidade de preencher o Inquérito, seguindo-se um momento de reflexão e discussão relativa a mudanças a efetuar no mesmo.
A Presidência da ANEEB notou, por fim, que todas as sugestões e comentários serão levados em consideração de modo a que, em breve, se dê por finalizada a construção do Inquérito e o mesmo possa ser difundido pela comunidade estudantil, completando, assim, a 1ª fase do Estudo.
Para terminar o primeiro dia do evento, foi realizada uma Assembleia Geral Extraordinária onde foi apresentada e eleita a Comissão Organizadora para o XIX Encontro Nacional de Estudantes de Engenharia Biomédica (COENEEB).
No início do segundo dia, Carlos Mendes, Tiago João Ferro e Francisco Franco Pêgo apresentaram aos participantes um desafio: um problema muito presente no meio hospitalar e clínico refere-se à falta de sistemas de comunicação efetivos. Laboratórios responsáveis por Meios Complementares de Diagnóstico emitem resultados que, na maioria das vezes, não são comunicados de forma automática ao sistema de informação do SNS. Além disso, os vários sistemas de informação do setor privado não comunicam de forma automática com os sistemas de informação do SNS. Este também não tem um único sistema de informação, fazendo com que, nem sempre, a informação de um doente esteja acessível a partir de um único terminal local. Assim, de forma a solucionar este problema, os participantes seriados em seis equipas, com ajuda dos seus conhecimentos na área de Engenharia Biomédica e apoio por parte dos mentores, criaram a sua própria solução.
A tarde do segundo dia, iniciou com Networking, que tem como principal objetivo a partilha de diferentes percursos profissionais de Engenheiros Biomédicos: Beatriz Oliveira, estudante de Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica no Instituto Superior Técnico e Application Development Associate na Accenture; Carlos Afonso Mendes, Project Manager nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde; Dani Silva, Product Manager na B.Braun e estudante de Business Administration no ISCTE; e por fim Ricardo Santos Estudante de Doutoramento na FCT-NOVA e investigador na Fraunhofer Portugal.
Ao longo deste debate, foram abordadas questões relativas à importância de um Engenheiro Biomédico nas diferentes áreas que pode ingressar, se os planos curriculares das diferentes Instituições de Ensino providenciam as ferramentas necessárias, bem como a influência do COVID-19 na aproximação dos estudantes de Engenharia Biomédica ao meio hospitalar. Foram ainda dadas perspetivas quanto ao futuro de Engenheiros Biomédicos em hospitais, particularmente na CUF.
Durante esta sessão, foi possível notar a necessidade de estreitamento das relações entre os hospitais e os cursos de Engenharia Biomédica em Portugal, sendo que como destacado pelos vários oradores, algumas iniciativas que visam a construção de mais alicerces para estabilizar esta ponte começam a emergir.
Numa consideração final, a ANEEB destaca a parceria da Accenture com o Team Weekend. Assim, a ANEEB expressa um distinto agradecimento pelo apoio financeiro e pedagógico da Accenture no planeamento e concretização do Team Weekend!
Finalizando, esta edição permitiu reforçar a ligação da ANEEB com os Associados Efetivos e fornecer ferramentas que poderão vir a ser úteis no trabalho desenvolvido pelos mesmos.
O Team Weekend é um evento com objetivo de suscitar uma análise da realidade do ensino e profissionalização da Engenharia Biomédica, bem como disponibilizar sessões formativas que permitam aos participantes complementar as suas competências transversais. A edição deste evento do mandato 2022/2023, realizou-se entre os dias 18 e 19 de março de 2023, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e contou com a presença de membros da ANEEB e dos Associados Efetivos, nomeadamente o Núcleo de Estudantes de Engenharia Física (NEEF), Núcleo de Estudantes do Departamento de Física da Associação Académica de Coimbra (NEDF), Núcleo de Estudantes de Engenharia Biomédica e Biofísica da FCUL (NE2B2) e o Núcleo de Biomédica da Nova (NBN).
Nos passados dias 26 e 27 de novembro de 2022, decorreu, no Centro de Simulação Hospital da Luz Learning Health, a 3ª edição do Heath Hackathon, um evento sinérgico entre a ANEEB e o Hospital da Luz Learning Health. O Heath Hackathon visa promover uma cultura de inovação aberta e um ecossistema multidisciplinar que envolve profissionais de saúde e estudantes universitários, oriundos de diferentes percursos formativos, na solução de um desafio real da Luz Saúde.
A ANEEB agradece a presença dos participantes no evento salientado a sinergia com o Hospital da Luz Learning Health como, mais um passo, para motivar a inovação médico-tecnológica em Portugal!

Health Hackathon - 3ª Edição
A sessão de abertura determinou o início do evento na qual a ANEEB começou por dar as boas-vindas a todas as equipas presentes, destacando a relevância deste evento pautado pela multidisciplinaridade e inovação na área da saúde.
Finda a sessão de abertura, a Engenheira Raquel Araújo, Innovation Manager do Hospital da Luz Learning Health, passou a apresentar o Learning Health, assim como as instalações do centro de formação e os moldes gerais do desafio. De seguida, foi apresentado o desafio para esta edição do Health Hackathon: as equipas teriam de idealizar uma solução para responder à pergunta “Como podemos notificar os enfermeiros quando se prevê (precocemente) a ocorrência de uma queda de adulto em cuidados hospitalares de internamento?”. Foi explicado que este era um problema real e urgente em meio hospitalar e foram apresentados alguns dados estatísticos com o intuito de contextualizar esta situação no âmbito do Hospital da Luz. Lançado o repto, os participantes começaram um incessante período de pesquisa e deliberação para apresentar uma solução num prazo de 24 horas!
De modo a auxiliar e sustentar as ideias e hipóteses levantadas pelos participantes, ao longo do evento, decorreram dois momentos de workshops. O primeiro workshop do evento teve como orador André Ribeiro, da Magma Studio e incidiu sobre o que deverá e não deverá ser feito num Networking. Em tom informal, o orador aconselhou a plateia sobre a postura que os participantes deverão adotar nestes momentos, salientando a importância de se mostrarem sempre interessados e disponíveis, não se antecipando de imediato para a possibilidade de preencher uma vaga em contexto de recrutamento, mas procurando sim, saber mais sobre a mesma, sobre a dinâmica da empresa, das equipas que a constituem, etc. Mencionou também que o Networking digital é fundamental, sugerindo o LinkedIn como uma ferramenta indispensável para este fim. Através desta já conhecida rede, os participantes têm a oportunidade de estabelecer conexões com alumni que ocupem posições em locais que sejam do seu interesse, é de frisarque abordagens nesta rede são chave para aproximar os estudantes de posições e entidades que pretendem alcançar conhecendo-as numa perspectiva mais realista. O orador apontou ainda para a importância da honestidade e abordou algumas questões mais sensíveis, ou “tricky”, como descreveu, tais como o salário.
A segunda sessão foi da autoria da Docente Ana Pires e incidiu sobre as melhores técnicas para realizar um Pitch. Começou por comparar os investidores a corujas, atentas e pacientes, das quais não deveremos nunca ter medo, mas sim cujas emoções devem ser abaladas, de modo a fazê-los sentir verdadeiramente provocados. Deu de seguida algumas dicas quanto ao preenchimento e ao grafismo dos slides, mencionando as cores, tipos e tamanhos de letra. Passou então para a estrutura do pitch que, de um modo geral, deverá primar sempre pela simplicidade e eficácia, nunca perdendo de foco a importância de se criar um impacto na plateia. A exposição do problema não deve ser, por isso, demasiado detalhada e académica, deve, em vez disso, garantir que a dimensão do problema é bem percepcionada e que é criada empatia nos investidores de tal forma que estes percebam a necessidade de o resolver. Discutiu ainda a apresentação da Value Proposition, da Underlying Magic, mecanismo por detrás da nossa solução, assim como os restantes tópicos que se relacionam com a componente de negócio do Pitch, Business Model, Go to Market Plan, Financial Projections and
Key Metrics, entre outros. Terminou, por fim, a sua apresentação do exato modo como aconselhou aos participantes que o fizessem, criando um impacto tal na plateia que esta, atordoada, não pôde evitar uma ovação.
Após o segundo workshop decorreu uma sessão de mentoria, com duração de 2 horas, composta por um diversificado e multidisciplinar painel de mentores: Cláudia Quaresma (Docente de Fisiologia na FCT-Nova), Ana Prata (Docente de Inovação e Empreendedorismo na FCUL), Luís Lapão (Docente de Gestão e Inovação Hospitalar na FCT-Nova), Luís Carlos Gomes (Gabinete de Gestão do Risco do HL Lisboa) e Raquel Araújo (Gestora de Inovação do HL).O heterogéneo painel de mentores adotou um sentido de rotatividade pelos grupos de participantes, de modo a que estes recebessem auxílio e esclarecessem as suas questões com todos. Finda a sessão de mentoria, os grupos de trabalho continuaram o seu trabalho individualmente havendo uma pausa para jantar fornecido pela ANEEB.
As equipas continuaram o trabalho ao longo da noite, gerindo os tempos de trabalho, descanso e lazer de forma autónoma. Durante este período, a ANEEB reforçou temporariamente a comida disponível, mantendo-se sempre disponível e atenta às necessidades dos estudantes.
Findo o trabalho de equipa às 10h30 do dia 27, procedeu-se à sessão de apresentação das soluções às 11h. Cada grupo apresentou a sua solução com um pitch de 3 minutos com suporte powerpoint. O painel de júris contou com o professor Hugo Gamboa (Fundador da Plux), Frederico Stock (Co-Fundador da Glooma), Teresa Vieira (Docente em Empreendedorismo e Inovação na FCUL), Valdemar Costa (Especialista em Engenharia de Fatores Humanos no HL), Luís Carlos Gomes (Gabinete de Gestão do Risco do HL Lisboa) e Marisa Leal Ferreira (Diretora Adjunta do Gabinete de Gestão de Risco do HL).
A divulgação de resultados consagrou a equipa “C the Future”, composta por Beatriz Jorge, Carolina Jorge, Irina Roque e Mafalda Molinar, alunas do Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA, como a vencedora desta edição! A equipa respondeu ao desafio com a proposta de uma solução que consiste num software de reconhecimento de padrões de movimento capaz de prever um risco potencial de queda, sem necessidade de toque no paciente. O prémio para a equipa incluiu um vale no valor de 250€ no Cartão Sonae e inscrição gratuita num evento do Hospital da Luz Learning Health.

Conferência Nacional de Engenharia Biomédica
- Ensino de Engenharia Biomédica: Nacional vs Internacional
- Engenheiros Biomédicos e Sucesso: Deixa-te Inspirar!
- O papel da Engenharia Biomédica na Inovação Hospitalar
- Como ter um ensino superior diferenciado?
Durante este painel tivemos como oradores Miguel Morgado, licenciado em Engenharia Física (ramo de Instrumentação) e doutorado em Física (especialidade Física Tecnológica). Atualmente, é Professor Associado do Departamento de Física da Universidade de Coimbra e o Coordenador do Doutoramento em Engenharia Biomédica da Universidade de Coimbra. É investigador sénior e membro da comissão executiva do CIBIT - Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional e ainda co-fundador de várias empresas de base tecnológica; Frederik Maes, mestre em Engenharia Eléctrica pela KU Leuven, mestre em Engenharia Eléctrica pela Universidade de Stanford, e doutor em Engenharia Eléctrica pela KU Leuven. É o chefe da divisão ESAT/PSI e investigador no Centro de Investigação de Imagens Médicas do hospital universitário UZ Leuven. Leciona cursos sobre imagem médica e análise de imagem médica no programa de Mestrado em Engenharia Biomédica da KU Leuven do qual é diretor desde 2020; Puja Varsani, Professora associada no departamento de Engenharia de Design e Matemática na Universidade de Middlesex, Londres. Líder do módulo de prática de design do programa BEng/MEng Engenharia Biomédica. Como moderador tivemos Pedro Ribeiro, titular do BEng Engenharia Biomédica na Universidade de Middlesex, Londres. Encontra-se a concluir o mestrado em Engenharia Biomédica na Escola Superior de Biotecnologia (UCP).
Este debate permitiu distinguir as diferenças e semelhanças, bem como, o futuro da Engenharia Biomédica (EB) entre as várias instituições e países. Começando por perceber, por exemplo, as maiores dificuldades em educar os estudantes dada a grande abrangência da Engenharia Biomédica. Realçou-se e explorou-se o facto de que isso permitia mais colaboração entre especialistas e notou-se que, no geral, as instituições tentavam favorecer um estilo de ensino mais prático, apesar de ainda não ser suficiente.
Tanto a Professora Puja como o Professor Frederik defendem que as instituições deveriam incentivar a integração dos estudantes em projetos alargados durante a licenciatura, substituindo a quantidade de exames que ainda se verifica.
A grande abrangência que EB tem, aliás, segundo os professores convidados, é que permite criar mais oportunidades para os alunos de explorarem áreas que possam vir a gostar, bem como de participarem em projetos com colaboração de especialistas diversificados, contudo, o professor Miguel Morgado fez notar que poderiam surgir dificuldades em certas áreas de investigação, dado que as universidades podem-se focar mais numas do que noutras e ainda que, em trabalhos com colaboração com os hospitais existem grandes limitações. Já a Professora Puja também aponta um problema nesse sentido, que é a dificuldade de as universidades darem as capacidades necessárias.
O Professor Miguel Morgado fez notar também a importância do envolvimento dos estudantes em atividades extracurriculares e que era uma enorme lacuna das universidade tal ainda não ser totalmente incentivado. Todos os professores concordaram que ainda está muito à responsabilidade dos alunos de tentarem colmatar essa falha e a importância do envolvimento extracurricular para fortalecer o CV. O Professor Frederik fez menção ao ensino na Bélgica que já reserva um número de ECTs precisamente para projetos extra-curso.
Nesse sentido e, abrindo o debate sobre aquela que é ainda a visão de um Engenheiro Biomédico nas empresas, a professora Puja lamentou que as empresas não tenham noção do que faz uma pessoa formada em Engenharia Biomédica e quais são as capacidades que adquiriu durante a sua formação. Acrescentou ainda que cabe aos estudantes formados em EB forçar o seu lugar no mundo da saúde, dado que a área ainda está sub representada. Só assim se poderia promover as suas capacidades enquanto membros da comunidade médica. Tanto a Professora como o Professor Frederik reforçaram que, para isto, programas de intercâmbio são extremamente importantes.
Para terminar, os três professores concordaram que os estudantes formados em EB são portadores de diversas capacidades, pensamento analítico e grande versatilidade a situações complexas e diversas. Contudo, as universidades têm de se esforçar mais para permitir aos estudantes serem integrados desde cedo em projetos que os permita colocar em prática o conhecimento adquirido logo no início da sua formação.
Esta sessão foi moderada por Filipe Mealha e contou com a participação de Luís Valente, Carlos Honrado e Luís Rita.
O início desta sessão demarcou-se por cada interveniente elaborar o trabalho que desenvolveu ao longo do seu percurso. Luís Valente fala da sua experiência em várias áreas e culminar na fundação da ILoF, uma empresa dedicada à redução de custos no desenvolvimento de medicamentos personalizados; Luís Rita é cofundador da Cycle AI e atualmente realiza o seu doutoramento em medicina computacional no Imperial College London; Carlos Honrado trabalha no INL em investigação no cancro do colo retal.
Um tema de reflexão proposto nesta sessão foi a escolha de um doutoramento enquanto percurso profissional. Os intervenientes mencionaram que a realização de um doutoramento permite financiamento dos seus projetos, o refinamento contínuo dos mesmos, e também a pareceria existente entre a academia e a indústria e qual a escolha a realizar entre ambas de modo a potenciar a resolução dos problemas que motivaram a criação dos seus projetos.
Durante esta sessão, elaborou-se no modo como o ambiente de investigação foi desenvolvido ao longo do tempo. Cada vez menos o trabalho de investigação é feito isoladamente, sendo necessário estabelecer parceiros paralelos com empresas, start-ups, entidades académicas, entre muitas outras. A formação individual serve de base para que esse trabalho possa ser desenvolvido, mas o trabalho é cada vez menos independente.
A experiência dos participantes no estrangeiro também foi alvo de discussão. Neste aspeto, foi acordado que a experiência noutros países potencia novas formas de encarar problemas e oferece novas perspetivas. No entanto, foi apontado que esta experiência não constitui uma chave imprescindível para o sucesso, ou seja, ter uma experiência num país diferente sem uma razão particular ou sem um projeto específico em mente é algo vago.
Acerca do futuro da Engenharia Biomédica, os intervenientes expuseram que cada vez mais se caminha para novos métodos de análise e de diagnóstico dentro da saúde. A multidisciplinaridade da Engenharia Biomédica permite identificar padrões ao nível da doença e a criação de algoritmos que auxiliam a decisão humana impacta a eficácia e a rapidez com a qual estas decisões são efetuadas. Gradualmente, caminhar-se-á para que estes algoritmos e métodos tecnológicos sejam cada vez mais personalizados, ao invés de apresentarem uma abordagem geral à saúde, permitindo a simbiose entre o ser humano e a tecnologia. Como exemplo, foi destacada a utilização do SNS 24, principalmente durante o período de pandemia.
Esta roundtable foi constituída por João Miguel Silva, Delfim Rodrigues, Ana Sofia Silva e como moderador Paulo Abreu.
Esta roundtable começou com uma questão relativa ao significado do valor em saúde, ao que Ana Sofia Silva explicou e deu vários exemplos da sua experiência no IPO. Esta explicação foi reforçada por João Miguel Silva que explanou o que a engenharia biomédica pode ajudar e contribuir para o valor em saúde.
De seguida, o orador Paulo direcionou a round table para o tema principal, que é a inovação hospitalar e a sua relação com engenharia biomédica. O professor Delfim começou por explicar a origem de ambos os termos e como estes se relacionam.
Posteriormente, Ana Sofia Silva explicou o que os engenheiros biomédicos podem vir a mudar o ambiente hospitalar pelas melhorias e inovações que podem trazer. Esta ideia foi reforçada e completada por João Miguel Silva que referiu que os engenheiros biomédicos não só podem mudar e adicionar novos instrumentos, mas também restruturar os processos já existentes de modo a otimizá-los.
Por fim, o professor Delfim Rodrigues explanou que muitos termos e definições são alterados ao longo do tempo, e que os engenheiros podem e devem procurar responder de forma diferente a perguntas já resolvidas, e que desta forma é possível trazer a inovação.
A roundtable “Como ter um ensino superior diferenciado?” iniciou-se com uma breve introdução e apresentação de quatro engenheiros biomédicos, Beatriz Barros, Carolina Martins, Catarina Camarate e Henrique Pinto, todos eles com percursos únicos e experiências formativas e transversais distintas.
Numa primeira instância, Beatriz Barros elucida em que é que consiste o programa Almeida Garrett, criado há 13 anos pelo conselho de reitores das Universidades Portuguesas, do qual fez parte e que a possibilitou frequentar um semestre noutra faculdade. Ao longo das suas intervenções, o maior conselho que deu foi o de gerir todas as oportunidades e investir numa variedade de experiências sem nunca perder a ambição.
No decorrer da roundtable, Henrique Pinto explica as particularidades do programa Erasmus em que participou: Erasmus Placement cuja mais-valia foi de realizar um estágio durante (inicialmente definido) meio ano e de ter a possibilidade de escolher o laboratório e o país de forma flexível. Confessa também que realmente a realidade no estrangeiro é bastante diferente da realidade nacional em termos de financiamento, cultura e enriquecimento formativo.
Ainda no mesmo tópico, Carolina Martins acrescenta que realmente no estrangeiro tornamo-nos pessoas mais resilientes, onde nos temos de desenrascar sozinhos, ganhamos bastantes skills e criamos uma maior rede de contactos que no futuro servirão para progredir na carreira. Admite também que, na experiência dela, no estrangeiro os docentes foram mais rigorosos e exigentes e os métodos de avaliação foram bastante eficientes.
De seguida, Catarina Camarate reforça que faz toda a diferença termos proatividade e perguntarmos e expormos os nossos receios e questões a quem nos consegue ajudar e elucidar. Acrescenta também que há o caminho principal de Engenharia Biomédica, mas há muitos subcaminhos e o essencial é aproveitarmos as experiências para percebermos o que realmente faz sentido para nós.
Por fim e respondendo às perguntas da audiência, os ex-alunos destacam a importância de realizar estágios profissionais, de sermos proativos, resilientes e de não termos medo de ir em busca das oportunidades.
Nos dias 17 e 18 de setembro decorreu a Conferência Nacional de Engenharia Biomédica organizada pela ANEEB. Este evento realizou-se presencialmente na sede da Ordem dos Engenheiros no Porto e ofereceu aos seus participantes uma série de roundtables, entrevistas e debates que se debruçaram sobre a Engenharia Biomédica e o seu ensino.
A ANEEB gostaria de agradecer a todos os participantes e oradores que tomaram parte neste evento, sempre na esperança de ter criado momentos de relevância para os estudantes de Engenharia Biomédica que ingressaram neste evento e puderam partilhar connosco estes momentos de discussão e de partilha de experiências.