Entrevista a Vanessa Matos
Vanessa Matos
Licenciada em Engenharia Biomédica e frequenta atualmente o Mestrado em Engenharia Biomédica, Ramo de Electrónica Médica pela Universidade do Minho (UM)
A ANEEB teve o prazer de entrevistar Vanessa Matos, licenciada em Engenharia Biomédica, que frequenta atualmente o Mestrado em Engenharia Biomédica, Ramo de Electrónica Médica pela Universidade do Minho (UM). A Vanessa contou-nos a sua experiência na Alemanha, e como esta contribui para o seu percurso profissional e pessoal.
[Entrevistadora] – Ana Pinto (ANEEB)
[Entrevistada] – Vanessa Matos
[Entrevistadora] – Olá Vanessa! Pedia-te que me contasses onde é que realizaste a tua experiência internacional, qual a duração e de uma forma geral no que consistiu.
[Entrevistada] – O estágio que frequentei, mais precisamente summer school, realizou-se na Universidade Jade Hochschule na Alemanha, Wilhelmshaven. O programa de estágio é constituído por três tipos de estágios diferentes: Princípios básicos da Engenharia Biomédica, Princípios avançados em Engenharia Biomédica e Microfluídica associada à Engenharia Biomédica.
Eu integrei o estágio Princípios básicos da Engenharia Biomédica, que teve a duração de 3 semanas, sendo que a cada semana tínhamos um tema diferente: o primeiro era relacionado com gestão de projetos, o segundo consistia na modelização biomecânica de sistemas implantáveis e o terceiro relacionado com Inteligência Artificial. No final de cada semana, ou seja, de cada projeto, realizávamos uma apresentação para a turma sendo que o último projeto foi apresentado para toda a equipa e estagiários.
[Entrevistadora] – A formação base dos estagiários tinha que ser Engenharia Biomédica? Nos projetos semanais que realizavam estavas inserida nalguma equipa?
[Entrevistada] – Não, haviam pessoas de diversas áreas, por exemplo, Engenharia Mecânica, Bioquímica, Mecatrónica, entre outros, sendo que a maioria eram de cursos de Engenharia.
Os trabalhos eram em grupo, preferencialmente com estagiários de países diferentes, de modo a termos uma experiência multicultural e diferente. O meu grupo era composto por mim e dois colegas de nacionalidades chinesa e mexicana.
[Entrevistadora] – Como é que surgiu a oportunidade do estágio? O que te levou a teres essa experiência?
[Entrevistada] – A Universidade do Minho e a Universidade Jade Hochschule têm parceria em algumas áreas e quando a Universidade Jade Hochschule lançou o estágio abriram vagas para os estudantes da Universidade do Minho. Após ter tido conhecimento do estágio procurei saber mais e vi que os temas que iam ser abordados eram na área de Engenharia Biomédica, sendo que alguns deles ia abordar no mestrado, despertando o meu interesse.
Uma das razões que me levaram a concorrer foi o meu interesse pelo Alemão. No 2º semestre no meu 3º ano frequentei o curso nível A1 de Alemão pelo BabeliUM na Universidade do Minho e mais tarde decidi tirar um curso intensivo de Alemão, também este pelo BabeliUM. Como é uma língua que me chama atenção e já tinha algumas bases achei que seria uma boa experiência aplicar os meus conhecimentos num meio em que o idioma falado é o Alemão.
[Entrevistadora] – Qual o maior obstáculo que tiveste que enfrentar?
[Entrevistada] – Não acho que tenha tido qualquer obstáculo pois como fui com mais dois colegas, acabámos por nos apoiar uns aos outros. A nível da língua, sendo que utilizávamos o inglês para comunicar, não senti qualquer dificuldade uma vez que sou fluente.
[Entrevistadora] – Aconselhavas alguém a ter a mesma experiência no estrangeiro?
[Entrevistada] – Sim, sem dúvida! Aconselhava qualquer pessoa a ir, mesmo não sendo o mesmo estágio que eu frequentei. É uma experiência muito boa, para desenvolver/aprofundar uma língua, conhecer outras culturas, obter conhecimentos na nossa área. Ajudou-me a perceber que os nossos conhecimentos são válidos e conseguimos fazer a diferença num meio diferente do nosso.
[Entrevistadora] – Como é que era distribuído o vosso tempo? Tiveste tempo para estares tanto na Universidade como a conhecer Wilhelmshaven?
[Entrevistada] – As aulas eram sempre de segunda a sexta, das 9h às 12h e das 13h às 16h. A partir das 16h tínhamos atividades organizadas pela equipa que organizou o estágio, como por exemplo concertos, piqueniques…. Os fins-de-semana eram reservados para lazer. Conhecemos duas principais cidades, Bremen e Hamburgo, e visitamos empresas ligadas à área da Engenharia, como por exemplo a Löwenstein Medical, uma empresa de equipamento médico.
[Entrevistadora] – Tiveste dificuldades a arranjar alojamento?
[Entrevistada] – Até ao ano 2018/19 o alojamento que o estágio contemplava era localizado num hostel. No ano em que fui, como este hostel se encontrava em obras, ficamos alojados num barco, o que foi muito interessante e diferente.
[Entrevistadora] – Que conselho darias a uma pessoa que vai realizar um estágio no estrangeiro?
[Entrevistada] – A pessoa quando regressa sente sempre falta de estar lá, por isso o meu conselho é aproveitar ao máximo o tempo que lá estão, tentar adquirir o máximo de conhecimento possível, seja dentro da vossa área como de áreas distintas e trocar experiências com as pessoas que vão encontrar, porque é isso que vai criar a vossa própria experiência. Não tenham medo de ir, de arriscar e de sair da vossa zona de conforto, é fora desta que conseguimos evoluir. É uma experiência que nos enriquece tanto a nível pessoal como profissional.
[Entrevistadora] – Muito obrigada por teres aceite o convite da ANEEB e muito sucesso para o ano que se avizinha.
[Entrevistada] – Obrigada!
A ANEEB agradece por teres aceite esta entrevista e pela partilha da tua experiência fora de Portugal, esperando com isto ajudar outros estudantes que estejam prestes a tomar esta decisão. Votos de sucesso