Notícias Biomédica
Como se constrói o corpo humano? O atlas das células humanas tem novos avanços
Recentemente, avanços significativos no projeto do “Atlas das Células Humanas” têm revelado detalhes surpreendentes sobre como o corpo humano é construído a partir das suas células. Este esforço global reúne cientistas de diferentes áreas para mapear, em alta resolução, os diversos tipos de células que compõem os tecidos e órgãos humanos, as suas funções e interações. Este conhecimento é fundamental para compreender como as doenças surgem e como os tratamentos podem ser desenvolvidos de forma mais precisa.
O atlas utiliza tecnologias de ponta, como sequenciamento de RNA de célula única e técnicas avançadas de imagem, para catalogar células em diferentes estádios de desenvolvimento e sob diversas condições fisiológicas. Os pesquisadores também integram os dados em modelos computacionais que simulam o funcionamento do organismo, permitindo prever como as células reagem em cenários de saúde e doença.
Entre os principais avanços recentes está a identificação de novos tipos celulares, antes desconhecidos, e a criação de mapas detalhados de órgãos complexos, como o cérebro e o coração. Estes resultados não apenas ampliam o conhecimento básico sobre a biologia humana, mas também têm implicações diretas para a medicina regenerativa, terapias personalizadas e o combate a doenças como cancro e Alzheimer.
Este trabalho destaca a importância da colaboração científica global e demonstra como a ciência de dados e a biologia molecular têm melhorado a nossa compreensão do corpo humano. O “Atlas das Células Humanas” representa um marco na biologia moderna, oferecendo um guia para a exploração do universo celular que forma a base da vida humana.
Saiba mais em: https://www.publico.pt/2024/11/20/ciencia/noticia/constroi-corpo-humano-atlas-celulas-humanas-novos-avancos-2112686
Centro de Terapia do cancro com protões no Porto
O Instituto Português da Oncologia (IPO), anunciou na última quinta-feira, que irá ter um centro de terapia de protões, para o tratamento do cancro.
A terapia de protões, consiste no uso de um feixe de protões para o tratamento do cancro, que permite concentrar a dose de radiação no tumor, sem afetar o tecido saúdavel circundante. Esta é uma técnica inovadora, que atua danificando as células cancerigenas, destruindo-as ou impedindo que se repliquem. Esta traz no entanto a vantagem de ser menos invasiva que a radioterapia convencional, e apontada como altamente relevante para tratar tumores pediátricos.
A necessidade de instalar um centro de terapia do cancro com protões em Portugal, tem vindo a ser recomendada ao longo da última decáda, e vários esforços têm vindo a ser feitos neste sentido. Ainda assim, o Instituto Português da Oncologia (IPO), vai ser o primeiro hospital a possuir esta teconologia em Portugal.
Este é um projecto financiado pela Fundação Amancio Ortega e que traz consigo esperança renovada aos pacientes oncológicos portugueses.
Saiba mais em: https://shorturl.at/EZgqd
Atividade cerebral Humano-cão sincroniza-se durante o vínculo
A pesquisa publicada na Advanced Science revela que, durante interações sociais, a atividade cerebral de humanos e cães sincroniza-se. Essa sincronização ocorre em regiões específicas do cérebro, como a frontal e a parietal, associadas à atenção. O contacto visual mútuo ativa a região frontal, enquanto o ato de acariciar ativa a região parietal. A intensidade dessa conexão aumenta com a familiaridade entre humanos e cães ao longo de cinco dias de interação. A análise dos dados indica que o humano assume um papel de liderança, enquanto o cão segue essa dinâmica.
Além disso, o estudo observou que cães com mutações genéticas associadas a sintomas de autismo apresentaram perda dessa sincronização cerebral e redução da atenção durante as interações. No entanto, uma única dose do psicadélico LSD reverteu essas anormalidades, restaurando a conexão inter-cerebral e melhorando a interação social.
Estas descobertas sugerem que a sincronização cerebral entre espécies pode ser um marcador importante para o estudo de distúrbios sociais, como o autismo. Além disso, os resultados indicam que o LSD ou os seus derivados podem ser investigados como potenciais tratamentos para sintomas sociais associados ao autismo.
Este estudo abre novas perspectivas para a compreensão da comunicação entre espécies e aponta a possibilidade de uso terapêutico do LSD para tratar défices sociais em condições como o autismo.
Sabe mais em: https://neurosciencenews.com/human-dog-brain-sync-bonding-27645/
Como o calor extremo afeta os medicamentos e quem os toma
Com o aumento das temperaturas, muitos medicamentos podem perder a sua eficácia devido ao calor extremo. Segundo especialistas, os medicamentos devem ser armazenados em locais frescos e secos, longe da luz solar direta.
O calor pode alterar a composição química dos medicamentos, diminuindo sua eficácia e, em alguns casos, tornando-os inseguros para uso. Várias pessoas, que dependem de medicamentos para doenças crónicas, como diabetes e hipertensão, devem ter cuidados redobrados.
As farmácias também estão a adaptar-se, garantindo condições de armazenamento adequadas durante as ondas de calor.
Sabe mais em: https://tinyurl.com/2p8b6zsy
Pride in Progress: LGBTQIA+ no mundo da Engenharia Biomédica
Em honra do mês de junho, mês do Orgulho LGBTQIA+, trazemos uma edição especial da Notícia Biomédica, focada no impacto que personalidades queer tiveram no mundo da engenharia biomédica:
Sara Josephine Baker (1873-1945) – Primeira diretora do Bureau of Child Hygiene. Ajudou a combater a crise de saúde pública que ocorreu em Nova Iorque no início do século 20. Responsável por conter a pandemia de Tifoide de 1906. Estima-se que salvou cerca de 90000 crianças apenas em Nova Iorque.
https://werepstem.com/2020/11/18/7-lgbtq-individuals-who-helped-push-science-forward/
https://www.liverpoolmuseums.org.uk/stories/lgbtq-people-stem
Alan Turing (1912-1954) – Considerado por muitos como o pai da ciência computacional e da inteligência artificial (IA). Figura crucial em decifrar o código Enigma Nazi durante a 2ª Guerra Mundial, tendo também desenvolvido a Máquina de Turing Universal, base para o primeiro computador. Abertamente gay, foi processado e quimicamente castrado por tal em 1952.
https://gladstone.org/news/pride-lab-unveiling-stories-trailblazing-lgbtq-scientists
https://www.glsen.org/activity/alan-turing-true-himself
https://werepstem.com/2020/11/18/7-lgbtq-individuals-who-helped-push-science-forward/
https://www.liverpoolmuseums.org.uk/stories/lgbtq-people-stem
Sally Ride (1951-2012) – Mestre em Física, foi a primeira mulher americana no espaço. Uma de 5 mulheres aceites no programa espacial da NASA em 1978, ajudou a desenvolver um braço robótico para a nave. Após a sua morte, foi revelado que tinha uma companheira, tornando-se assim a primeira astronauta LGBTQIA+.
https://gladstone.org/news/pride-lab-unveiling-stories-trailblazing-lgbtq-scientists
https://werepstem.com/2020/11/18/7-lgbtq-individuals-who-helped-push-science-forward/
https://www.liverpoolmuseums.org.uk/stories/lgbtq-people-stem
Manu Platt (1980-presente) – Diretor do NIH Center for Biomedical Engineering Technology Acceleration (BETA Center), que serve como modelo para focar e acelerar a pesquisa de novas tecnologias. Doutorado em Engenharia Biomédica, e co-fundador do projeto ENGAGES, que tem o objetivo de aumentar a conscientização de grupos marginalizados e sub-representados no mundo da engenharia.
https://gladstone.org/news/pride-lab-unveiling-stories-trailblazing-lgbtq-scientists
https://platt.gatech.edu
https://www.npc.org.au/speaker/2023/1165-professor-manu-platt/
Podes visitar qualquer um dos links associados se quiseres saber mais!
Nova vacina pode ser eficaz contra coronavírus que ainda não surgiram
Cientistas das universidades de Cambridge, Oxford e do Instituto de Tecnologia da Califórnia estão a colaborar para desenvolver uma vacina que pode proteger contra novas gamas de coronavírus, incluindo aquelas ainda não identificadas, que possam vir a desencadear futuras pandemias. Esta vacina, testada com sucesso em ratos, treina o sistema imunológico para reconhecer componentes específicos de oito diferentes coronavírus, abrangendo inclusive o SARS-CoV-2, que causou o COVID-19, e outros que circulam em populações de morcegos.
A eficácia da vacina reside na sua capacidade de atingir zonas específicas partilhadas por vários coronavírus. A vacina encontra-se na categoria dos “Quartet Nanocage” (Quarteto de Nanogaiolas), isto é, utiliza uma nanopartícula que consiste numa esfera de proteínas unidas por interações fortes, onde diversos antigénios virais são ligados por meio de uma “supercola proteica”. Esta técnica permite que o sistema imunológico seja treinado para reconhecer e atacar áreas específicas que são comuns a diversos coronavírus.
Na Universidade da Califórnia – Riverside (UCR), está também a ser desenvolvida uma nova estratégia de uma vacina baseada em RNA, que coloca o seu foco na parte do genoma viral que é comum às várias estirpes, eliminando a necessidade de criação de novas vacinas para cada variante que surgir. As vantagens associadas a esta última vacina são o facto de ser eficaz para qualquer estirpe podendo ser inclusive utilizada em bebés e em pessoas com o sistema imunitário enfraquecido.
Sabe mais em: https://sicnoticias.pt/saude-e-bem-estar/2024-05-06-nova-vacina-pode-ser-eficaz-contra-coronavirus-que-ainda-nao-surgiram-b39a5276 e https://www.publico.pt/2024/05/06/ciencia/noticia/nova-vacina-eficaz-coronavirus-nao-surgiram-2089436
Equipa do i3S cria material implantável para reverter a osteoartrite
A osteoartrite afeta 7.6% da população mundial, sendo uma doença incapacitante que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, gerando processos inflamatórios. As terapias convencionais desenvolvidas para esta doença focam-se, principalmente, no bloqueio da inflamação, mas não travam a progressão da doença nem o processo de degeneração.
Assim, em busca de uma solução para esta doença crónica, uma equipa do I3S integrada no projecto de investigação da União Europeia, RESTORE, desenvolveu um material implantável que promove a formação e desenvolvimento de tecido cartilagíneo, enquanto trava o processo inflamatório.
Para este efeito, as investigadoras Daniela Pereira Vasconcelos e Catarina Leite Pereira melhoraram uma matriz 3D biodegradável, já usada em animais, e adaptaram-na para o uso em humanos. Estas matrizes fornecem um ambiente físico-químico favorável à diferenciação dos condrócitos, as células da cartilagem, promovendo a sua proliferação.
Os resultados são promissores, e abrem caminho para novas terapêuticas não convencionais.
Sabe mais em: https://noticias.up.pt/2024/03/23/equipa-do-i3s-cria-material-implantavel-para-reverter-a-osteoartrite/
Investigadora da UC desenvolve solução injetável inteligente para auxiliar na regeneração de tecidos
Patrícia Alves, uma investigadora do Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade (CERES) da Universidade de Coimbra, está a desenvolver uma solução inovadora para auxiliar na regeneração de tecidos através do projeto “SmartLipoGel”. Esta solução consiste num gel injetável inteligente que tem a capacidade de controlar a libertação de diferentes fármacos ao longo do tempo, imitando os processos naturais de cicatrização.
A solução passa pelo desenvolvimento de hidrogéis injetáveis à base de polissacarídeos que contêm lipossomas que respondem quando sujeitos ao calor. Isso permite a liberação passiva de um agente terapêutico incorporado no gel, como por exemplo, anti-inflamatório ou antibiótico, além de induzir a libertação de um segundo agente terapêutico encapsulado nos lipossomas que respondem a estímulos, tal como o aumento de temperatura.
Essa abordagem permite uma administração controlada e localizada dos medicamentos, tornando o procedimento menos invasivo e mais eficaz. Acredita-se que essa pesquisa resultará em biomateriais de regeneração de tecidos com melhor desempenho e menos efeitos colaterais do que as opções disponíveis atualmente.
O projeto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), com a duração de 18 meses, conta com a colaboração de outros investigadores de diversas áreas, incluindo física e biomedicina, demonstrando uma abordagem multidisciplinar para o avanço da medicina regenerativa.
Células estaminais podem ter efeitos terapêuticos no melanoma
Um estudo português revelou descobertas promissoras sobre o potencial terapêutico das células estaminais no tratamento do melanoma, um tumor resultante da transformação maligna dos melanócitos, conhecido pela sua “natureza agressiva e propensão à metastização”. A pesquisa, conduzida pela “BebéVida” em colaboração com o Centro de Investigação em Saúde Translacional e Biotecnologia Médica do Politécnico do Porto, destacou que os fatores libertados pelas células estaminais mesenquimais do cordão umbilical induzem uma diminuição na sobrevivência das células de melanoma.
As análises indicaram que o tratamento das células de melanoma com o meio condicionado derivado das células estaminais resultou num aumento da adesão celular e redução da viabilidade, proliferação e capacidade de migração das células de melanoma maligno. Embora os resultados preliminares sejam otimistas, a diretora técnica da “BebéVida”, Andreia Gomes, destacou a necessidade da continuação dos estudos e da realização de ensaios clínicos para estabelecer a segurança, eficácia e protocolos terapêuticos ideais para o tratamento do melanoma maligno através das células estaminais do cordão umbilical.
Atualmente, as opções de tratamento para o melanoma avançado são limitadas e muitas vezes ineficazes, tornando essas descobertas um passo importante na procura de estratégias terapêuticas mais eficientes. O estudo, que ainda está em curso, destaca a contribuição significativa da pesquisa biomédica portuguesa para o avanço na compreensão e tratamento de doenças graves como o melanoma.
Abordagem para a monitorização em tempo real do cancro do pâncreas
Uma nova abordagem para a monitorização do cancro está a ser desenvolvida pelo LabRise, um grupo de investigação do Instituto Superior de Engenharia do Porto. Esta técnica inovadora foca-se no cancro do pâncreas e na monitorização, em tempo real, da concentração de determinados biomarcadores que podem indicar o agravamento da doença.
Para este fim são usados compostos fluorescentes e sensores flurométricos para fazer a classificação dos biomarcadores, tendo sido a sua aplicabilidade já demonstrada em amostras complexas.
Posteriormente, a leitura das suas concentrações pode ser feita através de dispositivos portáteis de leitura direta, havendo ainda a possibilidade de serem integrados nos dispositivos móveis, com a utilização da câmara para capturar os resultados.
Este avanço abre portas para uma gestão eficaz do cancro, que continua a ser uma das principais causas de mortalidade no mundo.
Sabe mais em: https://www.publico.pt/2023/12/15/ciencia/noticia/criado-dispositivo-monitoriza-tempo-real-cancro-pancreas-2073802
Biomarcador genético permite prever os riscos da alergia alimentar
Atualmente não existe nenhum biomarcador clínico confiável ou imediatamente disponível que permita distinguir entre pacientes com alergias alimentares com risco de reações graves ou apenas sintomas mais leves.
Num estudo conduzido por investigadores do Hospital Infantil Ann & Robert H. Lurie, de Chicago, foi possível descobrir que a presença de uma isoforma enzimática denominada por α-triptase, se correlaciona com o aumento da prevalência de anafilaxia ou reação grave a alimentos, em comparação com indivíduos sem qualquer α-triptase. Segundo o estudo, determinar a existência de α-triptase é uma tarefa relativamente simples, e em caso de o biomarcador ser detetado, os investigadores percebem se há ou não um risco maior de uma reação grave.
Assim, a partir destas descobertas, é possível o desenvolvimento de uma estratégia de tratamento inteiramente nova para as alergias alimentares que teria como alvo a α-triptase. Os especialistas salientam a necessidade de se validarem estas conclusões preliminares num estudo muito maior, no entanto, consideram estes resultados iniciais promissores.
Sabe mais em: https://www.indice.eu/pt/noticias/saude/2023/09/26/biomarcador-genetico-pode-prever-gravidade-da-alergia-alimentar
Investigadora do Técnico coloca IA ao serviço da deteção do cancro da pele
A investigadora Catarina Barata do Instituto de Sistemas e Robótica do Técnico lidera um projeto que relaciona a inteligência artificial (IA) e os cuidados de saúde. Um modelo de IA foi utilizado para a detecção de diferentes doenças de pele, pelo que demonstrou melhor sensibilidade para duas doenças da pele, o melanoma e o carcinoma basocelular. Para além disso, a equipa de investigadores destacou que a partir deste modelo, foi possível reduzir o excesso de confiança no diagnóstico automatizado, mantendo a precisão.
Com este estudo, Catarina Barata explica que a utilização de IA na saúde é cada vez mais essencial, e que deve ser ajustada para as pessoas de modo a que lhes traga benefícios.
NanoSpark, um nanodispositivo para tratar doenças cerebrais
Até ao final de 2025, Paulo Aguiar e o grupo de investigação Neuroengenharia e Neurociência Computacional no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto, irão desenvolver um projeto denominado por “NeuroSpark: Estratégias de neuromodulação inovadoras para o tratamento de doenças cerebrais”. Este consiste num nanodispositivo de neuromodulação para ser implantado no cérebro, de modo a colmatar, em tempo real, as falhas que ocorrem na comunicação neuronal, que despoletam doenças cerebrais, tal como a epilepsia. Inicialmente, vão ser desenvolvidos dispositivos para integrar os neurónios, e posteriormente serão realizados testes e otimizações destes protótipos. Este projeto irá ter início dia 31 de dezembro de 2022 e foi um dos projetos selecionados pelo concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde da Fundação “la Caixa”, em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
#engenhariabiomedica #neuroengenharia #neurospark
Sabe mais em: https://observador.pt/2022/11/28/neurotecnologia-para-tratar-doencas-cerebrais/
Projeto SinPAIN para desenvolvimento de tratamentos de osteoartrite
O projeto europeu SinPAIN, que está financiado em 5,3 milhões de euros pelo programa Horizonte Europa, tem como objetivo atrasar a progressão da osteoartrite, a doença articular crónica mais comum em todo o mundo e que afeta 7% da população mundial e cuja equipa é constituída por investigadores de diferentes instituições, sendo uma delas o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S). Este projeto tem uma duração de quatro anos e meio e tem como objetivo desenvolver terapias de diagnóstico para o tratamento das diferentes fases desta doença.
A osteoartrite é um dos principais motivos de incapacidade física na população mais idosa, particularmente nas mulheres e, para além disso, o seu tratamento tem custos associados elevados. Para este tratamento, vão ser criados modelos patológicos a partir de células de biópsias recolhidas de diversos pacientes, com o intuito de reproduzir as condições biológicas da osteoartrite no joelho. A partir dos dados obtidos deste estudo, vão ser testadas ferramentas baseadas em inteligência artificial, para que seja possível providenciar terapia personalizada a cada paciente, independentemente da fase da osteoartrite.
#engenhariabiomedica
Sabe mais em: https://noticias.up.pt/i3s-integra-projeto-europeu-que-vai-criar-novas-terapias-para-a-osteoartrite/
Start-up brasileira em Aveiro inova e transforma gesso em osso humano
Uma startup brasileira, sediada em Aveiro, desenvolveu uma tecnologia inovadora que transforma gesso em osso humano. Esta startup pernambucana, chamada HAP Gesso, desenvolve biomateriais para regenerar dentes e ossos. O principal material usado é o gesso, composto essencialmente por sulfato de cálcio, que é posteriormente convertido em hidroxiapatita de cálcio, um material biocompatível e amplamente usado na recuperação óssea em ortopedia e em odontologia. A hidroxiapatita de cálcio é produzida na forma de microesferas suspensas em gel aquoso, e a sua semelhança ao tecido ósseo é o segredo para os bons resultados obtidos na recuperação dos tecidos.
O gesso utilizado pela startup é extraído no Araripe, uma região no alto sertão pernambucano, conhecida pela sua matéria-prima com alto teor de pureza e grande qualidade. A empresa já conta com dois anos de trabalho e decidiu sediar-se em Portugal porque a Europa é o segundo maior consumidor de hidroxiapatita de cálcio do mundo, depois dos Estados Unidos.
Os planos futuros incluem a obtenção das certificações europeias na área da saúde, permitindo à empresa atuar também no mercado europeu. Os testes precisam ser realizados primeiro em animais e só depois aplicados em humanos, mas a empresa espera conseguir a certificação nos próximos 6 meses, com o objetivo de começar a atuar ainda em 2025 e começar a conquistar os primeiros clientes.
Saber mais em: https://www.publico.pt/2024/11/03/publico-brasil/noticia/startup-brasileira-aveiro-inova-transforma-gesso-osso-humano-2110399
Ácido fólico reduz impacto do chumbo no risco do Autismo
Um estudo da Universidade Simon Fraser descobriu que a ingestão de ácido fólico durante a gravidez pode reduzir a relação entre os níveis de chumbo no sangue materno e comportamentos semelhantes ao autismo nas crianças. Ao analisar dados de mulheres grávidas e dos seus filhos, os investigadores identificaram uma associação mais forte entre a exposição ao chumbo e traços de autismo em casos de baixa ingestão de ácido fólico (menos de 0,4 mg por dia). A ingestão adequada de 0,4 mg por dia parece atenuar esses efeitos neurotóxicos, mas doses superiores a 1,0 mg/dia não mostraram benefícios adicionais.
O ácido fólico, uma forma sintética de folato encontrada em alimentos fortificados, é conhecido por prevenir defeitos no tubo neural e apoiar o desenvolvimento cerebral durante a gravidez. Este estudo, publicado na revista Environmental Health Perspectives, é o primeiro a demonstrar que o ácido fólico pode mitigar os efeitos neurotóxicos do chumbo relacionados com o autismo.
Os dados usados foram recolhidos de 2000 mulheres canadianas entre 2008 e 2011, como parte do estudo MIREC. As crianças foram avaliadas aos 3-4 anos com a Social Responsiveness Scale, uma ferramenta comum para documentar comportamentos autistas. O estudo reforça as recomendações de saúde que sugerem a suplementação de ácido fólico para apoiar o desenvolvimento neurológico e reduzir os riscos ambientais.
Sabe mais em: https://neurosciencenews.com/folic-acid-autism-27878/
Linha SNS 24 Grávida: Quase 25 mil chamadas atendidas desde junho
Desde o seu lançamento em junho, a Linha SNS 24 Grávida já atendeu quase 25 mil chamadas, afirmando-se como um recurso crucial para grávidas e puérperas em Portugal. Estando disponível 24 horas por dia, é oferecido apoio especializado sobre sintomas, cuidados durante a gravidez e acompanhamento pós-parto, ajudando a descongestionar as urgências hospitalares.
Este serviço tem sido vital para assegurar um atendimento acessível e contínuo, independentemente da localização ou situação das mulheres. As autoridades de saúde destacam o impacto positivo na saúde materna, com o elevado número de chamadas a demonstrar a confiança das utilizadoras na eficácia do mesmo.
A implementação desta linha sublinha a importância de políticas públicas que ampliem o acesso à saúde durante um período tão delicado como a gravidez, reforçando a ideia de que o acompanhamento especializado deve estar ao alcance de todas as mulheres, em qualquer momento.
Sabe mais em: https://sicnoticias.pt/saude-e-bem-estar/2024-08-30-linha-sns-gravida-atendeu-24.901-chamadas-desde-junho-bbb4a78d
Ondas Cerebrais Beta: Uma Nova Assinatura Cerebral para a Depressão
Um novo estudo identificou a atividade neural na frequência beta no córtex cingulado anterior (ACC) como crucial para reconhecer recompensas e moldar comportamentos. Esta assinatura neural altera-se em pacientes com depressão, o que sugere o seu potencial como biomarcador alvo no tratamento da anedonia (incapacidade de sentir prazer).
Liderado pelo Dr. Sameer Sheth e publicado na Nature Communications, o estudo monitorou pacientes com epilepsia resistente a medicamentos enquanto realizavam uma tarefa de discriminação perceptual. Observou-se que a oscilação neural na frequência beta no ACC estava fortemente correlacionada com o comportamento de viés de recompensa.
Pacientes com depressão resistente ao tratamento apresentaram atividade beta reduzida no ACC e não mostraram o comportamento típico de favorecer escolhas melhor recompensadas. No entanto, com os avanços na neurotecnologia, destaca-se o impacto das pesquisas financiadas na clínica, possibilitando novos tratamentos de precisão para condições psiquiátricas.
Sabe mais em: https://neurosciencenews.com/beta-waves-acc-depression-26437/
Hospital de Santa Maria Realiza com Êxito o Primeiro Transplante Renal Duplo
No mais recente marco da medicina moderna, o Hospital de Santa Maria celebra o sucesso do seu primeiro transplante renal duplo. Este procedimento é uma cirurgia complexa que promete transformar a vida de muitos pacientes. Realizada no dia 24 de maio de 2024, a intervenção cirúrgica representou um avanço significativo na Unidade de Saúde, demonstrando a excelência clínica e a capacidade de liderar avanços na prestação de cuidados de saúde.
O transplante renal duplo é uma técnica inovadora que oferece uma nova esperança para pacientes com insuficiência renal crónica. Ao implantar ambos os rins de um doador num único recetor, esta intervenção aumenta as hipóteses de sucesso do transplante e melhora a qualidade de vida do paciente.
Toda a equipa médica da Unidade de Transplantação de Santa Maria demonstrou um alto nível de competência e dedicação ao realizar esta cirurgia de alta complexidade, destacando-se, portanto, como líder na área da transplantação de órgãos.
O paciente submetido à cirurgia encontra-se atualmente em condição estável e apresenta sinais promissores de recuperação. Este sucesso reforça o compromisso do Hospital de Santa Maria com a excelência clínica e a sua missão de fornecer cuidados de saúde de alta qualidade aos seus pacientes.
Investigadores tropeçam em correlação entre stress e cancro
Uma recente pesquisa encontrou indícios de que hormonas associadas com o stress podem desencadear a formação de estruturas que tornam tecidos mais suscetíveis à metástase.
Durante experiências com modelos animais de ratos, focadas em examinar a relação entre tumores e o sistema imunitário, a doutora Xue-Yan He inesperadamente observou um mais rápido crescimento do tumor. Este crescimento foi eventualmente correlacionado com mudanças de alojamento dos roedores, que estavam a causar stress em alguns dos animais, acelerando o crescimento tumoral.
A descoberta inesperada redirecionou o foco do projeto para investigar a relação entre stress e cancro. Estudos feitos em populações maiores, de facto, apresentaram uma conexão entre o stress e um maior risco de metástase. Mais concretamente, hormonas de stress levaram a uma alteração comportamental em células brancas do sangue, chamadas neutrófilos, que resultou neste aumento da suscetibilidade a metástases.
Esta nova descoberta, não só melhorou a corrente compreensão da propagação do cancro, como também abre as portas para novas oportunidades e tratamentos para prevenir ou retardar metástases.
Sabe mais em: https://thebiomedicalscientist.net/news/cancer-and-stress-breakthrough
Tecnologia de Laser ultra rápida pode melhorar o tratamento do cancro
Um grupo de investigadores canadianos do INRS (National Institute of Scientific Research) descobriu uma aplicação promissora de tecnologia de laser ultrarrápido que pode melhorar o tratamento do cancro. Dirigido pelo professor François Légaré, o trabalho realizado no Laboratório de Fonte de Luz a Laser Avançada (ALLS) INRS resultou numa descoberta notável publicada na revista “Laser & Photonics Reviews”.
A descoberta desafia o conhecimento comum na comunidade científica, demonstrando que feixes de laser fortemente focalizados em condições atmosféricas normais podem acelerar eletrões a energias na ordem dos MeV. Anteriormente, acreditava-se que havia uma limitação física que impedisse a aceleração dos mesmos para além de algumas dezenas de keV a temperatura ambiente.
Esta descoberta tem implicações significativas na área da física médica, especialmente para a radioterapia FLASH, uma abordagem inovadora para tratar tumores resistentes à radioterapia convencional. A radioterapia FLASH, que ainda não é totalmente compreendida pela pesquisa, pode ser aprimorada com a compreensão dessas fontes de eletrões, potencialmente oferecendo tratamentos de radiação mais eficazes para pacientes com cancro.
No entanto, a manipulação desses feixes de laser requer precauções adicionais, pois os eletrões acelerados podem representar um risco de exposição à radiação para os usuários da fonte de laser. Portanto, é essencial implementar práticas mais seguras em laboratórios para evitar a exposição a estas doses elevadas de radiação, que podem ser prejudiciais à saúde dos cientistas.
Sabe mais em: https://www.eurekalert.org/news-releases/1011257
Cientistas descobrem como as células cerebrais morrem com Alzheimer
Investigadores do Reino Unido e da Bélgica acreditam ter desvendado o enigma da morte das células cerebrais na doença de Alzheimer, um mistério que tem intrigado os cientistas durante décadas. Publicado na revista Science, a equipa do Instituto de Pesquisa de Demência em Londres e da KU Leuven associou as proteínas anormais que se acumulam no cérebro com a “necroptose”, uma forma de suicídio celular.
No Alzheimer, a perda de neurónios leva a diversos sintomas, sendo o principal a perda de memória. As proteínas anormais, amiloide e tau, são sempre observadas nos cérebros dos pacientes, mas os seus efeitos são difíceis de determinar. Os investigadores sugerem que a amiloide anormal começa a acumular-se entre os neurónios, causando inflamação cerebral e alterando a química interna dos neurónios o que leva à formação de emaranhados de tau. As células cerebrais afetadas produzem a molécula denominada de MEG3, desencadeando a necroptose.
Uma experiência realizada em ratos geneticamente alterados, nos quais foram implantadas células cerebrais humanas, revelaram que bloquear a MEG3 impediu a morte celular. Esta descoberta representa um avanço na compreensão das causas da morte neuronal no Alzheimer, evidenciando uma via específica de suicídio celular.
O Professor Bart De Strooper descreveu a descoberta como “muito importante e interessante”, indicando que bloquear a MEG3 pode inaugurar uma nova linha de desenvolvimento de medicamentos. No entanto, alertou que são necessárias extensas pesquisas antes de aplicar estas descobertas.
Em resumo, o estudo permitiu clarificar os mecanismos da morte neuronal no Alzheimer, abrindo possibilidades para medicamentos, mas a sua aplicação prática está em estágios iniciais, exigindo mais pesquisas antes de implementar tratamentos eficazes.
Sabe mais em: https://www.bbc.com/news/health-66816268
Exercício físico aumenta desempenho cognitivo em privação de sono
Um estudo liderado pela Universidade de Portsmouth investigou a forma como o sono, os níveis de oxigénio e o exercício afetam a capacidade de realizar tarefas mentais. A pesquisa destaca a importância do sono para uma vida saudável, afirmando que um adulto deve dormir entre sete e nove horas por noite. No entanto, cerca de 40% da população global não atende a esta recomendação.
A privação crónica de sono pode levar a doenças cardiovasculares, obesidade, distúrbios neurodegenerativos e depressão. A curto prazo, a falta de sono pode reduzir o desempenho cognitivo, afetando a atenção, a capacidade de decisão e o estado emocional.
Ao contrário do especulado, o estudo supramente mencionado descobriu que o desempenho cognitivo melhora durante uma sessão de exercícios de intensidade moderada, independentemente do status de sono ou dos níveis de oxigénio. Mesmo em casos de privação total ou parcial de sono e em ambientes com baixos níveis de oxigénio, o exercício mostrou melhorar o raciocínio.
De facto, sabe-se, atualmente, que o exercício físico proporciona a neurogénese devido à libertação de serotonina, mesmo na fase adulta, na qual se pensava ser impossível a divisão celular de neurónios. O estudo destaca a relação entre o exercício e esses fatores, reforçando a ideia de que o movimento é benéfico para o corpo e para o cérebro.
A pesquisa envolveu duas experiências com um total de 24 participantes, examinando os efeitos, tanto da privação parcial, como da privação total de sono, e, para além disso, da hipóxia (baixos níveis de oxigénio). Ambas as experiências mostraram melhoria no desempenho cognitivo após 20 minutos de ciclismo moderado.
Os investigadores exploraram também a hipótese de que o aumento do fluxo sanguíneo cerebral e da oxigenação durante o exercício pode explicar a melhoria no desempenho cognitivo, mesmo em condições de baixos níveis de oxigénio.
No final do estudo, são recomendadas futuras investigações para compreender os mecanismos neurobiológicos por trás desse processo, beneficiando aqueles que enfrentam distúrbios de sono ou baixa oxigenação, como alpinistas, esquiadores, pais de crianças pequenas e trabalhadores por turnos.
Sabe mais em: https://neurosciencenews.com/exercise-sleep-deprivation-brain-25254/
Alunos portugueses vencem concurso com projeto de regeneração óssea
Um grupo de alunos portugueses, Afonso Nunes, Inês Cerqueira e Mário Onofre, coordenados pela professora Rita Rocha, venceu o primeiro prémio do EU Contest for Young Scientists (EUCYS), organizado pela Comissão Europeia, com um projecto, denominado por Spider-Bach2, onde se propõe regenerar tecido ósseo através do uso de teias de aranha. Este projeto contou com o apoio do laboratório de investigação da Universidade do Minho 3B’s Research Group, que trabalha nas áreas da biotecnologia, biologia e biomateriais.
O Spider-Bach2 assenta na proposta de produção simultânea de seda de teia de aranha recombinante com um péptido bioactivo que demonstra ter propriedades regenerativas do tecido ósseo.
Trabalho sobre glioblastoma conquista 1º prémio em conferência internacional
O primeiro prémio na competição científica internacional da conferência anual da Controlled Release Society, que se realizou em Las Vegas, nos EUA, foi ganho pela investigadora Cláudia Martins, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S). O trabalho apresentado centra-se no tratamento do glioblastoma através de uma nova quimioterapia desenvolvida na escala nanométrica. Este tumor primário cerebral é mais frequente em adultos, associado a uma esperança média de vida de apenas 15 meses e, nesta apresentação, Cláudia Martins “resumiu os principais resultados obtidos ao longo dos últimos anos, desde a parte de fabrico do novo medicamento até aos mais recentes dados de eficácia em modelos animais de laboratório“. Este tratamento procura produzir um “nano-transportador de fármacos, que pode ser carregado com uma diversidade de quimioterapias (e até outros tipos de moléculas), e enviá-las diretamente para o cérebro. Devido ao design especial deste nano-transportador, torna-se possível ultrapassar a barreira que separa o sangue do cérebro e direcionar o medicamento diretamente para o glioblastoma“.
Sabe mais em: https://noticias.up.pt/trabalho-do-i3s-sobre-glioblastoma-conquista-primeiro-premio-em-conferencia-internacional/
“Desvendar o mapa da resistência antimicrobiana”
Uma nova estratégia para combater a resistência antimicrobiana é um projeto financiado pela Fundação “la Caixa” até 2025, com o intuito de explorar as propriedades únicas da máquina bacteriana de K+ e o seu potencial como um alvo antibacteriano. Esta equipa é constituída pelos/as bioquímicos/as João Morais Cabral, Andreia Fernandes, Carol Harley e as técnicas Paula Filipa Teixeira e Inês Rosa Costa. Este projeto teve início em novembro de 2022 e começou com duas abordagens distintintas: a caracterização das propriedades moleculares dos canais KCNH (uma família de canais K+ eucarióticos), e o estudo dos mecanismos que regulam a concentração intracelular do ião de potássio nas bactérias. O principal objetivo deste estudo consiste em ajudar o desenvolvimento de métodos que permitam combater a resistência antimicrobiana que é uma das dez ameaças globais à saúde, segundo a Organização Mundial de Saúde.
#engenhariabiomedica #bacteria
Sabe mais em: https://observador.pt/2022/12/12/desvendar-o-mapa-da-resistencia-antimicrobiana/
Vacina de RNA mensageiro promissora na luta contra o cancro da pele
No dia 13 de dezembro de 2022, os laboratórios da Moderna e Merck anunciaram a obtenção de resultados muito promissores relativamente à luta contra o cancro da pele através da combinação da vacina de RNA mensageiro que desenvolvem e do medicamento anticancerígeno Keytruda. Comparando a aplicação desta combinação, com a utilização de apenas o medicamento, o risco de reaparecimento do cancro ou morte foi reduzido em 44%. Estes resultados correspondem a um estudo que contou com a participação de 150 pessoas com melanoma. Durante este ano, pretendem iniciar a terceira fase deste estudo, onde o número de participantes será muito superior à fase anterior.
Não só a tecnologia RNA mensageiro se demonstrou bastante eficaz no combate contra a pandemia, como também é bastante promissora na luta contra muitas outras doenças.
Sabe mais em: https://www.dn.pt/ciencia/moderna-e-merck-anunciam-resultados-positivos-para-vacina-contra-cancro-da-pele-15479618.html
Nevaro: da adversidade nasce a ideia
A empresa Nevaro, que conta com alumni de Engenharia Biomédica, lançou recentemente uma aplicação para monitorização da saúde mental. O Holi funciona como um “personal trainer” da saúde mental, utilizando biofeedback para traçar uma estratégia personalizada para a autogestão do bem-estar psicológico e emocional.
Descobre mais em: https://ciencias.ulisboa.pt/pt/noticia/28-01-2022/nevaro-da-adversidade-nasce-a-ideia
Descoberta nova defesa contra bactérias resistentes a antibióticos
Uma equipa de cientistas da Universidade da Pensilvânia descobriu uma nova classe de agentes antimicrobianos, conhecidos como peptídeos encriptados, em proteínas não imunes. Esses peptídeos, presentes em organismos ao longo da evolução, representam uma potencial solução contra infeções bacterianas resistentes a antibióticos. Ao contrário dos antibióticos convencionais, que atuam em processos bacterianos específicos, os peptídeos encriptados atacam diretamente as membranas das bactérias, oferecendo uma nova abordagem no combate a estirpes resistentes. Segundo o principal autor do estudo, César de la Fuente, esta descoberta tem o potencial de transformar a compreensão da imunidade e de abrir novas possibilidades para combater infeções resistentes.
O estudo, publicado na revista Trends in Biotechnology, sugere que proteínas estruturais e de outros sistemas, como o nervoso e visual, desempenham também um papel na defesa antimicrobiana do organismo. Essa descoberta apoia a “hipótese da comunicação cruzada”, que propõe que proteínas não imunitárias comunicam com o sistema imunitário, potenciando as defesas do organismo. Em testes laboratoriais, aproximadamente 90% dos peptídeos sintetizados a partir de proteínas não imunitárias mostraram atividade antimicrobiana.
Além de combaterem bactérias, os peptídeos encriptados demonstraram propriedades imunomoduladoras, influenciando mediadores inflamatórios que ajudam o organismo a responder a infeções. Testes em modelos animais revelaram uma redução significativa das infeções bacterianas, destacando o potencial destes peptídeos como uma alternativa eficaz aos antibióticos tradicionais e trazendo esperança para o desenvolvimento de novas soluções no combate a infeções resistentes.
Estudo revela relação entre envelhecimento e desenvolvimento cancerígeno
O cancro está comprovadamente relacionado com o envelhecimento, mas as especificidades dessa relação não haviam sido exploradas em profundidade até recentemente. José Pedro Castro, do i3S, é o primeiro autor do artigo “Descobrimos mecanismos moleculares e celulares que explicam como o processo de envelhecimento favorece o aparecimento de linfomas de células B”, que revela novos mecanismos moleculares e celulares, explicando como o processo de envelhecimento favorece o surgimento de linfomas de células B.
No estudo, foram utilizados animais jovens e velhos, com e sem linfomas, e observou-se que, com o envelhecimento, surge um subtipo de células B, que são maiores e mais homogéneas. Foi também descoberto que as assinaturas globais do genoma e epigenoma dessas células são semelhantes às do cancro em humanos.
A transformação dessas células ocorre em duas fases: primeiro, as células normais do sistema imunitário tornam-se células ABC (associadas ao envelhecimento) e, em seguida, essas células interagem entre si, formando as ACBC (Células B Clonais Envelhecidas), que já apresentam um programa de cancro. Essas células são mais envelhecidas do que a idade do próprio animal e possuem uma alta capacidade de proliferação e invasão de tecidos.
Quando essas células foram injetadas em animais mais jovens, observou-se uma morte precoce por cancro, já a partir de 30 dias após a injeção, confirmando as hipóteses dos pesquisadores.
Apesar dos resultados alarmantes, há esperança. A extrapolação para humanos revelou assinaturas ACBC que aumentam com a idade, o que pode levar à descoberta de novos biomarcadores para o cancro ou outras doenças relacionadas ao envelhecimento.
Sabe mais em: https://noticias.up.pt/2024/08/12/desvendados-mecanismos-do-envelhecimento-que-dao-origem-a-linfomas-de-celulas-b/
Investigação estuda processo que pode ajudar a prevenir leucemia aguda
Uma investigação do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto vai estudar de que forma o ferro e a inflamação afetam a formação e diferenciação anormal das células sanguíneas, com foco no risco de desenvolver leucemia mieloide aguda (LMA). Liderada pelo hematologista Delfim Duarte, a pesquisa investigará o papel do ferro na hematopoiese clonal, uma condição associada ao envelhecimento e ao aumento do risco de LMA.
O estudo destaca que, com o envelhecimento, a acumulação de mutações nas células da medula óssea aumenta o risco de problemas cardiovasculares e do surgimento de LMA. Essas mutações estão frequentemente ligadas à proteína hepcidina, que regula os níveis de ferro no organismo. Dados preliminares sugerem que tanto a hepcidina quanto os níveis de ferro influenciam a formação de novas células sanguíneas.
Para investigar estas relações, serão usadas amostras de pacientes com hematopoiese clonal e modelos animais. Assim, este estudo poderá levar à descoberta de novas abordagens para prevenir e tratar leucemias e problemas cardiovasculares que estejam relacionados.
Cientistas da FCUP estudam benefícios do consumo de flores comestíveis
O projeto “Antho E. flos”, liderado pela FCUP e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, pretende estudar as vantagens para a saúde das flores comestíveis. Esta investigação pioneira a nível europeu está a explorar os benefícios de quatro espécies de flores comestíveis, incluindo os amores-perfeitos.
Hélder Oliveira, investigador do LAQV-REQUIMTE na FCUP, lidera este projeto que visa entender a melhor forma de consumir estas flores para aproveitar ao máximo os seus efeitos saudáveis. Desde o seu doutoramento, tem-se focado em antocianinas, pigmentos antioxidantes presentes em alimentos de cor roxa, vermelha ou azul.
A equipa da FCUP está a investigar o efeito das flores comestíveis na saúde, recorrendo a testes em células que mimetizam o trato gastrointestinal. Além disso, exploram formas inovadoras de utilização destas flores em produtos como azeites e vinagres. O projeto, que envolve também a Universidade Nova de Lisboa e a Nova Medical School, terminará oficialmente a 31 de dezembro de 2024.
Sabe mais em: https://shorturl.at/rBB7O
"Neurónios zombies" ajudam a perceber como o cérebro aprende
O cerebelo, uma estrutura localizada na parte de trás do cérebro, desempenha um papel crucial na aprendizagem e na coordenação dos movimentos. Um estudo da Fundação Champalimaud identificou “neurónios zombies” nessa região, cuja atividade alterada forneceu novas perspetivas sobre a aprendizagem cerebelar. Os investigadores descobriram que esses neurónios, embora vivos, tiveram a sua função comprometida, afetando o processo de aprendizagem.
Estes neurónios, denominados de fibras trepadoras, são essenciais para a aprendizagem associativa do cerebelo. Utilizando uma técnica chamada optogenética, os cientistas conseguiram ativar seletivamente essas fibras em ratos, induzindo a aprendizagem associativa mesmo na ausência de estímulos reais. No entanto, ao introduzir uma proteína sensível à luz nas fibras trepadoras, os neurónios perderam a capacidade de responder adequadamente aos estímulos sensoriais padrão, afetando drasticamente a capacidade dos ratos de aprender.
Este fenómeno revelou uma complexidade na regulação da atividade neuronal. Embora os mesmos ainda estivessem funcionais, a sua capacidade de interagir com o circuito cerebral foi comprometida. A descoberta destaca a importância dos sinais das fibras trepadoras na aprendizagem associativa cerebelar e lança uma luz sobre os mecanismos subjacentes a esse processo.
Os investigadores estão agora a estudar a razão pela qual a introdução da proteína sensível à luz causou esses efeitos e se estas descobertas se aplicam a outras formas de aprendizagem no cerebelo.
Sabe mais em: https://www.fchampalimaud.org/pt-pt/news/neuronios-zombies-ajudam-perceber-como-o-cerebro-aprende
SNS quer usar IA na dermatologia para diagnósticos "mais rápidos e precisos"
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) divulgou, na passada segunda-feira, dia 12 de fevereiro, o lançamento de uma linha de financiamento para a integração de ferramentas de inteligência artificial nos diagnósticos dermatológicos. Esta iniciativa tem como objetivo implementar ferramentas validadas e supervisionadas por especialistas para agilizar e aprimorar a precisão dos diagnósticos nesta área. A inteligência artificial poderá representar um passo significativo no diagnóstico mais rápido e preciso na área uma vez que, a cada dia, cresce a dificuldade de acesso a respostas.
A escolha da aplicação para este propósito está em concurso público, com uma das condições sendo que esta deve já estar cientificamente validada. O projeto é liderado pelo médico dermatologista Tomás Pessoa e Costa, que destaca que a aplicação vai permitir aos pacientes fotografar as lesões com prioridade alta para encaminhamento rápido aos dermatologistas. Além disso, a ferramenta irá oferecer orientações para casos menos graves, tranquilizando os pacientes e fornecendo indicações para uma possível reavaliação no futuro.
Em colaboração com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e a Administração Central dos Sistema de Saúde, o SNS lançou esta linha de financiamento para apoiar a implementação da IA e, segundo o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, esta iniciativa reflete o compromisso do SNS em utilizar tecnologias inovadoras para melhorar o acesso, eficiência e qualidade dos cuidados de saúde em Portugal, colocando-o entre os sistemas de saúde mais inovadores e tecnologicamente avançados. O concurso, com um valor indicativo de 75 mil euros, já está em curso e espera-se que seja concluído até ao final do primeiro semestre de 2024.
Novo estudo revela como o cérebro aprende que ações levam a recompensa
É de conhecimento geral que a dopamina desempenha um papel crucial no processo de recompensa do cérebro, no entanto, a forma como este liga determinadas ações específicas à libertação de dopamina ainda é pouco clara. Um estudo publicado na revista Nature, a 13 de dezembro de 2023, revela que, para além de sinalizar as recompensas, esta hormona orienta também os animais a identificarem os comportamentos que conduzem às mesmas.
Adicionalmente, o estudo mostrou que o sistema de recompensa do cérebro pode conduzir a alterações dos movimentos e comportamentos de um animal. Assim, teoriza-se que os comportamentos não são apenas reforçados, sendo também moldados e ajustados através da experiência. Para melhor perceber este fenómeno, foi desenvolvido um sistema que permite registar os movimentos de ratinhos e categorizar as suas ações através de um algoritmo de aprendizagem automática. Sempre que os ratinhos realizavam as ações-alvo predefinidas, os seus neurónios dopaminérgicos foram estimulados através de optogenética. De facto, observou-se que os animais mudaram rapidamente o seu comportamento em resposta à libertação de dopamina: aumentaram a frequência da ação-alvo, de ações semelhantes e das que ocorreram alguns segundos antes da libertação de dopamina; e diminuíram rapidamente as ações que deferiam das ações-alvo.
Estas são importantes descobertas que podem impactar de forma positiva a educação e a inteligência artificial, abrindo portas à compreensão dos processos de aprendizagem biológica e inata do cérebro.
Sabe mais em: https://www.fchampalimaud.org/pt-pt/news/novo-estudo-revela-como-o-cerebro-aprende-que-acoes-levam-recompensa
Investigadores do i3S vencem Prémio Maria de Sousa 2023
Os investigadores Inês Alves e João Neto, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, foram dois dos vencedores da 3.ª edição do Prémio Maria de Sousa, promovido pela Ordem dos Médicos e pela Fundação BIAL. Os projetos premiados constituem avanços relevantes nas áreas do lúpus e do cancro.
O primeiro, de Inês Alves, do grupo “Immunology, Cancer & Glycomedicine”, foca-se no Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), uma doença autoimune clássica que, numa das suas formas mais graves, pode progredir para doença renal terminal.
O diagnóstico precoce e a monitorização clínica e terapêutica destes doentes são ainda um grande desafio, já que não existem biomarcadores capazes de identificar se um doente irá ou não progredir para uma doença complicada. Assim, a investigadora propõe a criação de novas formas de prever a gravidade do LES. Para isso, pretende clarificar se os doentes com lúpus produzem anticorpos especiais contra os glicanos que estarão envolvidos na perda de tolerância do tecido e dano renal.
Relativamente ao projeto do investigador João Neto, do grupo “Expression Regulation in Cancer”, este centra-se no estudo do cancro gástrico (CG), o quinto tipo de cancro mais comum e a terceira causa de mortalidade por cancro em Portugal.
O foco do trabalho de João Neto centra-se num dos poucos tratamentos disponíveis em estadios avançados da doença, os tratamentos com inibidores de HER2, como o trastuzumab. Apenas cerca de 20 a 30% dos doentes com CG são elegíveis para estes e, para além disso, de entre os doentes elegíveis, mais de metade não respondem ou acabam por desenvolver resistência à terapia. Segundo o investigador, há duas hipóteses que explicam a ineficácia do trastuzumab em doentes HER2-positivos: “Existem alterações genéticas em tumores HER2-positivos que podem prejudicar a eficácia das terapias anti-HER2, e identificar quais são é o que quero descobrir; ou inibir apenas a proteína HER2 não é suficiente e pode ser necessário combinar terapias para melhorar as taxas de resposta dos doentes, pelo que pretendo também identificar novas terapias combinadas”.
Sabe mais em: https://noticias.up.pt/investigadores-do-i3s-vencem-premio-maria-de-sousa-2023/
NanoID: Nova tecnologia para reabilitar músculos de idosos
O projeto NanoID, cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à I&D, tem como objetivo o desenvolvimento de uma camisola de reabilitação com base em têxteis inteligentes que integram (nano)sensores que monitorizam vários parâmetros fisiológicos, tal como a temperatura corporal, o batimento cardíaco e a atividade elétrica muscular. Este projeto procura desenvolver sistema de tratamento neuromuscular por eletroestimulação. Para tal, o projeto irá consistir numa peça de vestuário que integra um conjunto de elétrodos, controlados a partir de um servidor remoto. Para além disso, o utilizador poderá entrar em contacto com a equipa responsável de modo a poder informar-se relativamente ao estado atual do tratamento, comentar sobre as sessões, e retirar dúvidas com o médico responsável.
Sabe mais em: https://www.compete2020.gov.pt/noticias/detalhe/46985-NanoID-NL399-02062023
Investigadora do Técnico recebe bolsa da Fundação “la Caixa”
Uma bolsa de pós-doutoramento Junior Leader da Fundação ”la Caixa” foi atribuída ao projeto de Paola Sanjuan Alberte, investigadora do Instituto de Bioengenharia e Biociências (IBB) do Instituto Superior Técnico, com o intuito de desenvolver dispositivos de nanobioeletrónica multifuncional para permitir novas terapias contra o cancro.
Durante este projeto, vão ser construídos sistemas nanobioeletrónicos que podem ser estimulados remotamente, isto é, a partir do exterior do corpo. Com esta investigação, Paola Sanjuan Alberte procura colmatar duas necessidades principais, contribuir para abordagens terapêuticas orientadas não invasivas e elaborar novas estratégias terapêuticas baseadas na intervenção da atividade bioelétrica endógena de células cancerosas. Para além disso, este projeto procura também desenvolver e caracterizar nanopartículas multifuncionais passíveis de serem controladas à distância, bem como avaliar o seu efeito em modelos de cancro in vitro e avaliar culturas conjuntas de células cancerosas e saudáveis.
Sabe mais em: https://tecnico.ulisboa.pt/pt/noticias/investigadora-do-tecnico-recebe-bolsa-da-fundacao-la-caixa/
Biomaterial criado na UA é capaz de modular o ambiente imunológico
O grupo de investigação COMPASS liderado por João Mano, professor do Departamento de Química da Universidade de Aveiro, desenvolveu um biomaterial com forma controlada e capacidade de modular o ambiente imunológico localmente que pretende atuar como uma plataforma para o tratamento de tecidos localmente inflamados e/ou alvo de rejeição imunológica em contextos de trauma, doença autoimune ou em caso de transplantação.
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto TranSphera – “Cápsulas esféricas multicompartimentalizadas de alto rendimento para a transplantação de coculturas multimodais de células estaminais derivadas do tecido adiposo e ilhotas pancreáticas” e foi coordenado por coordenado por Mariana Oliveira, investigadora do CICECO e do grupo COMPASS.
#engenhariabiomedica #biomateriais #UA
Sabe mais em: https://www.ua.pt/pt/noticias/9/79329
Com esta luva portuguesa, quem não tem força na mão pode levantar objectos até 40 quilos
A start-up portuguesa Nuada produziu uma luva para ajudar quem não consegue exercer grandes esforços manuais. A luva, que permite levantar objetos até 40 quilos, poderá ser utilizada desde a reabilitação médica até ao trabalho laboral exigente. Embora ainda apresente um preço elevado, a empresa acredita que no futuro será mais acessível. É possível experimentar um exemplar da luva existente no Hospital da Luz de Lisboa, através de um formulário.
Descobre mais em: https://www.publico.pt/2022/03/17/p3/noticia/luva-portuguesa-nao-forca-mao-levantar-objectos-ate-40-quilos-1997646
Primeira escola de inverno do projeto WideHealth
No mês de fevereiro ocorreu a primeira escola de inverno do projeto “Wide Health”, que contou com a presença da FCUL. O projeto europeu procura criar uma rede europeia na área da saúde digital, e inclui uma competição de Machine Learning. Para além da presença do Professor Tiago Guerreiro como orador, o grupo de estudantes da FCUL participou na competição, obtendo o quarto lugar com menção honrosa.
Descobre mais em: https://ciencias.ulisboa.pt/pt/noticia/07-03-2022/primeira-escola-de-inverno-do-projeto-widehealth
Projeto ganha Prémio de Investigação Colaborativa Santander/NOVA
O projeto “Graphene Smart Bandages for Diabetic Foot Ulcer Monitoring” foi nomeado vencedor da 14ª edição do Prémio de Investigação Colaborativa Santander/NOVA 2021. O projeto, envolvendo investigadores da FCT NOVA e NOVA Medical School, visa projetar as tecnologias necessárias para o desenvolvimento de ligaduras inteligentes que permitam uma melhor monitorização de características associadas a certas patologias.
Descobre mais em: https://www.fct.unl.pt/en/news/2022/01/project-graphene-smart-bandages-diabetic-foot-ulcer-monitoring-wins-santandernova-collaborative-rese