Avançar para o conteúdo

Entrevista a Beatriz Catarino

Beatriz Catarino

Mestre em Engenharia Biomédica pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

A ANEEB teve o prazer de entrevistar Beatriz Catarino! A Beatriz falou-nos sobre a sua experiência na Alemanha em Erasmus, e ainda do seu percurso na Austrália como trabalhadora. 

[Entrevistadora] – Beatriz Monteiro (ANEEB)
[Entrevistadora] – Adriana Vale (ANEEB)

 

 
Vê aqui a Entrevista completa!

[Entrevistadora]: Olá a todos, sejam bem-vindos! Eu sou a Beatriz e sou colaboradora do Departamento de Formação e Saídas Profissionais da ANEEB e estou acompanhada pelo Adriana, que é colaborador do Departamento de Ensino e Ação Social.

Hoje temos connosco a Engenheira Beatriz Catarino, que se tornou mestre em Engenharia Biomédica em 2018 pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

 

[Entrevistadora]: Obrigada desde já por teres aceitado o nosso convite para esta entrevista.

Fazendo um pequeno contexto do percurso da Beatriz, ela fez Erasmus na Alemanha durante o curso e, após algumas experiências de trabalho em Portugal, está neste momento a exercer na Austrália.

 

[Entrevistadora]: O que é que te levou a quereres fazer Erasmus e porque é que escolheste a Alemanha?

 

[Entrevistada]: Eu quis fazer ERASMUS porque sempre gostei imenso de viajar e queria ter uma experiência no estrangeiro diferente daquela de só estar na faculdade. Para ser sincera, a nossa faculdade, na altura, não tinha imensas opções em termos de acordos com a engenheira biomédica, então de todas as opções aquele que mais me interessou foi a Alemanha. A Alemanha por ser um país com bastantes oportunidades. Pretendia saber o que era a Engenharia Biomédica num país como a Alemanha, apesar do percurso ter sido diferente das unidades curriculares da FCT, uma vez que, estiveram mais ligado a uma vertente de biotecnologia, advanced materials e dispositivos médicos.  Para além disso, escolhi a Alemanha por ser um país central na Europa, o que me daria a oportunidade de, posteriormente, viajar para outros sítios.

 

[Entrevistadora]: Como é que foi a tua preparação (seguro de saúde, alojamento) às experiências que tiveste tanto na Alemanha e como na Austrália? E relativamente à tua adaptação a ambas, foi um processo fácil (língua, inserção na comunidade)?

 

[Entrevistada]: Na Alemanha estas questões foram mais fáceis, uma vez que, a própria universidade tratava das questões de documentação e de alojamento estudantil. Eu fui para um desses alojamentos sugeridos pela faculdade.  No que diz respeito aos seguros de saúde, a melhor opção na Alemanha, sendo que o ERASMUS durava 6 meses, foi a criação de um seguro de saúde de viagem desta duração. Para além disso, na Alemanha a língua não foi um entrave à comunicação pois um grande número de pessoas falava inglês.

Em relação à Austrália, sendo um país de língua derivada inglesa, apenas o alojamento e o seguro de saúde é que podiam ser um obstáculo; contudo, o processo foi facilitado devido à presença de amigos no país.

 

[Entrevistadora]: Consideras que o processo de recrutamento na Tektology, sendo numa empresa estrangeira, tenha sido bastante diferente do “normal” em Portugal?

 

[Entrevistada]: Arranjar trabalho na Austrália não é fácil, não por não existirem oportunidades, uma vez que, há muita falta de pessoas na Austrália para trabalhar, mas no que diz respeito à necessidade de vistos de trabalho – algo que os recrutadores têm muito em consideração no processo de contratar. Contudo, para conseguir estes vistos é necessário muito persistência.

Em relação ao recrutamento, como a minha empresa estava numa fase muito inicial o processo de recrutamento foi muito simples e acessível, contrariamente às diversas fases de recrutamento que estamos acostumados.

 

[Entrevistadora]: Atualmente exerces na Tektology como Manager. Podes explicar-nos resumidamente em que consiste o teu trabalho?

 

[Entrevistada]: A Tektology é uma empresa sénior que trabalha diretamente com clientes séniores, como por exemplo Governo e Ministério da Saúde e redes de hospitais, na tentativa de aconselhar, clientes deste nível, a criar estratégias de implementação de sistemas digitais. Para além disso, estamos também envolvidos em projetos ligados à melhoria de performance em hospitais hospitais.

 

[Entrevistadora]: Do ponto de vista do mercado de trabalho (horas de trabalho, promoções, direitos dos trabalhadores), quais são as principais diferenças que notas entre Portugal e a Austrália?

 

[Entrevistada]: Embora a minha empresa seja recente, são todos bastante flexíveis em termos de horários de trabalho. A Austrália tem uma entidade designada Fair Work que controla se as empresas realmente cumprem os seus deveres e se os seus trabalhadores não estão a trabalhar horais a mais. Quanto às promoções, o facto de ser uma empresa pequena ajudou bastante a ter sido promovida duas vezes desde que entrei na  Tektology. Considero que as maioires diferenças seja o facto de aqui, além das férias, dispores de 10 dias anuais para descontares nos dias em que te sintas mais doente e não capaz de ires trabalhar.

 

[Entrevistadora]: Consideras voltar para Portugal? O que te vês a fazer profissionalmente daqui a 5 anos?

 

[Entrevistada]: Neste momento não está nos meus planos voltar para Portugal devido à questão financeira e qualidade de vida que tenho aqui na Austrália. Daqui a uns anos via-me a regressar a Portugal para uma oportunidade de trabalho interessante e para começar a construir família.

 

[Entrevistadora]: Para os estudantes que nos estiverem a ouvir e que também queiram ter uma experiência internacional, quais é que são os teus principais conselhos?

 

[Entrevistada]: Os meus maiores conselhos são perceber que não existem apenas os trabalhos mais comuns que estamos habituados a ver todos os nossos colegas a seguir, como investigação e programação. Eu quando acabei o curso decidi ir para consultoria, onde acabei por deixar a área da saúde. Quando fui para a Austrália descobri esta empresa que alia e consultoria e a saúde. Relativamente a emigrar, não tenham medo e não se preocupem se demorar algum tempo essa procura de emprego no estrangeiro, somos muito novos quando acabamos o curso, não é necessário estarmos com pressa. Se tiverem de trabalhar temporariamente num trabalho que não seja na vossa área no estrangeiro, não tenham medo, que o vosso trabalho ideal irá aparecer.

 

[Entrevistadora]: Obrigada mais uma vez por esta entrevista e desejamos-te muita sorte para o teu percurso profissional!