A ANEEB esteve presente no evento QS STEM Summit – STEM Europe dia 17 de maio, que se realizou numa edição online e onde assistiu a uma série de conversas e palestras.
O evento começou pelas 17h com uma “fireside chat” entre Matt Wrench e Andrew Burgess. Matt Wrench foi o mediador da conversa e membro representante da QS, e Andrew Burgess o representante da Greenhouse Intelligence, tendo ele o cargo de Strategic adviser on Artificial Intelligence, Author and CEO da mesma empresa.
Matt começou por apresentar Andrew Burgess, explicando o seu percurso académico, o seu cargo de topo na Greenhouse Intelligence, que muitas vezes Andrew publica reviews sobre AI solutions em várias magazines da indústria, e que gere um blog pessoal também acerca de AI tech. De seguida, Matt levantou várias questões às quais Andrew Burgess respondeu de forma curta e sucinta. Primeiro abordou-se o que é a Greenlight Intelligence, Burgess explicou que se trata do seu negócio pessoal de consultoria de AI e que este ajuda diferentes negócios e grupos com as suas estretégias de AI. Depois, abordou-se o dia a dia tipíco de Andrew como consultador de AI. Andrew contou que fala com executivos de vários grupos e tenta compreender como AI pode ajudar os seus negócios para depois estratificar um modelo teórico e fazer a ponte com data scientists. Além disso Brugess, escreve livros, reviews, crónicas, faz apresentações sobre AI. Imediatamente a seguir, Andrew abordou vários exemplos de trabalhos atuais e inspirantes de AI – como por exemplo, AI na deteção de pequenos besouros e escaravelhos que se infiltram no Museu de História Natural em Londres. Após falar de outros tantos exemplos, o CEO reforçou a importância e benefícios de utilizar AI. Matt questionou se há algum medo que Brugess tem acerca de AI. Ele explicou que o maior medo é o fabrico de modelos que não servem de forma justa todas as pessoas, falando na importância de ter equipas muito diversificadas para que os modelos de AI sirvam justamente a todos, independemente da sua etnia, religião, cultura e sexualidade; apresentando vários exemplos em que modelos de AI prejudicaram certos grupos de pessoas. De seguida, falou-se sobre o balanço entre o uso de AI e funções humanas, da qual Andrew se mostrou apologista de que os modelos servem para ajudar as pessoas e por isso não basta programar é preciso estar entre pessoas e trabalhar entre pessoas. Por fim, o CEO deixou 3 dicas para estudantes que queiram entrar no mundo de AI e ser data scientists – programar bem, estimular as bases matemáticas, e tentar saber muito sobre o setor para qual se programa. Matt encerrou a sessão pelas 17h23.
Why should you consider studying a STEM masters abroad?
O palestrante Kabir Rab, Co-Founder Kids in Data and Head of Tech na Tahola, fala-nos acerca do trabalho que desenvolve na área de de Data Science, e aborda um projeto em particular que desenvolveu para uma única criança. A partir de um simples jogo relacionado com data visualisation, foi capaz de contribuir para melhorias significativas na concentração de um rapaz que acabou por partilhar este jogo com os seus amigos e contribuir largamente para o reconhecimento do trabalho de Kabir. Ao chegar às redes sociais, acabou por fazer uma aliança com a NASA que se encontrava a trabalhar num programa de ciências da cidadania para escolas no Japão e USA com o intuito de os jovens aprenderem o que é “Data” e como trabalhar com estes dados. Na Tahola, trabalha com pequenas e médias empresas e gere os seus dados, interpreta-os e resolve problemas que os seus clientes possam ter, para além de desenvolver também projetos com a sua equipa. Como fã de projetos OpenSource, abordou também os avanços de Machine Learning e Data Science e afirma que as empresas tenderão a investir nestas áreas nos próximos tempos. Dá um exemplo de um projeto que se encontra a desenvolver com o qual pretende criar uma imagem a partir de texto, permitindo uma melhor expressão das nossas ideias. Afirma, porém, que a capacidade de interpretar os dados e de perceber o cliente e comunicar eficientemente com os mesmos serão sempre fulcrais e que, por isso, a componente humana nunca poderá ser perdida. Encoraja os estudantes a questionarem-se, a ter mente aberta e a investir fortemente nas soft skills e envolver-se em projetos com os quais se identifiquem. Remata salientando a importância da partilha de conhecimentos entre colegas e amigos pois, só assim é possível tirar proveito da multidisciplinaridade enquanto motor para o progresso tecnológico e científico.
Women in STEM
Por Marta Amaro
Moderado por Jessica Turner, o debate sobre Women in STEM, contou com a presença de três profissionais com ou a realizar Doutoramento numa das áreas abrangentes: Myrto Patraskaki, Biomquímica ou Mestre em Bioquímica com especialização em Molecular Biology, Dr Kelly Kousi, Professora de Engenharia Química, Dr Angeliki Chanteli, Engenheira de Qualidade in Boston Scientific. Inicialmente cada uma das investigadoras apresentou-se e falou um pouco sobre a sua área de estudo, passando também pelas áreas de tema de Doutoramento e do processo de como este surgiu. Foram levantadas as vantagens que este grau académico trouxe para as experiências profissionais de Kelly e Angeliki e a importância da multidisciplinaridade, colaboração e de Network criada durante o processo.
Neste sentido da colaboração durante o Doutoramento, um tema bastante marcante durante toda a sessão, foi a importância de um mentor no campo de Investigação. Muitas vezes a procura desta mentoria tem de ser feita pelo próprio estudante e, como falou Myrto sobre a sua própria experiência, sem esse apoio torna-se muito difícil progredir na investigação e refletir sobre a mesma.
Jessica pediu ainda que Kelly e Angeliki falassem um pouco da sua experiência como Mulheres no campo de Investigação em STEM, onde as duas profissionais partilharam a sua dificuldade em ter role models próximas e de ter colegas que compreendessem as suas dificuldades, especialmente nas áreas de Engenharia onde a representatividade ainda é muito reduzida. O apoio da comunidade pode por vezes existir, mas não ser adequado por não partilharem a mesma experiência no campo.
A sessão terminou com uma última questão sobre o que as profissionais gostariam de ter mudado no seu percurso académico e profissional e os seus conselhos finais. Realçou-ses a relevância da autoconfiança e do respeito pelo tempo da jornada pessoal. Kelly deixou ainda, para estudantes possivelmente interessados em Investigação, o conselho de fazerem perguntas a profissionais da área, sendo que o importante é que o trabalho seja feito com paixão, de modo a poder criar impacto.
Discover how QS Subjects Ranking can help you in your career choices
Uma das últimas apresentações do dia foi presidida por Dr. Andrew MacFarlane que falou acerca da criação e funcionamento de diversos rankings por parte da QS. O objetivo destes rankings é ajudar alunos a nível global na sua pesquisa por um sítio onde estudar ou fazer investigação. Estes rankings contam com diversos indicadores, como a localização, nível de investigação, entre outros, o que facilita aquando da pesquisa.
O ranking mostrado aquando da apresentação foi o world university ranking que conta com 1002 universidades de todo o mundo. Cada vez têm sido acrescentadas mais universidades e este ano a sua grande maioria foram universidades localizadas no este da Ásia. Este ranking conta com 6 indicadores diferentes. No fim, foi ainda mencionada a QS Starts.
QS Scholarships
Com a presença de Selma Toohey, a diretora de UK & Western Europe da Quacquarelli Symonds (QS), iniciou-se a sessão de esclarecimento sobre as bolsas de estudo da QS pelas 18h. Selma introduziu brevemente os primeiros passos a dar depois de tomada a decisão de estudar no estrangeiro. Para além de escolher a região, país ou escola de interesse, Selma deixou o aviso de que estudar no estrangeiro é dispendioso, portanto os alunos devem informar-se e inscrever-se em bolsas de estudo ou ter um plano financeiro definido.
Na QS existem duas formas para as candidaturas a bolsas de estudo. Por um lado, existem as Partner Scholarships, em que universidades e instituições de todo o mundo adicionam as suas bolsas, a partir de um portal gerido pela QS (contabilizando cerca de 150 bolsas de 70 instituições diferentes). Desta forma, as instituições gerem os prazos e valores das bolsas, assim como a atribuição das mesmas.
Por outro lado, as QS World Merit Scholarships constituem 6 diferentes bolsas, destinadas a diferentes perfis de alunos e correspondentes a tópicos distintos. Para serem elegíveis os estudantes têm de cumprir certos requisitos, tais como presenciar um evento da QS. Selma esclarece ainda que é o estudante quem escolhe a instituição, neste caso.
A sessão chega ao final com o apelo aos interessados para visitarem o site da QS Top Universities, selecionarem a bolsa em que estão interessados e candidatarem-se, no caso de cumprirem os requisitos. Selma termina, pelas 18h15, partilhando algumas dicas adicionais – a candidatura a mais do que uma bolsa aumenta a chance de ser aceite, gerir o tempo para realizar uma candidatura com antecedência, criar um perfil profissional (como LinkedIn) e acreditar no próprio potencial.
Meet Simon Clark, video maker and science communicator, PhD in theoretical atmospheric physics from University of Exeter (18h-18h20)
Na conversa com Simon Clark, Doutorado em física atmosférica teórica e criador de conteúdos no Youtube, este abordou o início da sua carreira como investigador e o que o motivou a seguir esse percurso.
Quando acabou o curso, sabia que ainda não estava pronto para acabar de estudar, mostrando-se motivado em prosseguir com uma carreira de investigador relacionado com a física de fluídos, área pelo qual era apaixonado. Com o início do seu Doutoramento, salientou a importância de uma boa gestão de tempo e organização, capacidades também adquiridas e trabalhadas enquanto criador regular de vídeos para o Youtube.
Foi questionado sobre os momentos em que teve de tomar decisões importantes, e como estas o impactaram. A primeira referiu ser a escolha do curso e universidade, uma vez que estava indeciso em ingressar numa universidade de melhor renome ou naquela que lhe iria proporcionar uma melhor experiência. Outra foi o momento em que decidiu ser investigador, o que se aliou também à escolha do tema da investigação, e acreditar que poderia ser realmente a sua carreira.
Como mote final, aconselhou a não se planear a vida com muita antecedência e “ir com a corrente”, descobrir o que nos motiva e apaixona. Além disso, referiu que, mais importante do que o tema da investigação em si, é trabalhar num ambiente de trabalho incentivador e estabelecer boas relações com o orientador.
Careers in STEM (19:25 – 19:55)
Moderado por Halsey Kendrick, manager do QS evento na América do Norte, o debate sobre Careers in STEM, consistiu numa discussão informal com quatro STEM experts e representantes de universidades: Marcel in St. John’s University; Victoria Olive, Graduate Advisor for UW Tacoma’s School of Engineering and Technology; Chris Wszalek, Executive Director, Graduate Admissions and Student Recruitment at Syracuse University – Martin J. Whitman School of Management; Cory Cottingim, Senior Assistant Director of Graduate Marketing & Recruitment at NYU Tandon School of Engineering. O debate começou com uma breve apresentação de cada um dos participantes, assim como de do programa das universidades onde estão empregados.
De seguida, a moderadora questiona Chris Wszalek sobre quais considera serem as maiores vantagens de se possuir um STEM degree no currículo, na qual o mesmo menciona alguns exemplos como
A sessão terminou com uma rodada de perguntas por parte dos ouvintes para os vários integrantes do debate.
How to choose your STEM degree (17:30-18)
Nesta sessão moderada por uma representante da IE University e do Politecnico di Milano começou por ser introduzido e debatido o conceito de STEM e a importância e papel desta “metodologia” no enriquecimento académico de cada indivíduo. Posteriormente, foram contrabalançados vários aspetos que servem de critério principal na hora da escolha do nosso futuro, nomeadamente interesses pessoais, áreas de interesse, objetivos pessoais e maneiras de os procurar. A representante da IE University considera que em primeiro lugar devemos perceber se há algum país, cultura ou língua por qual temos preferência e procurar opiniões e experiências de quem está ou esteve. Também chamou à atenção para o facto de termos de ter em conta os diferentes prazos nas várias universidades, de forma geral, é comum existirem dois prazos: na primavera, começa em janeiro até abril e outono, desde setembro até novembro. Foi dito também que este tipo de cursos eram cada vez mais procurados.
Advantages of studying abroad. Interview of members studying abroad talking about advantages, adaptation, personal and professional experiences presented by ANEEB (6.25 – 6.40pm)
Nesta sessão, realizada pela ANEEB tivemos a oportunidade de conhecer a história de três jovens portuguesas cujo percurso académico passou pelo estrangeiro.
O primeiro testemunho apresentado foi o da Mariana Coutinho, estudante do 2º ano do mestrado em Engenharia Biomédica na Universidade de Aveiro. A mesma começou a explicar que decidiu realizar uma experiência diferente de tese, realizando um estágio no Innovation Think Tank da Siemens Healthineers, na Alemanha durante 9 meses. No segundo testemunho foi possível conhecer a história da Carolina Martins que começa por explicar que realizou o programa CEMACUBE. Neste programa a mesma teve a possibilidade de realizar os dois anos de mestrado em Enganharia Biomédica em dois países diferentes, tendo começado por estudar na Bélgica, na Universiteit Gent e posteriormente no Trinity College Dublin, na Irlanda. O último testemunho foi dado pela Catarina Patrão, estudante do 4º ano em Engenharia Biomédica na Universidade Nova de Lisboa. A mesma fez parte do programa ERASMUS +, onde teve a oportunidade de estudar na Finlândia durante 3 meses e meio.
Após se apresentarem, as estudantes explicaram o motivo pelo qual decidiram ir para o estrangeiro durante os seus percursos académicos, e abordaram diversos tópicos como por exemplo, o que esta experiência lhes trouxe, como foi a adaptação e se recomendam ou não ao público que realize a mesma experiência, entre outros.
Caso pretendas ver a sessão, a mesma está disponível no seguinte link do Youtube da ANEEB https://youtu.be/QoO4H2JfVqI
A ANEEB gostaria de parabenizar a organização deste evento, bem como agradecer o convite para estar presente e assistir às palestras. Esperamos voltar a marcar presença em futuras edições!
Raul Almeida
Sara Pereira
Marta Amaro
Cláudia Reis
Cristiana Fernandes
Beatriz Lemos
Alexandra Ferreira
Andreia Martins
Rita Matos